Capítulo 19

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Rafaella POV

Eu estava prestes a sair da GloBe quando recebi um telefonema de Gizelly dizendo que ela estava vindo me buscar. Por alguma razão ela parecia preocupada e eu me preocupei. Eu estava olhando o artigo que terminei para entregar à minha tia para aprovação, mas minha mente estava em outro lugar.

— O que acontece? — Manu me perguntou. — Olhei para cima e suspirei.

— Nada, só estava um pouco preocupado, Gizelly parecia estranha ao telefone.

— Talvez ela tenha tido um dia ruim no trabalho.

— Espero que nada tenha acontecido. — Sorri para ela e Deborah saiu para fora e lhe entreguei o artigo.

— Aqui está o artigo.

— Perfeito. — Ela me disse, olhou para ele e depois olhou para mim. — Já avisou os recursos humanos que inicia a sua licença maternidade a partir de amanhã?

Balancei a cabeça e acariciei minha barriga. Estou grávida de 34 semanas, o que significa que já estou grávida de 8 meses. Minha barriga está enorme e parece que tenho uma bola. Semana passada fiz um ultrassom e o Gabriel já tem 46 centímetros de altura e pesa aproximadamente 2.200 gramas. Então meu filho está crescendo. Mas estou me sentindo muito cansada por causa do peso e a médica recomendou que eu tirasse licença maternidade já que ele está em condições de nascer. Isso me deixou nervosa e Gizelly também. Talvez seja por isso que ela está assim.

Gizelly veio me buscar e ela estava muito quieta, muito quieta. Ela mal cumprimentou Deborah e Manu. Ela ficou em silêncio durante todo o caminho para casa e não ousei perguntar o que havia de errado. Quando chegamos em casa, a primeira coisa que fiz foi sentar no sofá e ficar parada depois de sentir Gabriel me chutar perto das costelas nem sequer tirei o casaco. Gizelly tirou o dela com certo aborrecimento, jogou-o no sofá e foi até a janela olhar para fora.

— O que há de errado com você Gizelly? Você está muito quieta.

— Tenho que te contar algo. — Ela me disse e se virou para me ver suspirando. — Hoje recebi uma ordem judicial.

— Uma ordem judicial? — Eu disse e ela acenou para mim. — Para que?

— Você se lembra que há mais de um ano atrás, eu te contei que saí com uma garota e que ela me abandonou no meio de um ato sexual sem sequer concluir ou começar nada?

Balancei a cabeça, lembrando que naquele dia ela estava na minha casa chorando, com muita vergonha porque a fizeram se sentir um monstro. Levei muito tempo para acalmá-la.

— Sim eu lembro. — Eu disse e o olhar dela disse tudo. — Não me diga... Ela acusa você de engravidá-la.

Ela riu e assentiu com evidente aborrecimento.

— Achei que essa coisa de acusações iria acabar, mas não... estou farta.

— E você tem certeza que não é seu?

Me incomodou que elas a estivessem acusando disso novamente. Era tudo por sua família, ela sabia.

— Sim, Rafaella. Tenho 200% de certeza. — Ela disse com aborrecimento. — Eu tinha camisinha e não fiquei nem um minuto dentro dela.

Era necessário dizer isso? Era necessário mencionar o que fez com ela?

— Não preciso dos detalhes. — Eu disse irritada, me levantei e fui pegar água na cozinha então ela suspirou alto. Olhei para minha barriga enquanto tirava a garrafa.

— Por favor, Rafaella... sem ciúmes.

Olhei para ela surpresa e ri ironicamente, deixando a garrafa no balcão e fazendo-a espirrar água.

Consequências - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora