Capítulo 5

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Rafaella Pov

Continuei sentada enquanto a médica que me atendeu foi embora. Deborah estava olhando para mim com uma cara indecifrável. E isso foi o que mais me assustou porque eu nem queria imaginar o que se passava na cabeça dela.

— Vamos ver se ficou claro para mim. — Ela disse enquanto andava ao redor da mesa com a mão no quadril. — Pelo que entendi, não aconteceu nada entre você e Loreto.

— Não, não aconteceu nada entre nós. — Eu disse e ela foi se sentar no sofá na minha frente elegantemente.

— Você está namorando alguém? — Ela me perguntou e eu neguei. — Então? Como esse espermatozóide entrou no seu corpo? Pelo correio?

Sua ironia refletia a fúria evidente que ela carregava. Eu não tive forças para contar a verdade, ela se inclinou para olhar para mim depois que coloquei os óculos de volta.

— Rafaella, você deveria ter sido responsável. Se ele, seja quem for, não se cuidou... você deveria ter tomado precauções. Achei que você saberia disso.

— Nos cuidamos. — Mencionei em voz baixa para que só ela pudesse me ouvir. — Simplesmente... estourou... E fui comprar uma daquelas pílulas do dia seguinte. Mas... tomei o segundo no horário errado porque esqueci. Não sei se o efeito é cortado assim.

Ela ficou em silêncio por um momento e apontou para minha barriga.

— Você tem alguma ideia do que isso implica? Você sabe que se estiver grávida será mãe? — Ela disse e eu automaticamente coloquei a mão na barriga. — Você tem contato com a entidade que te ajudou a criar esse ser?

— Ainda não sei se estou grávida. Eu disse e ela me olhou feio.

— Eu nunca permiti que me chamassem de idiota, Rafaella. E não vou deixar minha sobrinha começar a fazer isso.

— Eu nunca seria capaz de te chamar de idiota ou algo assim. — Eu disse a ela e ela apoiou as mãos no sofá.

—- Então seja corajosa, enfrente as consequências de suas ações.

Ela se levantou e foi até sua mesa. Ela tirou algo da gaveta e era um frasco de perfume, ela me entregou e eu olhei para ela...

— Cheire isso. — Ela me disse sem rodeios.

Peguei a garrafa e não consegui nem aproximar porque cheirava mal. Ela sorriu e pegou de volta.

— Isto é um ambientador. É muito forte e é um aroma muito sensível para mulheres grávidas. — Ela disse e eu olhei para ela assustada. — Você deveria fazer um teste, mas vou perguntar agora. Quando foi sua última menstruação?

E quando ela disse isso eu fechei os olhos. Sim, estou quase um mês e meio atrasado. Como eu não percebi? Eu a vi se aproximar do bar, ela pegou um copo e encheu de chocolates. Ela se aproximou e me entregou.

— Vá comer isso. Manu disse que você não almoçou.

Balancei a cabeça e comecei a comer. O tom da voz de Déborah vinha do além- túmulo. Ela iria me matar, ela estava prestes a me matar. Eu não posso estar grávida. Gizelly disse que ela tinha uma contagem baixa de espermatozoides. E tomei a pílula anticoncepcional... Bom, a verdade é que acho que tomei errado. Ela voltou ao seu lugar e olhou para mim de lá.

— De quem é? — Ela me perguntou e eu olhei para ela.

Hesitei por um momento, mas sabia que se não contasse, ela não me deixaria sair daqui até que eu descobrisse.

Consequências - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora