Depois de um final de férias intenso e surpreendente, estou me preparando para a última etapa do ensino médio. A formatura já está quase aí, e eu só espero que essa reta final seja fácil. Seja lá o que fácil signifique para um encerramento de ciclo.
O vestibular também já está próximo. Meu objetivo é conseguir atingir uma nota suficiente para entrar em uma universidade. Mas tenho que admitir que me encontro um pouco assustado com essa nova parte da minha vida. Ter que dar adeus a tudo o que vivi até agora vai ser bem difícil. O que mais me afeta é a questão de ter que ficar longe de Michael. Tenho medo do que a dor de ficar tão longe dele possa me causar.
Para aliviar a ansiedade que estou sentindo ao entrar na escola, e perceber que tudo isso está acabando, me sento em uma calçada, que circunda o prédio do colégio, com visão para a quadra de esportes. E é então que vejo Camila pela primeira vez depois da festa nas férias. Ela se senta ao meu lado, de costas para o ginásio.
— Oi, Will. Como é que vai? — ela pergunta, me dando um abraço.
Olho para ela com o lábio inferior entre os dentes. Camila percebe que estou querendo ri, e ela cai na risada primeiro. Tão cedo da manhã só consigo lembrar de o quanto aquela noite foi louca. Sei bem que ela pensa o mesmo que eu, e sabe que estou confuso em relação à sua saída da igreja. A gente se olha e a gargalhada surge mais uma vez.
— Me conta, o que te deu naquela noite? Me diz qual parte da história eu perdi — digo.
Ela leva a mão ao rosto imediatamente escondendo o riso.
— Tava rolando umas brigas lá na igreja desde o começo do ano. Povo inventando fofoca de mim — ela responde, já com
o semblante fechado.Camila continua me explicando todos os últimos acontecimentos desde minha saída da igreja. E parece que a igreja, que já era uma zona, piorou.
— E aquele cara, quem era? — Quero saber.
— A gente tá se conhecendo, mas tô achando ele legal.
— Pretende ter algo sério com ele?
— Se ele quiser, talvez.
— Qual o nome dele? — pergunto, todo curioso.
— Fabrício — ela me diz. — Preciso de contar um segredo.
— Pode contar. Sou todo ouvidos. — Já fico ansioso com que ela vai me contar.
— Perdi minha virgindade com ele — ela conta, e um rubor se espalha por seu rosto. — Boca fechada, Willian. Pelo amor de Deus.
— Sério? — digo, boquiaberto, esboçando um sorriso.
Desde a noite do FestVerão, é a segunda vez que Camila me surpreende. De uma menina puritana para uma porra louca
desvirtuada. Eu não vejo isso negativamente, até gosta dela assim.Nossa atenção é atraída para alguns garotos que passam em direção ao ginásio. Entre ele está Michael, que passa dando um sorriso.
Retribuo com um sorriso discreto. Mas noto que Camila também sorri, mas o dela é mais largo que o meu.
Durante nossa conversa, ela dá algumas olhadinhas para trás em direção a quadra esportiva. Acho estranho, até onde eu sei não tem ninguém ali que interessa Camila.
Com ela levando sua atenção de vez em quando ao jogo que está rolando, procuro quem poderia estar chamando sua
atenção. Mas me perco quando bato os olhos em Michael. Eu não tava dando atenção a ele, mas agora fico atento em cada detalhe de seu corpo, e como aquele uniforme de futebol fica perfeito nele. Meus primeiros pensamentos são inocente, só quero beijar aquela boca, até perceber volume dele marcando na malha fina.
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Corpos em chamas: um clichê de romance adolescente
RomanceCom 12 anos, Willian Rodrigues se apaixonou pela primeira vez. O cara que fez seu coração bater mais forte era Daniel, nada mais além do que o namorado da sua melhor amiga; uma menina evangélica que acabou conseguindo convencer ele a entrar para a i...