Capítulo 8

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PAULO HENRIQUE LOMES:

Um dia antes ( Noite, às 22:30)..

Olho através da luneta o meu alvo. Uma mulher negra, cabelos lisos, boca carnuda. Ela estava toda de preto, usava uma roupa social e um salto que em baixo era vermelho.

Ela estava lutando contra os homens que estavam atrás de sua família.

Lara akello, 29 anos, a assassina da máfia africana. Seu pai é um dos maiores mafiosos que têm, ex, na verdade. Ele passou seu posto para seu filho.

-- Aí, gavião? Na escuta? -- Pergunta com uma voz zombeteira.

Como odeio esse homem..

-- Fala. --

-- Atira pra matar. -- Manda.

Preparo para poder atirar, e assim que já estava pra apertar o gatilho, acabo lembrando da minha pretinha.

Lembrança:

-- Papai? -- Lina vem correndo em minha direção.

-- Oi, minha pretinha perfeita? -- A pego no meu colo, deixando tudo de lado.

-- O papai não fica com outras mulheres por causa de eu? -- Abaixa o olhar. -- A Lina viu  a mamãe.. Ela foi embora, porque não me gostava. -- Começa a falhar sua voz, percebo o seu tom de choro.

-- Da onde você tirou isso, Lina? -- Passo a mão em seu rosto.

-- Todos da escolinha tem a mamãe e o papai juntos, a Lina não.. Eles também tem irmãozinhos. -- Me olha com lágrimas nos olhos. -- Eu quero um irmãozinho, ou uma menina também. Poque não posso ter? Sou ruim? Por isso que a mamãe me abandonou? --

-- Claro que não, meu amor. Você é a menininha mais perfeita que o pai tem na vida. Não ligue para o que os outros dizem, ou pensem, ou que tem, ou que.. -- Sorrio quando ela coloca as mãozinhas na minha boca.

-- Ta bom. Chega, pala de falar. -- Diz sorrindo.

-- Que malvada você é. -- Faço cara de triste.

--... Papai? -- Me encara esperançosa.

-- Diz, minha perfeição. -- Sorrio.

--... Posso ter um irmão? Quero um.-- Faz bico. -- Prefiro minino, minina é chata. --Dou risada e aperto ela em meus braços.

-- Você pode ter tudo nesse mundo, minha pretinha. -- Beijo sua cabeça.

Lembrança:

Nunca mais ela puxou esse assunto sobre irmão. Ela sempre quis ter, era o maior sonho dela, mas que infelizmente, foi acabando de acordo que ia crescendo.

Mas eu sabia a verdade.. Sabia que ela já tinha irmãos.. E que um deles estava na minha frente, de frente pra minha mira.

Preciso cumprir o que foi me mandado, já não fiz com a primeira da família akello, não posso falhar com essa aqui também.

Ajusto minha arma novamente, e conto até cinco. Um ritual que sempre faço quando vou matar.

Sempre dou a chance dos meus inimigos escaparem na minha mira, e se eu contar até cinco, ele continuará na mira.. Morre.

Respiro fundo e assim que atiro, é o meus momento que ela dá um passo para o lado, mas não adianta muito, já que o tiro acerta ela do mesmo jeito.

Vai, garotinha.. Você têm uma chance de sobreviver a esse tiro.

Puxo a arma para guardar, me sento e olho na direção da menina. Ela estava me encarando ainda curvada, seus olhos são frios.

Ela aponta a arma na minha direção, mas não saio do lugar, assim que ela aperta o gatilho três vezes e vê que não sai nada, joga a arma para o lado com raiva e sai indo embora.

Contei as balas dela.. contei as vezes que ela usou..

Não sou um sniper armador, minha querida..

Assim que pego minhas coisas, saio de lá e vou para o meu carro.

Tenho dinheiro o suficiente para viver muito bem, é a quantia que a lina não precisasse trabalhar até os cinquenta anos de idade.

Mas não podia/ posso, usar esse dinheiro, sair esbanjando ele a torta a diretora, tenho que sempre tirar aos poucos, assim eles não vem atrás.

Há 30 anos atrás, fui fazer uma viagem a trabalho na África do sul. Minha missão era matar o líder da máfia de lá, ras akello.

Fui com a ex esposa, não podia chamar atenção. Investiguei sobre o homem, fiquei atrás dele por uns dois dias, mas sempre era do alto, o cara vivia com vários homens atrás dele.

Mas aí, tudo mudou.. O desgraçado que me contratou mudou o alvo, ele queria atingir o mafioso no ponto vital dele, que eram os filhos, ou melhor, a filha.

Lina akello..

Quando a vi nos braços do pai, o abraçando com aquele sorrisinho banguela.. Não conseguia pensar em matá-la, não  ia conseguir.

Mas quem me contratou estava disposto a achar outro para fazer, falei que ia matar  o mafioso, mas ele não queria, ele ordenou matar a garotinha.

Só não esperava que a vadia da minha ex esposa fosse tentar cumprir a missão. Ela rapitou a pequena e estava prestes a matá-la, por sorte cheguei a tempo.

Os dois tentaram pegar a menina, no que resultou em um acidente. Ela perdeu a memória, minha ex esposa morreu, e o  maldito do cara sumiu.

Consegui trazê-la para o brasil, troquei o nome dela, um pouco a cor do cabelo, e ela usava lente de contatos.

Deixei de ficar me mudando, trocando os estilos dela, quando a mesma fez 15 anos.

Agora estando aqui, na frente dela, vendo o seu olhar de preocupação e medo. Me faz pensar se tudo isso valeu a pena, se valeu a pena tirá-la da família, que eram tão apegados e a amavam muito.

Eu amo essa mulher à minha frente.. Não vejo minha vida sem ela, sem a minha pretinha.. Mas eles também sentem falta dela, eles acham que ela está morta.

Céus.. Atirei na irmã dela..

Aquele merda voltou, ele me tem na palma de sua mão..

Não quero que ela sinta qualquer tipo de raiva ou ódio por mim.

Tenho que contar a verdade, mas não sei se quero perder ela, tenho medo da sua raiva.

Ela odeia mentiras..

-- Papai? Me fala, o que houve? -- Toca com delicadeza meu rosto.

-- Te amo tanto, minha pretinha. -- Fecho os olhos.

-- Eu também, papai. -- Sorri de um jeito lindo.

-- Abra a porra do bico logo, Paulo! -- Meu irmão diz nervoso.

🌟....

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