Capítulo 17

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SAMUEL:

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SAMUEL:

Me sento ao lado dela e jogo o cigarro pela montanha. Me viro um pouco e sorrio de lado, apertando o seu nariz.

-- O que houve? -- Pergunto.

-- O que você está fazendo aqui? -- Pergunta desviando o olhar, limpando o rosto.

-- Aqui é o meu lugar favorito. -- Olho para o céu.

Ela fica quieta por uns minutos, mas ouço suas fungadas baixa.

-- Quem te bateu? -- Pergunta me olhando.

-- Tá muito vermelho? -- Sorrio de lado.

-- Pior que bumbum de neném quando está assado.-- Da uma pequena risada.

-- Foi uma va.. -- Me calo e bufo. -- Foi a filha do akello que me deu umas bofetadas. -- Reviro os olhos.

Seu sorriso se fecha, abaixa a cabeça e noto seu olhar triste.

Nunca a vi assim...

Não gosto...

-- Eu tinha uma melhor amiga.. -- Ela me olha. -- Ela sempre me dava sermão. Falava que eu era um garoto que a briga vinha sempre atrás de mim.. Ela me defendia de uns moleques que vinha atrás de mim pra me bater. -- Dou risada ao lembrar. -- Ela sempre dizia a eles " Olha aqui seus filhos da puta, filhos de cachorra abandonada! Se vocês tocar nele, no meu loiro novamente, quebro a mão de vocês e faço de raquete. " -- Olho ela de canto, vendo ela olhar para baixo confusa.

É.. Ela não lembra..

-- Uma amiga? -- Me olha.

-- Sim. Ela era a melhor.. Me sentia de certa forma em casa, era a única que me ouvia de verdade, que me entendia e.. Bom.. -- Dou risada. -- Enfim, me diz.. O que houve? -- Pergunto novamente.

-- Descobri que meu pai mentiu a vida toda pra mim. -- Ela suspira. -- Meu pai legítimo é ras akello. --

-- Irmã daquela satanás. -- Faço careta.

--.... Minha vida não será mais a mesma. -- Sorri de lado. -- Queria tanto que fosse mentira. --

-- Não ta feliz por saber a verdade? Sabe agora quem você é de verdade. O velho que mentiu para.. -- Me calo com o tapa no meu braço.

-- Olha como você fala do meu pai. -- Resmunga.

-- Ele não é o seu.. -- Me calo novamente ao vê seu olhar. -- Desculpa. --

-- Por que você é tão revoltado? -- Pergunta me encarando. -- Notei isso ao ir às duas vezes na sua casa, pelo modo de você falar com os outros. --

-.... Não sou revoltado. -- Revirou os olhos.

-- É sim. O que houve? -- Passa a mão no meu cabelo.

-- Não lembra, né? -- Tento mudar de assunto um pouco.

-- Do que? -- Sorri de lado. -- Você me traz uma sensação de familiaridade. -- Faz careta.

-- Vocês faz suas escolhas, e as escolhas fazem você. -- Falo olhando para cima.

--... Mas como. -- Fica confusa.

-- Você me disse isso quando eu chegava aqui todo ferido depois de mais uma das minhas brigas. -- Ela fica parada por uns minutos, sem falar nada. -- Qualé, não mudei tanto para não lembrar de.. -- Sinto os braços dela ao meu redor.

Ela me puxa para ela, sinto seus peitos no meu rosto e olho para cima.

-- Achei que tinha ido embora de vez.. Nunca mais vi você depois que veio todo espancado. -- Me aperta mais.

-- Assim.. Minha mãe me deu de mamar, então não quero.. -- Ela me empurra de leve, me dando outro tapa.

-- Palerma! Não acredito que esqueci do garoto irritante que você é. -- Revira os olhos.

Quando eu tinha 15 anos, conheci a Lina nessa montanha, estava tentando fugir de dos caras que queria me bater, ela me defendeu e por incrível que pareça, ela bateu neles.

Depois disso, fiquei vindo todos os dias aqui, ou ela ia até a minha escola e me pegava para sairmos.

Acho que ela não reconheceu, porque eu vivia de blusa de frio com capuz e estudava em uma escola pública.

Sempre odiei escola particular, não podia fazer porra nenhuma, então pedi para minha mãe me mudar e a mesma fez o que pedi.

-- Senti saudades, meu loiro. Que hoje está enorme.. E folgado, bocudo, grosso.. --

-- Já entendi. -- Resmungo.

-- Então aquele seu irmão que você começou a odiar.. É o Nathan, né? -- Pergunta arrependida.

-- Que você falou para eu mandar tomar no zóio? Sim, é ele mesmo. -- Dou risada.

-- Esqueça o que eu disse.. Você me disse algo totalmente diferente do que eu vejo nele. -- Fala.

--... Talvez, só talvez.. Exagerei um pouco. --

-- Você o odeia tanto.. Como isso começou, loiro? -- Me olha triste.

--... Sempre é ele.. Tudo é ele. Nathaniel isso, nathanaiel aquilo. Porque você não faz igual a ele? Porque você não vai com ele? O que fizemos de errado para você ser assim.-- Falo com raiva. -- Sempre tenho que ser a sombra da porra do cara.. Deixei de vê-lo como meu irmão a muito tempo.. Comecei a vê-lo como.. Talvez, inimigo. Comecei a odiar ele por cada coisa.. Não consigo mais vê-lo como algo bom. -- Respiro fundo.

-- Seus pais.. Eles sempre faziam a diferença entre vocês?  -- Sinto a mão dela na minha nuca, começando a fazer carinho.

-- Começou de acordo com meus 14 anos, quando comecei a ser agredido na escola.. Nunca falei o motivos dos meus ferimentos.. Minha mãe é muito doida, então achei melhor não falar.. Mas acho que isso foi o meu erro.. Hoje eu odeio o cara que deveria chamar de irmão, vê ele como algo positivo. -- Sorrio de lado. -- Fui crescendo, e fui piorando.. --

-- Você é uma pessoa boa, sameul. Me lembro daquele menino sorridente, brincalhão, que dançava de um jeito desengonçado para me fazer sorrir quando estava desanimada. Não gastava meus únicos 20 reais que ganhava lavando a louça da padaria atoa. Você é um menino de um bom coração, só teve escolhas  erradas e faz merda. -- Revira os olhos.

-- Fui treinado para ser um líder, Lina.. Meu pai me ensinou muitas coisas. Nunca foi uma pessoa agressiva comigo.. Bom l, pelo menos até alguns dias atrás. -- Dou risada. -- Sempre teve paciência... Minha mãe é doida, mas amorosa.. Ela tinha sempre a mania, sempre era ele em primeiro lugar, ele que vinha em primeiro.. --

-- Talvez, eles não fazia por mal.. -- A corto.

-- Vamos parar de falar da minha vida. -- Sorrio.  -- O que você vai fazer em questão do seu pai? O que te criou.--

-- Amo ele.. mas.. Não quero o vê-lo por enquanto. -- Suspira. -- Irei ficar em um hotel. -- Da de ombros.

-- E o seu pai de sangue? -- Ela resmunga.

-- Não sei... Talvez, deixo rolar. -- Ela sorri de lado. -- Têm lembranças de mim quando criança com o senhor ras, mas é estranho, não consigo lembrar direito. --

-- Não sei que vida é mais complicada. -- Faço careta.

-- Promete consertar a sua vida, e eu a minha. -- Ela sorri.

Aquele sorriso..

Senti falta dele..

🌟....

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