Capítulo 8.

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"Por que temos tanta fome de coisas cruéis? Nossos desejos dobram as estátuas dos deuses."

Robert Lowell

Draco se encostou em um canto sombreado da sala, ignorando a voz arrogante de Cormac Mclaggen. Ele, Granger, Mclaggen e seis outros membros da Ordem estavam reunidos em um dos esconderijos, analisando os planos para um ataque a um dos maiores e mais bem guardados laboratórios dos Comensais da Morte. E eles seriam liderados por ninguém menos que Cormac Mclaggen. Draco fez uma careta em sua direção.

— As proteções antiaparições se estendem aproximadamente em um raio de 50 metros do perímetro. Há três saídas conhecidas, todas protegidas. De acordo com nossos batedores, uma é usada para importar suprimentos. Essa é a entrada que usaremos, já que temos um cronograma de suas remessas...

O plano era simples - simples demais - sem nenhuma contingência ou protocolo adicional caso algo desse errado. Eles deveriam se esconder em um dos carregamentos em que um fornecedor, um espião secreto da Ordem, os esconderia. Em seguida, eles deveriam se dividir em um grupo, incluindo Granger e ele próprio, com a tarefa de coletar o máximo possível de informações e amostras. Outro grupo ficaria de vigia e o outro seria responsável por criar uma distração do outro lado do prédio quando precisassem sair. Draco ficou surpreso com o fato de Granger não ter interrompido para apontar as falhas óbvias no plano. Em vez disso, ela permaneceu ali com as sobrancelhas franzidas enquanto refletia sobre a figura brilhante que representava as plantas do laboratório.

— E qual é o plano reserva caso precisemos nos retirar? — Draco interrompeu. — Se houver mais guardas do que o previsto ou mais medidas de segurança para impedir as informações de que precisamos?

Todas as cabeças se viraram em sua direção, os lábios de Mclaggen se curvaram em evidente desdém.

— Sempre há muitas maneiras de uma missão dar errado, mas não podemos ter medo e ficar esperando. Isso pode ser novidade para você, Malfoy — o tom dele estava carregado de desagrado. — mas aqui na Verdadeira Ordem nós entramos com bravura, dispostos a nos sacrificar pela causa - até o fim.

— A bravura estúpida dos grifinórios fará com que todos nós sejamos mortos — cuspiu Draco.

— Talvez se você tivesse alguma, Malfoy, Hogwarts não seria invadida. Hermione não teria aquela cicatriz no braço se você não tivesse ficado lá como um maldito covarde...

— É melhor calar a boca, Mclaggen — disse Draco em voz baixa, com a voz perigosamente aguda. Os dois homens se encararam, uma tensão palpável eletrificando a sala.

— Ou o quê? — respondeu Mclaggen. Apesar do lampejo de hesitação em sua voz, ele se aproximou. Draco sorriu.

— É realmente uma pena, se não fosse por essa bravura cega dos grifinórios, talvez Harry Potter ainda estivesse vivo. — Os suspiros encheram a sala e um estalo ressoou pelas paredes quando o punho de Mclaggen encontrou a mandíbula de Draco.

— Parem! Vocês dois! — Hermione gritou, passando entre os dois antes que Malfoy pudesse se lançar contra o outro homem. — Não temos tempo para isso. Dêem um pouco de espaço e voltaremos mais tarde. Todos, exceto Malfoy, fora.

— Hermione, ele... — começou Mclaggen.

— Eu cuido disso — disse Hermione com uma voz cortada e um olhar fixo. Mclaggen apenas assentiu, colocando uma mão em seu ombro e apertando-a, antes de sair da sala com os outros.

Quando Hermione se virou, Malfoy estava olhando para o ombro dela, com a mandíbula machucada e o lábio sangrando. Ela suspirou, agitando a varinha e curando o lábio dele.

The Order Of Serpents | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora