Capítulo 27.

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"Você pode ficar com meu coração se tiver estômago para aceitá-lo."

– Yves Olade

O trovão explodiu e retornou, sacudindo os próprios céus. No entanto, não foi suficiente para cobrir o estalido da reunião que ressoou pelo salão. Draco cerrou os dentes, sem fazer barulho quando bateu no chão de mármore sobre um joelho, apoiando-se no braço oposto. A água da chuva escorria da testa e sobre os nós dos dedos machucados enquanto a tempestade avançava noite adentro.

— Quem está aí?

— Sou só eu. — Draco se endireitou e ficou em pé, seu cabelo loiro emaranhado na testa. Um brilho breve iluminando seu rosto sombreado. Os olhos de Blaise se arregalaram, sua varinha abaixando um pouco antes de seus olhos se estreitarem e ele endireitar seu controle. Pansy manteve sua varinha levantada também.

— Como podemos ter certeza? — Blaise disse com uma voz de aço. — Como você passou pelas proteções?

A mandíbula de Draco tremeu. Ele já estava sem tempo. Quanto mais ele esperava, mais ela ficou presa ali. — Não foi tão difícil quebrar-las, acredite em mim.

Blaise se mexeu na frente de Pansy. — Ainda mais razão ...

— Eu não tenho tempo para isso — ele rosnou, dando um passo à frente. Os Zabinis enrijeceram. Ele exalou trêmulo. — Eu preciso... da sua ajuda.

Blaise piscou surpreso, sua varinha baixando junto com a de Pansy enquanto ela dava um passo à frente.

— Draco, o que aconteceu? — ela falou lentamente.

O punho de Draco se abriu e sua respiração ficou mais difícil. Ele tentou afastá-la, mas não conseguiu suprimir a raiva e o medo que corriam em suas veias.

Seu rosto se contraiu. — Eles a levaram porque eu a deixei, porra.

Blaise e Pansy trocaram um olhar. — Draco, veja...

Pansy foi interrompido por Draco caindo nos joelhos. Ele inclinou a cabeça para eles, um olhar perigoso e desesperado no rosto. A contínua chuva a cair violentamente, as nuvens retumbando sombriamente enquanto ele se ajoelhava ali como um anjo arrependido.

— Diga o seu preço — ele disse vaziamente.

Blaise balançou a cabeça, ainda incrédulo. — Sem preço — ele respondeu com um olhar preocupado. Pansy concordou com o acordo. — Mas o que exatamente você precisa?

Os olhos de Draco se fecharam, sua voz rouca. — Eu preciso que você me ajude a salvar Hermione.

Draco acordou assustado, sentando-se e apertando o peito. Seus olhos se fecharam enquanto ele tentava se orientar e se recuperar da memória daquela noite em que pediu a seus amigos que o ajudassem a salvar Hermione. Draco piscou na escuridão, ajustando-se à escassa luz da lua da cortina puída.

Assim que se sentiu mais tranquilo, ele olhou para Scorpius enrolado ao lado dele em sono profundo. Draco acariciou o rosto adornado de seu filho antes de pegar sua varinha e sair da sala. Por instinto, seus pés o carregaram pelas sombras. Ao chegar ao quarto dela, ele colocou a palma da mão na porta e relaxou ao sentir a presença dela lá dentro, o leve ronco dela acalmando seus sentidos. Ela estava bem .

Em silêncio, como havia feito nas últimas semanas, ele sacou sua varinha. O encantamento saiu naturalmente de seus lábios. Ele não estremeceu com o pequeno corte que fez em seu dedo nem quando desenhou um símbolo na porta dela. Magia de sangue. Mas era mais do que isso. O símbolo brilhou em prata e desapareceu completamente na porta como se não estivesse lá, mas ele pôde sentir a magia se espalhar e se fortalecer pelo quarto dela. Draco relaxou. Era uma magia antiga, uma antiga ala protetora dos Malfoy que era a mais alta forma de proteção contra qualquer um que tentasse ferir quem ela pretendia proteger. Era magia de família.

The Order Of Serpents | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora