Capítulo 15.

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"Ela não diz nada, apenas fica olhando para cima para o céu escuro e observa, com olhos tristes, a lenta dança das infinitas estrelas."

Neil Gaiman

Um raio abrasador atravessou o céu cinzento, seguido por um estrondo profundo que reverberou nos ossos de Hermione. Apesar das nuvens carregadas de chuva, não havia caído uma gota sequer. O vento aumentou, lambendo a base de seu pescoço, e seu corpo superaquecido recebeu bem a brisa. O suor escorria pelo nariz, mas ela o ignorou, mantendo a guarda alta e o foco no adversário que a cercava. O rosto de Draco era uma máscara calma e sem emoção, mas ela se recusou a deixar que isso a perturbasse.

De manhã cedo, antes de começar sua pesquisa, Hermione praticava sozinha o que Draco havia lhe ensinado. Ela descobriu que desligar a mente e se concentrar nos exercícios de combate era uma boa distração, um bom escape para sua raiva e frustração.

Ali, pensou Hermione, percebendo a leve flexão no joelho direito de Draco e imediatamente antecipou o punho dele vindo direto para o seu rosto. Com a palma da mão esquerda, ela desviou o golpe para longe de si e aproveitou a abertura como uma oportunidade para dar uma joelhada no estômago dele. No entanto, ele se antecipou a ela, esquivando-se do ataque com suavidade e, em seguida, retaliou com um chute alto e circular para desequilibrá-la. Hermione se esquivou bem a tempo e ficou na defensiva enquanto ele continuava com a investida de ataques.

— Vamos lá, Granger, isso é tudo o que você tem? — disse ele zombeteiramente. Hermione manteve o rosto impassível, esquivando-se e desviando com fluidez dos ataques dele enquanto ele se aproximava dela.

Draco não teve piedade, atacando todos os pontos fracos até que ela começou a se apoiar contra a parede da casa. Ela estava ficando cansada e desleixada, seus movimentos não eram mais fluidos e rápidos. Quando a encurralou, ele se lançou sobre ela. Tudo o que ele sentiu foi ar. Draco se virou, mas, no momento seguinte, suas costas foram duramente batidas contra a parede por um corpo pequeno, mas forte, que o prendeu com um antebraço pressionado em sua garganta.

Seus olhos se arregalaram de surpresa ao ver a bruxa que o encarava com um triunfo silencioso. Ela se levantou na ponta dos pés e seu hálito quente e irregular acariciou o pescoço dele. — Vamos, Malfoy, isso é tudo o que você tem?

Hermione se afastou um pouco e esperava encontrá-lo com raiva ou irritado. Em vez disso, ele estava com os olhos pesados, observando-a atentamente com uma expressão que ela não conseguia identificar.

— Muito bem, Granger. — Os cantos dos lábios dele se ergueram, uma expressão de orgulho se espalhou por suas feições quando Hermione o soltou. Mesmo com a distância, ela não pôde deixar de se sentir incrivelmente próxima. Ela ainda podia sentir o toque da bochecha dele contra a sua e a marca pesada da mão dele segurando seu quadril quando ela sussurrou em seu ouvido.

Ela limpou a garganta. Felizmente, ela foi salva de uma resposta quando gotas pesadas de chuva começaram a cair do céu. Ela olhou para cima, deixando a chuva esfriar sua pele corada.

— Vamos para dentro — murmurou Draco enquanto observava as nuvens que escureciam rapidamente. Hermione assentiu e seguiu atrás dele.

~*~

Hermione acordou de seu sono e suas mãos procuraram freneticamente por sua varinha enquanto a escuridão a envolvia e a sufocava. Não havia luz aqui, não havia escapatória - os olhos daqueles que ela havia machucado, daqueles que ela havia amado, daqueles que ela havia amado e machucado a encaravam.

Você deveria ter me ajudado, Mione...

Não poderia nos salvar? Que criança faria isso com seus próprios pais?

The Order Of Serpents | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora