Capítulo 6.

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"Sair de um abismo e voltar a entrar nele, isso é vida, não é, querida?"

Emily Dickenson

— Você pediu para se encontrar, Granger? — disse uma voz vinda da porta da biblioteca.

Hermione tirou um cacho errante de sua linha de visão, sem olhar para cima enquanto examinava o esconderijo dos Comensais da Morte que ela e Malfoy deveriam se infiltrar em sua primeira missão juntos. A tarefa era simples: entrar, obter informações e sair.

— Sim, achei que deveríamos rever os planos para a missão desta noite. — Ela havia repassado os planos com Malfoy um dia antes, dando a ele uma cópia anotada das plantas baixas e um documento detalhando uma lista de planos de reserva caso algo desse errado. Hermione segurou a pena com mais força, lembrando-se da expressão indiferente dele quando deu uma olhada rápida nos documentos, assentiu e entregou tudo de volta a ela sem fazer nenhuma pergunta.

— Não sou incompetente, você sabe — ela podia sentir os olhos dele se estreitando para ela. — Ao contrário de seus melhores amigos, que você teve que ser mãe em Hogwarts, não sou inclinado a feitos de estupidez ou imprudência.

— Só quero ter certeza — disse ela enquanto cerrava os dentes, finalmente olhando para o rosto carrancudo dele. Ela estava ansiosa. Fazia tempo que não tinha um parceiro. Hermione tinha se saído bem em missões em grupo, mas os poucos parceiros que teve não eram compatíveis - impacientes, precipitados, muitas vezes se desviando dos planos ou do protocolo. E ela não tinha dúvidas de que ela e Malfoy não seriam compatíveis.

Malfoy lançou um olhar irritado.

— Duas entradas, cinco Comensais da Morte estacionados. O escritório fica na área noroeste da casa. Um turno com as patrulhas começa às 22:15 em ponto. Uma janela de cinco minutos para entrar. Há três planos de reserva... — ele continuou a recitar, com o tom de voz plano e desprovido de emoção. — Perdi alguma coisa?

Depois que Scorpius se recuperou da febre, uma tentativa de trégua se formou entre eles. Ainda assim, eles mantiveram distância um do outro. Havia uma sensação mútua de desconfiança e tensão, como se estivessem esperando que o outro atacasse.

Malfoy teve outro pesadelo na noite passada. Scorpius a acordou novamente, tremendo e com os olhos cheios de lágrimas. Dessa vez, porém, quando ela o acordou, ele simplesmente acenou com a cabeça, sem olhar diretamente para ela, enquanto acalmava Scorpius. Hermione acenou com a cabeça em retorno e, antes de sair, acenou silenciosamente com a varinha, conjurando duas xícaras de chocolate quente na mesa de cabeceira.

Mesmo agora, ele ainda parecia tenso - sombras escuras sob os olhos e uma frieza endurecendo suas feições como mármore de corte fino enquanto olhava para ela.

— Não, você não perdeu nada, mas há algo que eu gostaria de discutir — disse ela, levantando-se e indo para a frente da escrivaninha. Ele simplesmente cruzou os braços, erguendo uma sobrancelha fina para que ela continuasse.

— Como se lembra, você só pode usar magia leve. — ele bufou, mas ela ignorou. — E eu entendo a tentação de usar as Artes das Trevas se algo der errado esta noite. Há alguns feitiços de luz...

— Olha, Granger, se você está tentando me fazer de vítima de alguma fantasia perturbadora sua em que você dá aulas como uma professora em Hogwarts-

— Malfoy! — disse Hermione, com as bochechas coradas. Gato pomposo. Os olhos dele permaneceram encapuzados, quase entediados, enquanto ele retribuía o olhar dela com um sorriso. — Como eu estava dizendo. É imperativo manter a raiva sob controle. Muitos já cometeram erros nessas missões porque a raiva de ver os Comensais da Morte os levou a desobedecer ao protocolo. São essas emoções, como a raiva, que alimentam a Magia Negra, fazendo com que ela seja usada quase inconscientemente. As pessoas se esquecem de si mesmas, deixam que a raiva as defina quando não deveria — disse ela, desviando o olhar. A raiva eletrizava seus sentidos, a vontade de ferir, de infligir dor. Ela afastou a lembrança.

The Order Of Serpents | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora