Capítulo 23.

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"Está chovendo forte, as árvores estão ficando mais verdes diante dos meus olhos,

Eu te amo. Quase tenho medo da intensidade dessa felicidade."

– Vladimir Nabokov

— Granger, você tem certeza disso? — Draco resmungou, ajustando seu boné trouxa. Logo à frente deles, no cais, bandeiras coloridas e tendas perfuravam o horizonte junto com gigantescas estruturas metálicas que se enrolavam como fitas de ferro.

— Vai ser divertido, eu prometo — a bruxa disse enquanto colocava o boné combinando com Scorpius, ignorando completamente a carranca de Draco.

— Será divertido, papai! — Scorpius repetiu, evidente excitação em sua voz por finalmente estar em algum lugar que não era um esconderijo.

Alguns dias depois que Scorpius foi salvo, Hermione estava fazendo algumas tarefas em uma cidade trouxa próxima e avistou panfletos anunciando uma feira trouxa. Draco não tinha certeza de como os trouxas poderiam fazer feiras sem magia. As feiras que ele visitou com seus pais quando criança ostentavam pássaros exóticos que podiam mudar a cor de suas penas, encantadores de serpentes que faziam as serpentes dançarem e dragões de papel voadores que respiravam fogo roxo. Ele duvidava que a versão trouxa fosse divertida. Mas ele cedeu porque concordou com ela que Scorpius precisava de uma pausa de toda a tensão e estresse da guerra. Seu filho precisava de algo que lhe desse alguma aparência de infância normal. E Merlin sabia que Draco tentaria dar isso a ele - mesmo que isso significasse ser puxado por uma bruxa de olhos brilhantes e cabelos espessos em seu infernal short jeans trouxa o dia todo.

E foi a isso que Draco se resignou quando eles entraram no recinto da feira. Com Scorpius em seus braços, eles serpenteavam através de tendas listradas de vermelho e branco enquanto trouxas vestindo cores brilhantes e rostos pintados contorciam seus corpos, um deles até mesmo fazendo malabarismos com um conjunto de facas prateadas. Isso o desanimou, especialmente quando um homem de chapéu preto conseguiu de alguma forma adivinhar a carta que havia escolhido. Durante todo o dia, Draco deixou-se arrastar pela bruxa excitada e seu filho enquanto olhava obedientemente para qualquer um que suspeitasse, especialmente aqueles caras que cobiçavam descaradamente as pernas nuas de Hermione. Pagãos.

— ...e aquele, Mini? Que isso?

— Isso é uma roda gigante! Você monta e leva você até o topo. Embarcaremos durante o pôr do sol. — Hermione sorriu. Seus pais costumavam levá-la às feiras. Antes de ela saber sobre magia – magia de verdade – as feiras incutiram nela uma admiração e uma excitação infantis. Doía-lhe que Scorpius não tivesse tido nenhuma dessas experiências, que às vezes ele fosse solene, comportasse-se como se tivesse medo de que algo ruim acontecesse. E coisas ruins aconteceram. E por mais que ela quisesse mantê-lo seguro, ela não queria que ele perdesse uma infância normal.

— Papai! Olha aquele! Eles estão de cabeça para baixo! — Hermione mordeu o lábio para suprimir um sorriso ao ver o olhar totalmente perturbado no rosto de Draco enquanto ele observava a montanha-russa girando e girando.

— Granger, essas coisas são seguras?

— Bem, suponho que sim. Nunca fiz esse tipo de passeio – a velocidade e a altura não são para mim — ela estremeceu. — Existem alguns passeios infantis que são perfeitamente seguros. Nós iremos neles!

Scorpius puxou a manga de Hermione, esticando os braços em expectativa. Hermione olhou hesitante para Draco antes de pegar o menino nos braços. Os olhos de Scorpius estavam arregalados de admiração, pura curiosidade pelas luzes coloridas que piscavam, pelos acrobatas em trajes verdes brilhantes e especialmente pelas outras crianças correndo e rindo.

The Order Of Serpents | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora