Capítulo 20.

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"Ninguém canta tão puramente como aqueles no inferno mais profundo".

Franz Kafka

O sol do final da tarde desceu para um dourado ardente, seus raios dançando pelas janelas da biblioteca. Theo e Luna haviam saído há pouco tempo, Luna com uma expressão distante enquanto descrevia vagamente para onde estavam indo e Theo parecendo confuso e um pouco envergonhado quando a bruxa pegou a mão dele antes de sair pela chave. Depois de se despedirem, Draco e Blaise saíram para uma conversa particular, deixando Hermione com Pansy no chão acarpetado enquanto Scorpius trabalhava diligentemente em sua última obra de arte.

— E esse é uma rwose como no jardim da Nana Cissa — disse Scorpius enquanto dava os últimos retoques no que parecia ser um rolinho de canela vermelha com bracinhos verdes.

— É adorável. — Hermione deu para o garoto, que lhe deu um sorriso cheio de dentes e se aconchegou ao seu lado antes de voltar ao seu desenho.

Hermione ainda não sabia o que pensar da bruxa que havia ficado quieta durante uma conversa. Ela se mexeu des confortavelmente ao sentir Pansy olhando descaradamente para ela enquanto tentava se ocupar com Scorpius, que tinha as sobrancelhas franzidas em concentração.

— Scorpius gosta de você. — Hermione olhou para cima. — Demorou um pouco para que ele se sentisse confortável perto de mim — murmurou Pansy. — Além de Narcissa e Draco, ele desconfia de qualquer outra pessoa - exatamente como o pai dele.

Hermione não sabia ao certo como responder, surpresa por ter iniciado uma conversa em primeiro lugar.

— Tenho certeza de que você sabe que os Sonserinos não injetam em ninguém, Granger. Nem mesmo entre eles — continuou Pansy quando Hermione ficou sem fato. A bruxa falou o queixo daquele jeito que ela era familiar e orientada por Hermione por trás dos desejos perfeitamente curvados. — Mas Blaise, Draco, Theo e eu aprendendo a nos manter unidos - não do jeito que vocês da Grifinória fazem, mas do nosso jeito. Talvez nos coloquemos em primeiro lugar em nome da autopreservação, mas, ao contrário da crença popular, nós nos protegemos uns aos outros. Especialmente contra ameaças externas.

— E é isso que eu sou... — disse Hermione calmamente, sem se deixar abater pelo olhar fixo das bruxas. — Uma ameaça?

Pansy enviou uma mensagem. —Talvez.

— Talvez, perto de você, isso não seja uma coisa ruim — murmurou Hermione.

Pansy deu uma risadinha, recostando-se languidamente no sofá. —Talvez não. — Pansy olhou para Hermione, seus olhos se fixaram na cabeça dela. — Embora eu ache que esse seu cabelo espesso seja uma ameaça suficiente.

— Desde que você não se meta isso, Parkinson — respondeu Hermione, revirando os olhos.

-Zabini.

— Certo — Hermione olhou para a Sra. Zabini, que estava com os braços cruzados e as sobrancelhas erguidas em uma espécie de expectativa, como se soubesse o que estava acontecendo na cabeça de Hermione. Provavelmente sabia, pensei Hermione. — Admito que estou surpreso por você e Zabini estarem juntos. Sempre achei que você queria o Malfoy.

Pansy franziu o nariz e deu duas tapinhas na cabeça de Scorpius, timidamente, como se ele fosse um filhote de cachorro que ela temesse que mordesse. O menino olhou de lado para Pansy com curiosidade antes de voltar ao seu trabalho. — Eu andei com Draco e alimentei o ego dele — exalou Pansy depois de um momento.

Hermione deu um meio sorriso. — Bem, vocês estavam namorando, então...

— Ah, Salazar, não — disse Pansy com veemência. — Sim, perdemos nosso primeiro beijo um para o outro, mas não namoramos... não em um sentido sério, pelo menos. Ele era uma oportunidade política e eu estava apaixonado pelo status que vinha com seu nome. Mas, no final, ele se tornou - é - como um irmão para mim. E, além disso — ela transmitiu carinhosamente. — Draco não é - ele é um sangue puro de verdade, se é que já existe um. Bem criado, sempre na linha. Desde que éramos crianças, ele era controlado, um seguidor inflexível das regras, assim como você. Malfoys - eles se orgulham de sua etiqueta e controle. Porque quando eles perdem o controle, especialmente por algo que querem? — Os lábios de Pansy se contorceram em um sorriso secreto. — Além disso, eu preciso de alguém menos rígido. Blaise permanece neutro, mas é observador e sabe quando joga suas cartas. Ele não tem medo, é um bom ouvinte e não tenta me mudar. Eu - eu nunca entendi o amor assim, nunca o vi — disse ela, mais calmamente agora. — Aquele em que o outro quer você não pelo que você pode oferecer, mas por quem você é.

The Order Of Serpents | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora