"Posso lhe dar minha solidão,
minha escuridão, a fome do meu coração,
Estou tentando suborná-lo
com incerteza, com perigo,
com a derrota".– Jorge Luis Borges
Draco inalou profundamente o ar frio da manhã, seus pulmões se expandindo e recuando constantemente. As folhas farfalharam e os pássaros gorjearam de seus poleiros, banhando-se na luz do sol que caía, sem se deixar abater pela tensão entre ele e a bruxa enquanto circulavam um ao outro.
— Isso é tudo que você tem, Granger? — Draco zombou quando ela se esquivou por pouco de seu punho. — Patético pra caralho.
Diante de suas palavras, a tensão no ar se acendeu e os olhos de Draco se arregalaram um pouco ao sentir uma onda de magia crepitando perigosamente ao seu redor.
— Cale a boca, Malfoy. — A bruxa de cabelos espessos cerrou os dentes, dando um soco na direção dele, exatamente como ele havia mostrado. Ele agarrou o pulso dela com facilidade, torcendo-o e puxando-a contra ele. O calor do corpo dela queimava sob o toque dele, e a pele deles, escorregadia de suor, só fazia com que ele apertasse a mão.
— Você precisa parar de pensar demais antes de atacar — disse ele, olhando atentamente para os olhos castanhos estreitados dela. — Posso ver você pensando no seu próximo movimento antes de fazê-lo. Seu indicador são seus olhos - você olha para o alvo pretendido antes de atacar.
Granger se afastou do aperto de mão dele, retomando sua postura defensiva. Dessa vez, ela olhou diretamente para ele. Sob a luz da manhã, os olhos dela eram da cor de uísque de fogo - o tipo que o pai dele mantinha escondido, exceto em ocasiões especiais, aquele que Draco tinha sido proibido de provar quando criança. Então ela atacou, quase o pegando desprevenido com um chute em sua virilha. Reflexivamente, ele passou o braço em volta do tornozelo dela e, em seguida, aproveitou o desequilíbrio dela, tirando a outra perna do chão. Ela aterrissou com um grunhido, olhando para ele quando se recuperou.
— De novo — disse ele com frieza enquanto ela se levantava. — Eu já a vi em batalha, seu trabalho com a varinha é preciso e fluido. O combate corpo a corpo é a mesma coisa. Você não pode formular os movimentos que usará de antemão - você precisa trabalhar com os pontos fortes e fracos de seu oponente, deixando que seus instintos assumam o controle.
— Estou tentando, mas não é tão fácil quanto parece! Se eu tivesse um livro antes para poder me preparar e entender as técnicas-
— Sério, Granger? — Draco esfregou as têmporas. — É por isso que você foi um lixo nas aulas de vassoura do primeiro ano. Nem tudo pode ser ensinado em um livro!
— Bem, alguns de nós não tiveram escolha a não ser usar livros! Nem todos nós tivemos professores particulares durante o verão ou o favoritismo dos professores-
— Não lhe devo explicações — disse Draco com uma voz cortada antes de lhe dar um chute, que ela bloqueou. —, mas talvez se você se levantasse do seu cavalo alto veria que eu mereci todas as notas que tive! E não, Snape não tinha favoritismo - eu sempre tive afinidade com poções. Você está apenas amargurada por eu ter tirado uma nota maior do que a sua naquela aula!
As sobrancelhas de Granger se franziram em evidente contemplação enquanto evitava rapidamente dois golpes que vinham em sua direção. Ela não acreditou nas palavras dele, o que só o irritou ainda mais.
— Quanto aos tutores, eu apenas usei os recursos que estavam à minha disposição! — Ela tentou se esquivar da direita dele, mas ele a viu chegando e a mandou para o chão novamente. — Sim, eu sei que tive sorte e privilégio de minha família ter conexões com os melhores professores de cada área, mas o que eu deveria fazer? É claro que aproveitei todas as oportunidades que surgiram em meu caminho! Mas isso não significa que eu não tenha me esforçado muito!
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The Order Of Serpents | Dramione
FanfictionTradução concluída. Durante a Batalha de Hogwarts, Harry Potter entrou na floresta proibida, morreu e saiu com os olhos vermelhos como o novo receptáculo do Lorde das Trevas. Desde então, Hermione Granger serviu como membro de elite da Ordem Verdad...