Meu plano de sair da enfermaria logo que acordasse foi por água abaixo graças a mais nova aliança entre Agatha e Marcela. Era como ter duas babás 24h que não deixavam um espirro passar despercebido. Até lutei nos primeiros dias, mas depois me rendi às duas e aceitei ficar por mais uma semana.
Sinceramente agora não me arrependo nenhum pouco disso porque se tem uma coisa que ninguém fala sobre é como costelas quebradas demoram a cicatrizar. Mesmo depois de uma semana e alguns rituais eu ainda sentia pontadas quando me movia ou respirava. Além é claro das minhas mais novas cicatrizes que faziam parecer que minhas costas tinham sido usadas como amolador de faca.
Agatha se desculpou acho que mais umas mil vezes pelas cicatrizes e machucados, e eu respondi mil e uma vezes que a perdoava. Sinceramente não via o porque ficar brava com ela, eu ataquei primeiro e se não tivesse me parado provavelmente teria a matado.
Nossa relação se estabilizou meio que a base de " você me esfaqueou e quebrou alguns ossos, mas tudo bem porque eu te magoei e tentei te matar". Para qualquer um poderia ser meio estranho, mas pra gente era como se tudo estivesse bem. O beijo infelizmente não se repetiu, ainda.
Terminei de prender os últimos cachos rebeldes, que insistiam em escapar de minha gominha, fazendo um rabo de cavalo. Pela manhã Marcela finalmente me liberou depois de muita insistência da minha parte. Infelizmente minha felicidade durou pouco quando fui informada que Veríssimo queria conversar comigo.
Agatha já tinha me falado das investigações sobre o que aconteceu, mas mesmo com muita insistência minha ela não contou muitos detalhes sobre. Não que precise, o culpado que tanto procuram sou eu.
Ações têm consequências e eu já estava bem ciente de quais seriam elas. Não sou merecedora de pena, julgamento ou perdão, a regra da ordem é bem clara: os exoterroristas e seus comparsas são condenados à prisão.
Era isso que me aguardava, ser presa por sabe-se lá quanto tempo. Um arrepio tomou conta de mim só de pensar em ficar naquele cubículo escuro sozinha, mas era isso que eu merecia depois de ter colocado toda a Ordem em risco.
Rapidamente terminei de me arrumar abotoando o último botão de meu macacão verde e segui em direção a sala.
Quando cheguei a porta estava entreaberta e podia ouvir a voz de Veríssimo esbravejando do outro lado.
-Leoni isso não.....precisamos disso e você sabe......isso é impossível......como ousa insinuar....olha pra mim já chega entro em contato mais tarde quando você estiver em condições de falar como um adulto, passar bem.
Pude ouvir parte da conversa enquanto olhava pela fresta da porta. Como sou um poço de azar é claro que esbarrei na porta fazendo ela ranger e dedurando minha chegada. Agora não tem mais volta.
-Megan, sente-se- disse apontando para a cadeira livre à sua frente- temos muito o que conversar.
Não respondi, apenas tentei contei o nervosismo que ameaçava explodir dentro de mim. Era impressão minha ou Veríssimo estava com raiva? Com raiva de mim.
-Já fui informado dos acontecimentos do dia do ataque, mas queria ouvir de você- Senti meu sangue gelar- então Megan o que aconteceu naquela manhã?
Apertava meus dedos com força até que perdessem a cor em uma tentativa fracassada de me acalmar. Respirei fundo e tentei ao máximo não gaguejar.
-Durante a manhã eu desativei as câmeras de segurança e desliguei alguns dos sistemas de segurança, depois me tranquei com Agatha em uma sala- Senti um aperto no peito ao me lembrar da cena, eu tentei lutar contra o símbolo mas foi inútil- eu tinha uma faca e a ataquei, precisa de mais alguma prova?
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Transcender
ActionAgatha x oc!Megan Após transcender Megan aparece com uma aparência de luzídio, culpando a Agatha por isso elas têm uma briga feia e Megan vai dar uma volta, perdida em seus pensamentos acaba sendo sequestrada por exoterroristas. Megan e Agatha s...