19- Megan

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Isso era impossível, ou pelo menos deveria ser. A mesma pessoa em três casos diferentes com 5 anos de diferença, ataques diferentes, lugares diferentes, mas todos igualmente massivos e desastrosos. O cara era um gênio do crime com poder suficiente para causar enormes danos e inteligência para não ser notado, até agora.

Se isso realmente estiver certo a Ordem está com muitos problemas, um cara desses unido a outra equipe responsável pelo ataque seriam capazes de coisas terríveis. O medo começava a se espalhar por cada célula do meu corpo, já tinha sido bem ruim todas as outras vezes, a Ordem falhou em detê-lo, eu falhei. Esse cara esteve embaixo dos nossos narizes o tempo todo e não foi detectado, por que agora seria diferente?

Milhões de possibilidades corriam em minha mente fazendo latejar. Estava perdida, sem nenhuma ideia de como prosseguir, mas cada segundo sem agir aumentava o risco de um desastre acontecer. Fui tirada do transe por um par de mãos segurando as minhas em um aperto firme, Agatha.

-Meg? Será que você pode me explicar o que tá rolando?- perguntou e pude ver o medo surgindo em seus olhos.

-Esses caras são a mesma pessoa, um dos piores ocultista com quem já lidei e agora libertaram ele.

-Pior ocultista? O que ele fez de tão terrível assim pra ganhar o título?

Peguei uma das fichas jogadas à minha frente. Caso 1276, ano de 2021, atividade paranormal detectada em escola. Abri na página onde meu próprio relatório estava grampeado e passei para Agatha.

-Esse merda espalhou uma lenda entre as crianças e as usou para enfraquecer a membrana- disse com completo desgosto- A Ordem nunca foi capaz de limpar completamente a escola, a membrana ficou tão fraca que não tinha conserto, então fecharam o colégio e monitoram o local até hoje.

Uma mistura de terror e ódio transparecia na expressão de Agatha enquanto ela lia o arquivo. Levando em consideração seu passado era compreensível e mais do que justo que ela odiasse esse cara.

-Aqui diz que a última inspeção foi há quase três meses, não detectaram nada, mas algo me diz que devíamos ir lá urgentemente.

A resposta de Agatha me surpreendeu, ela nunca foi muito fã de investigação, além de que esse era um ótimo palpite. Fico feliz de ter alguém do meu lado, alguém como Agatha, geralmente as investigações são bem solitárias. Quem sabe eu consiga trazer ela para o lado dos detetives, aí seríamos tipo Sherlock e Watson. Tá, me empolguei.

-Uau, mandou bem Agatha, não sabia que investigação fazia seu tipo.

Pelo menos agora tinha um lugar para começar, no caso que investiguei por último com esse homem havia um detalhe intrigante. A Ordem nunca foi capaz de limpar completamente a escola usada por ele para cometer os crimes, a membrana ficou tão fraca que não tinha conserto, então fecharam o colégio e monitoram o local até hoje.

Ficamos até quase duas da manhã investigando. Depois de quase três horas nos arquivos passamos para o C.R.I.S. e analisamos toda a base de dados em busca de pessoas compatíveis com o cara. Para a nossa surpresa mais 3 casos apareceram, todos com o mesmo modus operandi, um ataque em massa a um grupo de civis atraídos por alguma proposta de melhoria de vida. Na escola ele dizia ajudar os alunos em recuperação, no cemitério prometiam falar com os mortos, no posto de gasolina espantavam ovnis e no hospital curavam com o poder da mente.

Por mais diferentes que sejam, todos esses motivos geram medo nas pessoas, seja por reprovar ou ser comido por alienígenas. Era o plano perfeito em todos os quesitos, ele tinha a fonte de medo, os locais e uma identidade secreta. Então por que falhou?

Essa era a pergunta que agora me assombrava, teria sido mérito nosso ter descoberto ou fazia parte do plano? Não que não tenha sido difícil, mas todo esse tempo e só agora a verdade aparece, me parece meio estranho. Falei com Agatha e ela me disse pra parar de me preocupar tanto e talvez eles tenham apenas se descuidado ou não era páreo para nós.

Ainda fiquei com essa pulga atrás da orelha, mas não deixei isso me distrair da investigação. Agora quase 3 da manhã Agatha já dormia do meu lado enquanto fazia cafuné em seus cabelos e eu terminava de ler o último arquivo do dia. Tantas provas juntas traziam ainda mais dúvidas, em algumas horas Veríssimo receberia um relatório reunindo as provas e pedindo autorização para agir.

Agatha grunhiu em resposta a algum sonho tirando toda minha atenção dos arquivos. Amo investigar, mas minha namorada é tudo. Minha namorada, a sensação de poder finalmente dizer isso era indescritível, eu namorava a garota dos meus sonhos. Sem nem pensar duas vezes, larguei o arquivo que analisava e me acomodei com Agatha puxando as cobertas sobre nós.

Os exoterroristas podiam esperar mais uns dias, agora minha namorada era mais importante. Quentinha e acomodada o sono veio como mágica, talvez um dos melhores da minha vida.

-Boa noite Agápi- disse antes de adormecer.



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oii gente!

Vim dar uma passadinha pra avisar que como vocês devem ter percebido, toda quinta eu estou postando capítulo. Porém, a partir de agora pode ter algumas quintas onde eu não irei postar capítulo ou ele não sera muito grande, pois agora estou em semana de provas e esta sendo um pouco difícil escrever a história e ao mesmo tempo estudar.

Mas fiquem tranquilos que não vou cancelar ou esquecer da fic e vou dar o meu melhor para não deixar vocês sem capítulos!

Muita obrigada pela compreensão e espero que a semana de vocês esteja ocorrendo bem, beijoss.

E não se esqueçam que todas dicas ou críticas são bem vindas.


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