Ele é o Don da máfia Ndrangheta
Ela é vendida como um presente de desculpas
Ele é considerado um demónio
Ela é rebelde e doce ao mesmo tempo
Ele não à ama
Ela o odeia
Duas semanas se passaram e o meu casamento com o Vicenzo está correndo da melhor maneira possível, até parece que algo de errado vai acontecer. Que diabo seja surdo. Vicenzo muda sempre de humor, hora está bem e outra hora parece um idoso que não tomou os seus remédios.
Ultimamente ando com muitas náuseas e vómitos, cólicas abdominais, cansaço e sono excessivo, tonturas, alterações do humor, acne, dores de cabeça, alteração do paladar. Eleonora me aconselhou a ir para o hospital já que estou bem pálida, mas eu acho desnecessário e nem quero preocupar o Vicenzo.
Termino de ler mais um dos meus livros e saio da biblioteca esbarrando com o Vicenzo no corredor.
- Bom dia para você também- cumprimento o mesmo que passa por mim com uma cara nada boa. Dou de ombros e vou até a cozinha para ver se tem alguma coisa em que posso ajudar, estou aborrecida de ficar o dia todo sem fazer nada.
- Boa tarde Eleonora- cumprimento a mulher com um abraço
Eleonora: oi querida , tudo bem? - ela pergunta enquanto limpa alguns pratos de louça
- Nada bem, estou tão aborrecida que se aborrecimento fosse doença eu já estaria morta, posso te ajudar em algo?
Eleonora: bom... eu estou testando uma receita nova e você pode avaliar- ela sugere e tira um pouco do molho e eu provo.
- Uhum eu go...- sou interrompida por uma onda de náuseas que me consome e corro para o banheiro mais próximo e começo a vomitar. Sinto uma mão segurando meu cabelo em um rabo de cavalo.
Eleonora: você precisa ir ao hospital Aurora, já é a 6ª vez que você vomita essa semana- ela sugere me ajudando a levantar
- Não exagere Eleonora não é nada grave, vou apenas comprar alguns remédios e depois passa- digo e lavo o meu rosto.
Eleonora: você é tão teimosa, mas tudo bem eu vou pedir para prepararem o carro e a sua segurança- ela avisa e sai do carro.
Na minha mente só passa uma coisa agora, na qual não quero acreditar.
Gravidez.
É a única coisa que passa pela minha cabeça neste exato momento. Eu serei mãe, eu não estou preparada para isso. Como é que esquecemos de usar preservativo? Vicenzo vai gostar dessa notícia? Ele anda muito mal humorada , e se ele não gostar? Será que devo esconder essa gravidez durante um tempo?
Várias perguntas invadem os meus pensamentos e sou tirada dos meus devaneios quando Eleonora me chama avisando que o carro está me esperando. Saio de casa e subo no carro. Não demoramos muito e chegamos em uma pequena farmácia, desço do carro e dois dos homens do Vicenzo ficam na porta da farmácia fazendo a minha segurança.
Com um pouco de receio pego um teste de gravidez e procuro mais alguns analgésicos para aliviar a dor. Caminho para o balcão e me esbarro com alguém me fazendo cair de bunda no chão.
- ai!!!- gemo de dor pelo impacto da queda
Desculpa foi sem querer- a pessoa estica a mão para mim e levanto com a ajuda da sua mão. Olho para cima e vejo o mesmo homem que o vi na igreja
- oi.. Carlos né?
Carlos: sim sou eu mesmo, como você está?
- Eu estou bem e o senhor?
Carlos: eu também estou bem, como está seu marido?
- Ele está bem e o quê que o traz aqui?
Carlos: vim apenas comprar uma pomada para a dor na coluna
- é a velhice né ksksksk
Carlos: ksksksk, bom não quero me intrometer na sua vida mais você está grávida? - a pergunta sai de modo curioso me deixando sem jeito
- Na...não é para mim, uma amiga pediu para comprar- minto.
Carlos: aham ok, não vou mais ocupar seu tempo eu já vou - o homem se despede e me dá um abraço
- ok tchau- me despeço e vou para o balcão pagar as coisas.
Saio da farmácia e voltamos para casa. Assim que entro vou até meu quarto e tranco a porta para não ser interrompida. Sigo as instruções que aparecem na caixa e deixo o teste na pia e me sento no chão do banheiro.
Passa-se alguns minutos e e começo a me sentir aflita por causa da demora.
- Calma Aurora, calma- ando de um lado para o outro ainda muito nervosa.
- Tem que dar negativo, preciso que seja negativo- levanto do chão e vou até ao banheiro para ver o resultado
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-Oh meu Deus! - coloco as mãos na boca e lágrimas escorrem pelo meu rosto aflito - Positivo! Deu positivo!
Passando alguns minutos ainda não consigo assimilar a ideia de que serei mãe, eu serei mãe do futuro herdeiro da máfia Ndrangheta, é impossível acreditar que dentro de mim tem um pequeno ser que irá crescer cada vez mais. Como irei esconder essa gravidez do Vicenzo? De todos?
Saio de banheiro e deito na minha cama ainda com o teste em mãos. Dois tracinhos. Quer dizer, eu não estou chateada por ser mãe já que é uma das coisas mais lindas do mundo, o problema é que essa gravidez surgiu em um momento errado, onde Vicenzo anda bem mal- humorado.
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Sem me aperceber acabei dormindo de tanto pensar e acordo com alguém me chamando. Abro os olhos lentamente e vejo a bela mulher loira que está sentada na beira da cama, Paola.
Paola: eu já estava preocupada, achei que você morreu no sono- ela diz com um certo alívio- Eleonora disse que você passou mal então decidi vir te visitar
- eu estou bem foi só um mal estar - tranquilizo a mesma
Paola: eu tenho uma coisa para te contar! - seu tom de voz sai animado, super animado , faço um gesto para ela continuar- Eu estou grávida!!!!!
- E eu também estou grávida- falo meio receosa e Paola arregala os olhos levando a mão para boca em admiração
Paola: Quando você descobriu? Vicenzo sabe? Qual vai ser o nome dele( a) ? - a loira me enche de perguntas
- Calma só descobri hoje e não Vicenzo não sabe e não quero contar nada ainda.
Paola: mais você sabe que ele vai acabar descobrir a qualquer momento né?
- eu sei, eu sei, só não precisa ser agora. Trocando de assunto, onde está Sarai?
Paola: ela está na coreia-do-sul foi visitar o seu irmão- ela explica.
Ficamos a conversar durante um bom tempo e Paola só falava do quão ansiosa está para se tornar mãe de mais uma criança, já que ela tem uma filha. E eu, ainda não consigo acreditar que estou grávida.
Grávida do chefe da máfia mais perigosa. Grávida do Vicenzo.