Capítulo II

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•Aurora•

Abro os olhos lentamente e sinto uma dor de cabeça horrível. Olho ao redor e percebo que este não é o meu quarto nem a minha cama. Ainda meio tonta , levanto e vou até a porta e a mesma está trancada.

- Está alguém aí?? Ei socorro, podem abrir a porta!!- grito dando chutes na porta- por favor alguém pode abrir a porta, eu quero ir para a minha casa- continuo a chutar a porta. Sento de frente a porta para ver se alguém está passando. Depois de alguns minutos a mesma é destrancada e aparece uma senhora idosa, acho que ela tem uns 63 ou 65 anos.

Eleonora: bom dia Senhorita Aurora, eu sou Eleonora Romão e sou a governanta da casa do senhor Vicenzo- ela se apresenta com um sorriso meigo

- por favor me chame apenas de Aurora e onde é que está aquele demónio irritante?

Eleonora: o senhor Vicenzo pediu para a senho...ou seja, para você tomar um banho e tomar os remédios que estão na cabeceira e depois para ir ter com ele no escritório - ela informa e me entrega umas peças de roupa. Tomo um banho gelado e por incrível que pareça senti como se todo o cansaço desapareceu em um instante. Tomei os remédios e analisei bem a roupa que me foi entregue.

E parece que é a roupa daquele arrogante, se ele pensa que eu vou vestir uma roupa que ele já usou ele está enganado. Abro a porta do quarto e saio apenas com a toalha, quero nem saber se ele vai ficar irritado. Procuro a porta do seu escritório algo que se tornou uma tarefa difícil já que a casa é tão grande. Ando de um lado para o outro, até que encontro uma porta de ferro preta e entro sem bater.

- Eu quero ir para a minha casa agora- exijo assim que entro e o brutamontes está virado para uma janela transparente que vai do teto até ao chão e dá para ver a linda vista da cidade

Vicenzo: você não vai voltar, já completou 21 anos está na hora de morar comigo- sua voz sai calma e profunda

- Você é mesmo um babaca, como você foi capaz de aceitar a porcaria de contrato estúpido aham? Com tantas mulheres no mundo seu pai foi logo escolher eu?

Vicenzo: não estou com cabeça para lidar com criança mimada, já mandei irem buscar as tuas coisas e ponto final. - ele diz e se vira lentamente e ao me ver só de toalha seu semblante calmo mudou para irritação- PORQUE MERDA VOCÊ ESTÁ TOALHA? - ele grita e vem até mim apertando o meu braço de seguida.

- VOCÊ ACHA MESMO QUE EU VOU USAR A ROUPA DE UM BABACA QUE COMPRA AS PESSOAS COMO UMA MERA MERCADORIA??- grito de volta tentando me soltar dos seus braços o que é inútil já que ele é 4 vezes mais alto e mais forte em relação a mim

Vicenzo: VOCÊ VAI ENTRAR NA MERDA DAQUELE QUARTO E VAI VESTIR AQUELA ROUPA , SE NÃO EU JURO QUE VOU TE COLOCAR A PASSAR A NOITE TODA SÓ DE TOALHA LÁ FORA - berrou o brutamontes e ele me solta com brutalidade me fazendo cair com tudo no chão

- Eu te odeio Vicenzo, você pode me obrigar a casar com você e até ter filhos com você, mas guarda isso na sua cabeça, e-u n-u-n-c-a v-o-u a-m-a-r v-o-c-ê - digo cada letra com uma amargura enorme e me levanto do chão

Vicenzo: eu não preciso do seu amor estúpido- ele diz voltando ao seu tom sombrio e eu saio do seu escritório e vou até ao meu novo quarto.

Pego apenas o moletom e visto, vou até a sacada do quarto e controlo se tem guardas, parece que o caminho está livre. Parece que a única forma de fugir é pular , vou me machucar ? Sim, vou mas vendo pelo lado positivo eu vou poder voltar pra casa.

- ok vamos lá Aurora é só pular- falo para mim mesma na possibilidade de me encorajar- um... dois... e três- conto e pulo da sacada até ao chão, o meu corpo entra em contacto com o chão o que causa uma dor enorme. Sem muita força levanto do chão e corro até ao portão que fica um pouco distante.

Finalmente liberdade!!!

Depois de correr por alguns minutos, chego até ao portão e pelos vistos não tem nenhum segurança, agora o problema é, como é que eu vou pular esse portão. Olho em volta e não tem nada que pode me ajudar a pular, bom... parece que vou ter que escalar esse portão enorme.

Com muita dificuldade tento pular o portão e quando estava prestes a pular ouço aquela voz que me faz arrepiar toda.

Vicenzo: achou mesmo que seria tão fácil fugir de mim principessa- ele diz e eu viro lentamente para olhar aquele demónio - parece que eu vou ter que te castigar

- Você não vai encostar em mim se não...

Vicenzo: se não o quê? Vai me matar, aí meu Deus que medo- Vicenzo vem até mim e sem muito esforço ele me tira do portão e me coloca nos seus ombros.

- Vicenzo me coloque no chão- peço enquanto distribuo vários socos na sua costa e ele me ignora

Ele entra na mansão me carregando e sobe uma longa escada e por fim chegamos até ao sótão. Vicenzo me coloca no chão e abre a porta. O lugar é escuro e imundo.

- Você não está pensando em me colocar aqui né? - questiono com medo, se tem algo que eu odeio são lugares escuros

Vicenzo: agora a rainha da coragem ficou com medinho? Você vai ficar aí por duas semanas e só vai sair quando eu voltar da minha viagem a Itália, você só vai ter direito a uma refeição e o resto do dia você ira beber água- ele diz e agarra meu braço com tanta força que tenho a plena certa que ficará uma marca

- NÃO POR FAVOR, EU JURO QUE EU VOU TE RESPEITAR, MAS NO ESCURO NÃO, NÃO ME DEIXE AQUI!!- berro tentando me soltar e ele simplesmente me ignora e me coloca sentada em uma cadeira e amarra meus braços para que eu não possa me soltar

Vicenzo: nos veremos daqui a duas semanas, então se comporte- ele diz e fecha porta deixando o ambiente mais escuro e assustador

- VICENZO EU TE IMPLORO NÃO ME DEIXE AQUI, ME TIRE DAQUI E EU FAREI TUDO QUE VOCÊ PEDIR!!- grito ainda mais alto para ver se ele abre a porta mas a tentativa é inútil.

Eu te odeio Vicenzo...







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