Lua Sangrenta, Sangrou.

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Minha doce Jaci, chegou tua noite de sangrar
Mas se lhe conforta, meu coração sangra a tempos.
Minha trajetória, mais triste que a da Julliete, é de bradar
Meus sonhos que se transfiguram em pesadelos, se safam dos ventos
Mesmo os ventos que refrescam a alma, são prejudiciais a mim.

Aura de lobo sentida na pele de uma grande aldeia
Aquela noite, onde eu e elas fomos a fera a uivar
Arrancando pedaços do peito de um querido, sem a menor idéia
Afetando a carne, rasgando a alma, ferindo a idéia sob a luz do luar.

Grandes momentos, pequenas e doces histórias
Gargantas laminadas pelo metal que aceso brilha
Guiado por uma fagulha que se alastra, chama ardente de memórias
Garras que cortam a alma, tão quão como corta seu pescoço Charia.
Guilhotina do meu amor, minha doce sina.

Nefastas idéias do fim de tudo que já se turbulentamente fez nascer
Nenhuma que prossegui, mas muitas que cogitei
Nunca tive coragem, porém sendo eu quem sou, pode haver o momento a ocorrer
Ninguém sentiria saudade, ou ao menos é o que tento me convencer.

Insignificante como sou, aquele olhar nunca chegaria a mim
Instiga-me lembrar do conto teu, Jaci
Indagando-me sobre teu amor com seu igual, pai sol Guaraci
Inteiramente vindos de opostos, lunar e solar encontram-se entre si
Isso me faz pensar, se realmente jamais ele olharia para mim.

Fazeres, quereres, dizeres e saberes
Findouros momentos de paz, quanto a pais
Ferro quente sinto a mente, faria a mim os seus quereres?
Fogo arde nos vocais, de quem não se cala, não mais
Felizmente a alguns, infelizmente a mim, honrai os pais, disse um pai...

Ignoro toda sensação se palpitação, toda ansiedade latente
Igualmente desfaço-me da idéia de que, em algum momento, pensou em mim
Instantes correndo maratonas de dias na minha mente, que a toda hora mente
Isso me faz pensar, por qual motivo esse sentimento não tem um fim.

Cansei de te esperar se esclarecer
Cavou uma cova na minha cabeça, preciso sair
Curou alguns traumas, momentos antes de outros trazer
Cativar você foi bom, si que melhor seria se comigo quisesse vir
Claramente, sabemos que eu e você não cabemos a se aplaudir.

Eu me perdi no assunto, não foi?
Elucido-me agora, perdoa-me mãe lua
É que de amores eu falaria por horas, principalmente de um que se foi
Era fácil associar a beleza dele a tua
E claramente, o sangue que jorra de ti, a mim.

Noite lunar, cantando feridas abertas
Nas florestas bruxulentas de minha essência
No noturno feitiço de meus poemas
Norteando-me por sua magnificência

Teria você, uma deusa de poder, chance de deter seu sangrar?
Ticê talvez pudesse lhe ajudar, mas as almas continuam a correr, assim como as lágrimas se vão a despojar
Teimosia a sua, não é? Permanecer no erro e ainda continuar...
Tá bom, esse sou eu, talvez não sejamos tão iguais, mãe luar.

Este sou eu, em plena nudez
Este é meu conto de mais profunda excêntricidade
Estou frente a vocês, sexuando como um antigo conto galés
Estou abaixo da lua, banhado por seu sangue, de toda, uma vez.

Poemas de um coração lilás Onde histórias criam vida. Descubra agora