Piratas Gays (O Poema)

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Tá bom, eu menti
Não são piratas gays, um deles é bi
São náufragos, marujos de um barco voador
Sociais como qualquer ser, cheios de dor
Só que toda vez que o navio bate
Um dos piratas caí em um redemoinho
E lá, sua mente não o deixa sozinho
No meio do mar, girando, sozinho
Sem brisas frescas, ventuinhos
Sozinho, só, ninho
Sem lar, só mente, definho

Se pirata eu não sou
Então como anjo vou voar
Numa nuvem repousar
Mas não posso me afogar
E, eu, sou tão, folgado
Só fugindo de ser afogado
Raiva, rasga, mastiga e engole
A nuvem já não me quer mais
Me cospe, me xinga, "Não vem mais"

E você, navegando em minha direção
Uma besta em constante transmutação
Me mudando de carne, sou sereia então

Pra nadar, e nada me pegar
Pra manter longe e distante
Todos que tentem me salvar
Vou nadar, bem no meio do mar, girando, sozinho
Sem brisas frescas, ventuinhos
Sozinho, só, ninho
Sem lar, só mente, definho

Me olha, não toca
Não tente me alcançar
Só olho nos teus olhos
Esperando tu me salvar
Mas não, não dá
Sou sereio e você pirata
Sozinhos, me caça, definho
Não consigo te alcançar
Girando no meio do mar
Parece que sua lança tenta me matar
Mesmo sabendo, que estou alucinando, no mar
Que sua rede quer me buscar
Parece que tudo quer me deixar
Vem me explicar, se não estou sozinho
Por qual motivo na prancha caminho
Pra me jogar no mar?!...

Só sei caminhar nas águas com você, mas se sua mão desliza, não corta minha brisa, de ser, eu, você, vem me ter, sem viver... Me ver... Me vê.

Obs: Forte Inspiração no livro "Um Milhão de Finais Felizes".

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