Apolo, A Joaninhas

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Estava tão calor, era como se a noite fosse dia.
Era como se teu corpo de Apolo, iluminasse meus olhos de Jacinto.
Eu não sabia muito mais quem eu era, tudo perdeu a cor.
É estranho, na verdade. Tudo desbotado, mas você tão colorido.

Resisti, admito.
Resistência não a você, mas a meu coração.
Relutei em avançar, agarrar e desbravar sua boca.
Resumindo, meu medo era te tornar cinza como aquele mundo.

Ostentando cabelos da cor da noite.
Ouvindo você, sabendo que era real, parecia que o tempo havia parado.
Olhar nos teus olhos, sabendo que era real, parecia irreal.
Outros diriam que sou trouxa, otário, estranho, exagerado.
O engraçado é que não me importa, outros não são você.

Sabe de algo que me arrependo?
Ser um cacto, não uma flor.
Saber que sendo eu quem sou, não tenho néctar.
Sentir que não tenho a agregar.
Só que está tudo bem. Naquele dia eu fui Jacinto e você foi Apolo.

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