Inferno

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Estou orando por você
Uma vez mais, clamo

Tão qual ninguém orou por mim
Estou de joelhos, para te livrar desse inferno

Antes do grego, hebraico, enoquiano ou latim
Meus versos se fizeram profanos, em teu nome terno
Olha nos meus olhos e veja, quanto falta para o fim

Não tem mais frase agora.
Tudo se fará em destilagem.
Estes versos os quais cuspo fora
As gotas de sangue rasgadas em cutilagem.

Eu não quero acreditar
Que eu possa ser pra amar
Pois se eu pensar nisso agora
Não vou querer deixar-te embora

E você tem que ir
Pra não sofrer aqui
E você tem que ir
Pra poder ser feliz

Eu vou te destruir
Como faço comigo todas as noites
Eu vou te destruir
Como faço comigo agora...

Desande de rimas, descarto-as, fim.

No inferno, existem muitos demônios
Que fique claro, o inferno sou eu.

Alguns demônios tem cara familiar
Estes que tem essa face
Pegam a gente na noite de sono
Destroem a mente. Abusam do corpo. Depois abandonam.

Outros são menos perversos, mas não sei se menos traumatizantes
Eles nos dão amor, dizem nos amar ao irmos dormir
Mas nos dilaceram a qualquer deslize
Estes dão a luz, mas cada dia apagam um pouco a mesma

Os demônios da maioria, são os que atormentam
A cabeça fazem loucura
Ao corpo desfazem a força
Atroz, todos eles, a ignorância e o ego os consome.

Quer saber, que se f0dam os que amam
Os que conseguem amar de verdade
São os mais perversos dos demônios
Pois eles mostram o que eu nunca poderei ter
Me forçando correr atrás.

A rima voltou, você escalou mais um pouco, abismou-o-abismo.

Vamos falar sobre os fossos profanos
Governados por reis e príncipes
Reis tão cruéis quanto insanos
E da beleza dos príncipes, o cuspe

Fiz-me forte em bixaria
Dos fossos sou a bruxa
Fervendo em magia
Bate, rebate o que da alma puxa

Sangue, dor e terra de cemitério
Todos juntos pra uma maldição
Minha vida sem sentido, minha mente sem critério
Em cada verso uma contradição.

Pra fechar com chave de ouro, vou falar do inferno o portão
Lá, você deixa suas cargas
Eu as carrego e me arrasto no chão
Pode relaxar, as lágrimas, a carne dilacerada, em todos eu posso dar descarga.

O pior são os amores, que eu só quero ter, mas sei que vou acabar matando.

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