Calhou-me ser o sol
Com todos os demais astros, orbitando a mim ou aos que me orbitam.
Costumeiras voltas, me encobrindo em cerol
Cortante como os anéis de poeira de Saturno, que me orbitam e abusam.Até que é justo que eu não seja outro
As demais estrelas, brilham um amor muito pouco intenso
As nuvens cósmicas, não são tão densas, nenhuma é astro.
As cores dos planetas, não brilham tão forte, não como eu penso.Na verdade, eu sempre amei as luas mais distantes de mim
Noutras histórias, que não as minhas, nunca as toco
Não sabem que na verdade, a imensidão do meu vazio toca-nas até seu fim
Nem as fases da lua escapam de meu focoSe você fosse a lua, seria ela cheia
Sempre refletindo brilho pra mim, mas nunca de forma verdadeira.
Sei que é só eu me apagar, mas assim, a vida não semeia
Sua face é tão bela, tão constante, mas ainda assim, está longe.Ele poderia ser descrito como um eclipse.
É tão poderoso e significante, que marca a memória de tempos
Está sempre a espera, demora pra vir, nem sempre faz-se
Então eu aguardo e choro no escuto, me escondendo do vácuo e seus sussurros em ventos.Isso aí, eu cansei de ser o astro rei.
Isso aí, faço-me a eclodir.
Isso aí, abandono tudo que sei.
Isso aí, eu desisto de tentar persistir.
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Poemas de um coração lilás
PoesíaNeste livro busco trazer minhas poesias feitas até hoje, quando me enxergo plenamente, em reflexão aos antigos textos que já criei (pois aqui terão alguns poucos textos também, fora da estrutura de poema). Este livro conta uma trajetória, uma histór...