Poemas de um coração lilás

A Bixa Sofre

Acordo de manhã, injeção de anomalia
Ala transversais de animalia
Acordes de violino, do corpo humano
Agora sou encanador, mane, mana, mano
Acordando minha alma com necromancia
Arrancando suas entranhas pra necomancia

Não gasto palavras com qualquer magia
Nem meus sonhos com sua falsa bruxaria
Na minha perna, carrego navalha
Na avenida da vida só tem pistola de canalha
No litoral de São Paulo, sou sozinho
Numa imensidão de beleza, eu definho

Garganta seca de tanto falar
Gosto de tentar esquecer que sou o mar
Gay grande não tem lugar
Gentileza gera gentileza
Graças a mim, não existe sutileza
Gorfo demônios e vômito arabescos ondulados
Gesticulou no Vogue, com meu sangue coagulado

Uma vez... O que é aquilo, será a bixa a vencer?
Última tentativa, responde antes do horário bater
Uh, errou feio, bixa não vence, bixa se fode
Uma bixa lixo tem que gostar de se foder
Uma única vez que você não gostar, melhor nem ver o sol nascer.

Sempre fazendo tudo que se pode fazer errado
Seguindo os caminhos certeiros do transviado
Sequência de erros, botânica de línguas
Sugando sua magia, sua alma, seu ser a míngua

Trate de se podar pra ser alguém
Tente ser melhor, mas não passe por cima de ninguém
Toque alguma coisa, menos nesse pau!!
Tá louco porra? Vai pro castigo viado mal.
Teu castigo é sentar, chorar e observar todo mundo melhor que você
Teu castigo é engolir em seco e ver sua felicidade desaparecer

Isso que dá, ser uma bixa imoral
Ignorar os padrões da sociedade que te vê como inatural
Indigno de ser ator, de dó e de doses de amor
Isso viado, engole essa gozada dor
Ih, tá reclamando por que? Bixa nem se quer merecia sentir o quê é amor.

Agora você sabe como andar na encruzilhada
Agora sabe que tem que andar armada
As mentiras que tem que contar pra ser amada
As navalhas que tem que engolir pra não ser amarga