Poemas de um coração lilás

Nenhuma Queixa de Você

Depois que pensei em nós dois(Em você)
Descendo a memórias, tão próximos
Desculpa por me apaixonar por você
De certa forma, somos culpados por estarmos aqui...
Desculpa te pedir pra ficar aqui
Destino nos fez ficar juntos, água e álcool, somos assim
Desistimos pois era melhor pra mim(você, eu, pra mim)
Desistimos pois era melhor pra ti(você, eu, pra mim)

Eu sei andar sozinho, conheço as ruas bem
Entre vielas e becos, sei me proteger
Entrando no mar, é tudo calmo também
Eu antes tinha você pra me ancorar
E agora, só tenho a rua pra me abrigar
E sei que a lua vai me proteger, mas mesmo a luz da lua, não é você...

Somos o conto de um santo feiticeiro
Somos poemas ruins do Brasil inteiro
Somos todo sangue seco que eu vejo
Só quero me perder
Sentir-me queimar
Ser imerso ao mar
Sem sentir medo, sou feito de feitos
Sou fogo no inferno, sou o sal do mar
Sou sozinho o que eu era, mas sem ninguém pra me guardar
Só sobram meus olhos vermelhos
Seco das lágrimas, molhado de sangrar...

Perdão aí
Perdão por ser tão mal
Pergunto se esse é o fim, respondo que sim
Pensando, reciprocidade chegou a algo formal
Pegando os meus cacos, encontrei o pior de mim
Perdão que seja assim, enfim, foi mal...

Essa eu fiz pra nós dois juntos
Encarando nosso reflexo, com um sorriso sem graça
Essa eu fiz pra toda batida de música que eu decorei
E sabia que tu gostava
Essa eu fiz pra nossa despedida, cada dia lindo da nossa história
E sendo essa sobre nosso amor
É também sobre registros de uma linda história

Rasgando minha garganta, sinto o sangue a fluir
Recolhendo os meus monstros, pra conseguir te deixar ir...
Resisto a nós em minha lembrança, mesmo quando estou só
Roguei por minha liberdade, mas ser livre me fez só...
Rosnei aos lobos, pra te amar
Relinchando, dos lobos sou a caça Reencontrei o meu lugar
Resgatei minha escuridão, pois ela sempre foi meu lar...

Ontem eu corri dos meus lobos Olho-me agora, dançando como um louco
Ouvindo sons que me fazem querer caminhar
Outros me achariam louco
Ou até, um sábio tosco
Olhe fundo nos meus olhos
Os nossos momentos, ainda estão lá...

Só hoje já morri umas quatro vezes Sabendo que não sou nada, sentindo nada
Só choro, pois tu chora, sabendo que nois acaba
Silêncio brada.
Só preciso saber fugir de mim
Seguro sua mão, venha comigo
Sinto toda angústia, te faz ir
Sabia que a gente tava perdido...

Obs: Este poema tem inspiração nas música: Monstros, Jão; Não Fosse Tão Tarde, Lou Garcia; Olhos Vermelhos, Jão; Hiroshima, Agnes Nunes; Essa eu fiz pro nosso amor, Jão; Foi Mal, Urias.