Cap 18 - A Idade É Só Um Número

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Assim que saiu da praia, Laura resolveu se dar um "dia de noiva". De férias, foi ao salão. Fez as unhas, pintou os cabelos, fez uma massagem... saiu de lá revigorada e, literalmente, brilhando, por conta do óleo da massagem. Ao chegar em casa, ainda decidiu tomar um banho de imersão e chegou a cochilar na banheira, tamanho o relax.

Marcou o café com Cadu numa lanchonete que espalhava mesas na calçada em frente e aceitava pets. Aliás, cada vez mais lugares estavam aceitando os bichos de estimação, e ganhavam o selo pet friendly, e ela achava isso ótimo pois, para muita gente, os bichinhos eram praticamente membros da família. Até porque muitos deles se comportavam melhor do que muita criança pequena...

Quando chegou, ele já estava lá, dando petiscos para Rita Lee. Se levantou e trocaram dois beijinhos.

- Vou me apresentar formalmente agora. Prazer, Carlos Eduardo.

- Oi, Carlos Eduardo. Você prefere Cadu? Carlos? Eduardo? Edu? Seu nome permite muitas variações...

- Cadu tá ótimo. Só a mãe da gente fala o nome composto inteiro, né? – ela riu.

- Tem razão. E fala geralmente seguido de uma bronca. E como está a Rita Lee? – se abaixou fazendo um carinho nela, que se sacudiu toda e tentou lamber sua mão.

- Tá ótima, sem traumas da experiência. Mas me surpreendeu ela ser tão sociável com você. Geralmente, ela é mais arredia. Com mulher, principalmente.

- Bom, então foi gamação à primeira vista pra nós duas... não é, Rita Lee? Você é muito linda, eu já te disse isso! – e fez carinhos nas orelhas da cadela, que ficou sobre as patas traseiras, querendo subir em seu colo.

- Rita Lee, não, se comporte! Deita! – ela ignorou a ordem ríspida e continuou lambendo a mão de Laura. – Putz! Perdi a minha moral com ela... e a culpa é sua.

- Ou então sua mesmo... deixa eu tentar... – e falou docemente com a cadela – Rita Lee, chega, meu amor... deita, vai descansar... – e a bichinha obedeceu. Cadu a olhou, admirado. – Às vezes, é só o jeito de falar. Não dizem que o mel atrai mais do que o vinagre?

- Nem bem nos conhecemos e você já está me enquadrando... – colocou a mão no peito, fazendo tipo um mea culpa – você tem toda razão. Essa formação militar que eu tive é que não sai de mim...

- O bom de sermos humanos é que podemos aprender e evoluir sempre, não é mesmo? – e piscou um olho. Ele não soube dizer se ela o criticou, mas preferiu deixar passar. Se Rita Lee gostava dela, já era uma grande coisa.

Se sentaram e Cadu lhe entregou o cardápio:

- Essa cafeteria é muito boa, viu... eu recomendo as panquecas, eles têm tudo quanto é tipo de recheio, salgado e doce!

Laura começou a ver as opções e, quando levantou os olhos, topou com o olhar intenso e interessado de Cadu. Sentiu um arrepio de prazer e desviou, gaguejando:

- Ahn... eu gosto de tudo, um cardápio desses é uma sofrência pra escolher...

- Pode pedir o que quiser. É por minha conta.

- Nada disso, Cadu, vamos dividir.

- Nem pensar, Laura. Eu convidei. É um agradecimento pelo que você fez.

- Mas eu não fiz nada, ué, apenas segurei a Rita Lee.

- Muita gente não faria nem isso, ia enxotar ela e ela ia seguir perdida. E eu não sei o que faria se a tivesse perdido mesmo... – seu olhar escureceu, e Laura percebeu um tremor na voz. E ela se deu conta de como a cadela era mesmo importante. Não se conteve e colocou sua mão sobre a dele:

Quase 50tonaOnde histórias criam vida. Descubra agora