Cap 8 - Ele ainda pode...

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Alguns dias se passaram até ela criar coragem para ir de novo fazer o SUP. Depois de Sílvia e as outras a atazanarem para "correr esse risco e ser feliz", ela foi.

Ao chegar na barraca de SUP, viu Luiz conversando com uma garota de um jeito um pouco íntimo, e aquilo a abalou: "O que você queria? Que ele estivesse sentado na areia com uma plaquinha pendurada no pescoço escrito 'sou da Laura?' Fala sério, Laura!". Resolveu não fazer mais o passeio e seguiu em sua caminhada na beira do mar. Mas Luiz a viu e veio atrás, chamando-a:

- Oi, Laura, tudo bem? – ela se forçou a se virar, sorrindo e fingindo surpresa. Seria melhor fingir demência! Ela era péssima nisso!

- Oi, tudo. E você?

- Luiz, lembra?

- Sim, claro, Luiz. Como andam os negócios?

- Muito bem. No verão sempre bomba, mas todos os outros meses também são bons. Tem gente que vem três vezes por semana, faz como se fosse exercício.

- Ah, legal...

- Hoje você não vai encarar?

- Ahn, não sei... estou meio preguiçosa...

- Ah, vamos nessa, o dia está tão bom, e o mar nem está gelado. Tá ideal!

- Tá, eu vou, mas vou pagar normal, ok?

- Claro, sem problemas!

Laura voltou com ele para a barraca e passou pelo mesmo ritual: coloca colete, pega remo, vai pra água, passa a arrebentação, sobe na prancha, deita na prancha, senta na prancha, ajoelha na prancha, tenta se levantar e... tchibum!, despenca da prancha. Luiz, sempre atento, a segurou de novo. E, de novo, seus corpos se encostaram. A diferença é que ela caiu meio desajeitada e engoliu um pouco de água, e tossiu:

- Você tá legal, Laura? – ela fez que sim com a cabeça, ainda tossindo, meio sem fôlego. Ele a segurou mais firme e a levantou um pouco para respirar melhor. – tenta respirar fundo, se acalma. – ela sorriu e respondeu, a voz meio rouca:

- Eu estou calma, só bebi um pouco de água.

- Vem, se apoia aqui na prancha – ele a conduziu com a mão em sua cintura, ela colocou os braços em cima da prancha e descansou. – Tá sentindo alguma coisa?

- Um preguiça atroz! – ele riu – Eu te avisei... Eu bem preferia ficar deitada nessa prancha, pegando um solzinho. E só.

- Tentador mesmo... se eu pudesse, ficava com você... Laura, posso ligar pra você depois? Pra, sei lá, a gente tomar um café?

E foi assim, na lata, que ele revelou seu interesse. Laura, pega de surpresa, não soube o que responder. E respondeu com uma pergunta péssima:

- Quantos anos você tem, Luiz?

Ele sorriu, revirando os olhos:

- Pelamor... você não pode ser dessas...

- Como assim, dessas?

- Dessas que dá bola pra idade! Não que isso importe, mas como você perguntou, eu respondo: 37.

Quase 13 anos mais novo... "Podia ser meu filho, caceta!... Se eu tivesse sido mãe adolescente, claro..."

- Você acha uma boa ideia?

- Não convidaria se não achasse... Você é uma mulher muito atraente, Laura...

Ela, claro, ficou ruborizada. Estava mesmo muuuuito destreinada. E, ao mesmo tempo, não tinha vontade de fazer joguinhos de sedução. "I'm too old for this shit".

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