Escalando a Lista Negra

MIRANDY 11

— O que deu nela? – Dandara questiona sem entender nada.

Andreah vai atrás de Miranda, e quando chega à sala, percebe que a mulher já havia ido embora. Dandara se aproxima.

— Miranda tem razão, misturar casa com trabalho é uma péssima escolha, é muito amadorismo da minha parte. – Andreah conclui sem Miranda ter dito nada. Apenas baseado no que Andreah pensa que conhece da mulher.

— Ah, então Miranda foi embora só porque eu entrei no escritório. Nossa, que desnecessário. – Dandara revira os olhos. — Que velha chata.

— Não é ser chata, ela está certa, isso precisa de concentração, detalhes por detalhes perfeito e você atrapalhando, acaba fazendo perder a linha de raciocínio.

— Nossa! Como puxa saco da Miranda. – Dandara beija o rosto da amiga, saindo. Ela tem um encontro romântico.

Andreah se joga no sofá, pensa na pequena troca de farpas que teve com Miranda. Achando-a tão cretina e filha da puta. A jovem sorrir, pega o celular e reclama com Irv sobre a falta de profissionalismo de Miranda. No dia seguinte Andreah se encontra extremamente ansiosa. Ela envia mensagem para sua equipe informando que nos dias que Miranda estiver lá, ela não quer que eles vão até o apartamento. Citou a situação com Dandara, explicou o quanto Miranda e metódica. Eles entenderam de boa e entraram em acordo que durante o horário de reunião das duas ninguém aparecerá lá.

Hoje Andreah não se produziu tanto quanto no dia anterior e se sentiu uma babaca por ter tentado impressionar a mulher.

A campainha toca, pelo horário Andreah sabe que é Miranda, vai até a porta para abri-la.

— Ouve um imprevisto, precisei trazê-las. – Miranda profere assim que a porta é aberta.

— Certo. – Andreah fala surpresa por ver as gêmeas a sua frente. Ela não sabe como reagir.

Andreah da passagem para elas. As duas ruivas analisam a sala igual como Miranda fez no dia anterior. Andreah da um pequeno sorriso com a comparação. "Tal dragão mãe tal dragãozinho filhas." Pensa Andreah sorrindo mais aberto.

— Vocês peguem seus livros e fiquem sentadas. – Miranda ordena para as filhas que as obedecem.

— Se quiserem assistir tv também, fique a vontade. – Andreah complementa tentando ser simpática.

Andreah segue caminho do escritório e Miranda a segue.

— Me desculpa pela invasão de ontem da Dandara, Miranda, acabou nos atrapalhando, mas já conversei com ela sobre isso. Não teremos mais interrupções.

— Quem escuta falar assim, nem cogita que você ligou para Irv dizendo que eu não fui profissional. – Miranda revira os olhos.

— É porque ela não fez nada demais e a gente estava começando a falar do projeto.

— Pouco importa Andreah. – Miranda se sente impaciente. — Eu gosto de profissionalismo.

Andreah sentiu Miranda diferente, e deduziu que é porque ela não queria estar ali e estava obrigada. O que é compreensível.

— Eu passei a noite toda lendo o projeto, Miranda, e achei simplesmente genial, você é espetacular. Acredito que ninguém teria uma ideia tão maravilhosa assim. – A jovem fala entusiasmada.

Miranda observa Andreah falar sobre o trabalho dela e aquilo deixou a mulher um pouco sensível, lisonjeada, ela estava se sentindo tão diminuída, principalmente com toda essa situação e vê que mesmo diante de tudo, Andreah não desmerece seu trabalho em nenhum momento é supreendente. É reconfortante para a mais velha.

Elas começam a debater sobre o contrato, sobre aquelas linhas de letra pequena que há nele; Runway não tinha tantas exigências, a maior era a exclusividade, uma vez Andreah fechando contrato, não poderia fazer parceria com nenhuma outra revista. Mesmo de outros nichos, seja de revista de noivas a de cama, mesa e banho. Já Andreah, exigia bastante, principalmente de Miranda. Elas refizeram o contrato, acrescentaram clausulas, editaram outras e assim seguiu boa parte do tempo delas entre debates de uma clausula e outra, ora alfinetadas entre elas, discordância.

Andreah olha para o relógio, mexer no contrato tomou bastante tempo delas realmente. A jovem se estica, sentindo seus músculos travados.

— Suas filhas não estão com fome não, Miranda? – Andreah interrompe.

Miranda olha para a hora, balança a cabeça em concordância e pede alguns minutos para Andreah que balança a cabeça positivo. A mulher sai do escritório, vai para sala onde as meninas estão. Andreah vai apenas até a porta do escritório e parada lá fica observando a mais velha sugerir algumas opções de fast food.

— A gente está sem fome. – Carolina responde e Cassidy balança a cabeça em concordância.

— Já é bem tarde meus amores, não podem ficar sem jantar. – Miranda fala docemente.

Andreah sempre se encantou com esse lado mãe de Miranda, até a voz da mulher ficava suave e aveludada, diferente de como era na revista ou com qualquer outra pessoal, a atenção que Miranda mesmo atarefada dava para suas filhas é notório na mulher. Miranda se esforça muito para tentar ser uma boa mãe. Isso Andy admirava demais e não tinha o que criticar.

— Está tudo bem? – Miranda pergunta a Cassidy enquanto alisa um lado da bochecha da garota. Cassidy apenas balança a cabeça em concordância. — Tem certeza? – Insiste a mulher.

— Uhum! – A garota responde olhando para a tv.

— Então eu vou pedir um sanduiche com batatas frita para vocês. – Miranda fala sorrindo. Como se tentasse animar a filha. — Não é dia do lixo, mas eu deixo. – Ela completa piscando brincalhona.

— Não estamos com vontade mamãe, ainda mais comida de rua. – Caroline responde.

— Desculpa interromper, mas eu também estou morrendo de fome, por que a gente não faz um jantar rápido para nós quatro, Miranda? – Andreah aproxima das três. Ela deduz que Cassidy está com algum problema de saúde, alguma virose ou coisa assim.

— É uma boa ideia. – As gêmeas falam em uníssono.

Andreah levanta as duas sobrancelhas aguardando ansiosa a resposta da mulher. Miranda se levanta do sofá, olha para Andreah e balança a cabeça em concordância.