MIRANDY 34

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Andreah entrega a chave do carro para o manobrista. Guia Miranda com a mão na lombar dela. Gesto automático, mas então a jovem se dar conta, ela tira sem jeito. A recepção para as duas não tinha como não ser das melhores, afinal, era a Miranda Priestly, e a grande surpresa, era que era Andreah Sachs também estaria em seu restaurante.

As duas sentam-se, e logo são servidas com o melhor vinho. Assim que as duas ficam as sós, os olhos delas se procuram. Elas nunca tinham tido um jantar só delas mesmas, apenas as duas. O primeiro encontro real, elas estavam nervosas e só agora estão se dando conta desse nervosismo.

— Conseguiu resolver o problema na revista? – Andreah quebra o silêncio.

— Meia dúzia de incompetentes fez atrasar o lançamento, mas conseguimos contornar sem grandes gastos para o bolso de Irv. – Miranda revira os olhos.

— Ele segue sendo um calo no seu pé? – Andy questiona admirando a postura elegante da mulher. Céus, como Miranda pode ser tão fina?

— Isso se tornou o provedor de sua libido. – Ela balança a cabeça em negação.

Então o silêncio se tornou presente, mas dessa vez, elas se encaram intensamente, era como se elas quisessem tocar em um assunto proibido, mas não sabiam como fazer. Esse silêncio e troca de olhar foram interrompidos pelo garçom servindo-as.

— É muito difícil eu me sentir culpada por machucar alguém, Andreah. – Miranda quebra o silêncio após o garçom se retirar. Andreah faz menção de falar algo, mas Miranda a faz parar com um levantar de mão. — Eu não sou uma pessoa boazinha. Mas, eu sempre tento ser justa. Sei reconhecer quando sou injusta e sei recompensar. Mas a maneira como fui injusta com você, não tem como eu recompensar, apenas assumir que errei. E que eu jamais deveria ter usado da sua insegurança para te ferir e te fazer se sentir como eu estava sentindo. – Os olhos de Miranda não desgruda nenhum momento dos da Andreah.

— Você me prejudicou muito. – Andreah desabafa.

— E você sempre mostrou o quanto é capaz, objetiva, decidida e focada em vencer. Do jeito das poucas pessoas que eu admiro.

— É, eu consegui dar a volta por cima.

— Conseguiu. – Miranda sorrir orgulhosa da garota. — Conseguiu também deixar a mágoa que sente por mim, para trás? – O olhar de Miranda é intenso. — Eu não voltei atrás em tudo que eu disse naquele dia que estive em sua casa pela ultima vez.

— Por que você não contou que agiu como agiu, por pensar que Dandara fosse minha namorada? – A jovem insiste em querer saber o motivo disso.

— Eu pensei que você conseguiria conectar as peças e entender o que motivou a agir de maneira tão infantil. – Miranda revira os olhos. — Afinal, você sempre conseguiu se adiantar sobre o que eu precisava, sempre conseguiu me ler como nenhum outro foi capaz.

— Eu não estava conseguindo nem me ler. – A jovem suspira.

— Eu me senti envergonhada. – Miranda confessa desviando o olhar.

— Mas pelo menos agora eu sei que você não é bipolar. – A jovem sorrir sem mostrar os dentes. — Eu quero você, mas, quero ir com calma, quero ter a certeza que não vou me machucar de novo.

As duas sorriem, Miranda balança a cabeça em negação. Estava sendo uma conversa franca, leve e sem cobranças, sem culpa, era algo diferente para ambas. Mas era bom.

— Acredito que possamos ir com calma, nos conhecermos sem a máscara de chefe-editora. – A mulher sugere depois de um silêncio.

— E muito importante, a gente começou um pouco errado!

— Sem assédios. – Miranda olha intensamente para Andreah. A jovem lembra da primeira vez das duas... — Sem conclusões precipitadas. – Miranda desvia o olhar. — Eu gosto de você. Realmente me sinto apaixonada por você, mas, você está certa, precisamos ir com calma, pelas minhas filhas, pela mídia, por toda a questão que possa nos afetar no profissional e pessoal.

— Você cogita um relacionamento público? – Andreah não esconde a surpresa.

— Eu não tenho idade para namoricos, Andreah. – Miranda revira os olhos.

— Idade não significa nada, Miranda. – Os olhos da jovem brilham. — Mas, bem, eu sou uma mulher, mesmo que seja diferente, eu sou mulher.

— Mas, para torná-lo publico, precisamos ir com calma no sigilo e ver se nossas diferenças são menores que o desejo de estarmos juntas. Claro, se você quiser. O que eu deduzo que sim, pois, não me convidaria para um jantar, caso não quisesse tentar.

Andreah balança a cabeça em concordância com os olhos em alegria, percebendo que para Miranda o fato dela ser uma mulher é insignificante. Ela queria, ela realmente queria arriscar mais uma vez, apostar todas as suas fichas nesse romance que começou de maneira torta. As duas brindaram em uma troca de olhares intensas.

— Você me deixa em casa, e fica com o carro, me devolve quando vier devolver minhas filhas. – Miranda fala enquanto aguardam o manobrista com o carro.

As duas entram no carro, Andreah no banco do motorista. Miranda se sentia bem com a Andreah sendo uma gleitman. A mulher morde o lábio inferior. Elas seguem para a mansão.

— Você não quer dormir lá em casa com as meninas? – Andreah olha para Miranda intensamente.

— O combinado é ir com calma. – Miranda retribui o olhar intenso de Andreah.

— Talvez a gente possa repensar até onde vai essa calmaria enquanto nos conhecemos melhor. – Andreah fala tirando seu cinto, já estacionada em frente à casa da mulher.

— Talvez não. – Miranda lambe os lábios. — Sem pularmos etapas.

Andreah não consegue mais se concentrar em nada além dos lábios úmidos de Miranda. Sua boca é tão convidativa. A jovem leva a mão esquerda para nuca de Miranda e a puxa para um beijo acalorado e intenso, cheio de saudades. Os movimentos de suas bocas são lentos, uma saboreando a língua e gosto da outra. Andreah arrasta o lábio inferior entredentes, fazendo Miranda suspirar. As duas se encaram ofegantes.

A jovem puxa Miranda para mais um beijo. A outra mão aperta forte a cintura de Miranda. As mãos de Miranda segura à cabeça de Andreah. Elas não queriam se desfazer do beijo.

— Me deixa entrar? – Andreah pede arrastando seus lábios pelo pescoço de Miranda.

A mulher sentia sua pele queimando de desejo, então ela grunhiu sentindo a mão de Andreah agarrar um de seus seios. Naquele momento, Miranda suspirou, fazendo seus seios provocarem curvas deliciosas em seu decote. Andreah não se conteve, mergulhou a cabeça no decote de Miranda enquanto puxava o vestido tomara que caia para baixo, expondo os seios brancos de Miranda. Os lábios de Andreah movimentavam por eles enquanto Andreah puxava Miranda mais para si pela cintura. Os braços de Miranda puxava Andreah para si com vigor. O amasso das duas estava delicioso para ambas.

— Precisamos parar. – Miranda sussurra ofegante. — Não posso ficar me agarrando dentro do carro com se fosse adolescente.

A mulher respira fundo, arrumando seu vestido, cobrindo seus seios. O olhar carregado de Andreah deixava Miranda desnorteada, a mulher se sentia desejada pela garota. Sentia sua pulsão castiga-la por dentro da calcinha.

— Você vai me deixar assim? – Andreah pergunta beijando o pescoço de Miranda novamente. Fazendo a mulher se arrepiar.

A jovem pega uma das mãos de Miranda e a guia até seu pau duro dentro da calça. A mais velha suspira fechando os olhos em excitação.

— Quase tenho pena de você. – Miranda o aperta recebendo os beijos em seu pescoço.

— Podemos ir com calma depois. – Andreah suga o lóbulo da orelha de Miranda.

A mulher se vira para Andreah, toma seus lábios com fúria e desejo, elas iniciam um beijo selvagem e arrebatador. Miranda arrasta o lábio de Andreah entredentes. E antes mesmo que Andreah abrisse os olhos, a mulher sai do carro. Fugindo de Andreah.

Escalando a Lista NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora