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Eu estava jogada no sofá da casa da minha melhor amiga como se fosse minha própria casa. Eu não conhecia ela a tanto tempo para poder dizer "nós somos amigas desde a infância", a verdade é que nossa amizade foi se formar apenas na faculdade, já que estávamos fazendo o mesmo curso.

Apesar de nossa amizade não ser de infância ou de anos, tínhamos uma intimidade e confiança uma na hora gigante, então sempre que eu estava em sua casa, era como se eu estivesse na minha, e vice-versa.

A platinada estava enroladíssima enquanto preparava a comida, arrumava a casa e arrumava a si própria. Eu me ofereci para ajudar na arrumação diversas vezes, mas ela negou todas elas.

O motivo de tamanha ocupação era o irmão dela que iria a visitar depois de um bom tempo sem nem sequer falar com ela.

Vez ou outra, entrávamos no assunto de seu relacionamento com o seu irmão, e ela me contava que quando mais novos, tinham vários problemas, mas com o passar do tempo, criaram maturidade e agora estavam bem um com o outro.

– Toma, experimenta e vê se está bom. – Ela vinha em minha direção com uma colher cheia do estrogonofe ainda sem molho que ela estava fazendo.

– O frango está meio cru e está faltando um tiquinho de sal e tempero, mas está bom.

– Ai que inferno! – Praguejou, voltando para a cozinha que dividia o ambiente com a sala.

– Amiga, deixa eu te ajudar. – Invadi a cozinha, empurrando ela da frente do fogão, ouvindo ela reclamar. – Volta pro quarto e se arruma, eu assumo daqui.

Ela saiu sem responder, apenas bufando e obedecendo, indo para o banheiro tomar um banho, pois já estava fedida de tanto arrumar a casa e suar com isso.

Eu sempre tive um bom talento para a cozinha, então já era garantido que aquele estrogonofe ficaria maravilhoso. Ainda quando no ensino fundamental, eu pretendia fazer uma faculdade de gastronomia e talvez me especializar em confeitaria, mas acabei tomando outro rumo.

Como eu já sabia onde ficava cada talher e também os utensílios daquela cozinha, não foi difícil me imaginar em uma prova do master chefe enquanto ajeitava o estrogonofe.

Aproveitei também para ajeitar o arroz que por pouco não virou uma papa, Senju realmente não tinha jeito algum para fazer comida, mas isso era bom, demonstrava que a gente se completava, o que uma não sabia fazer, a outra fazia com excelência, isso em vários aspectos.

Ela saiu do seu quarto com uma roupa bonita porém simples, afinal, estava esperando a visita apenas do seu irmão, não era alguém tão diferente para ela precisar usar uma de suas melhores roupas.

Dei um pouco do estrogonofe para ela experimentar, vendo a garota dar uma de Ana Maria Braga enquanto girava em volta de seu próprio corpo fazendo um barulho em satisfação.

– Garota, é por isso que eu te amo! Isso está uma delícia.

– Era só ter deixado eu te ajudar desde o início. Aproveitei e fiz um brigadeiro de colher também, ele tá esfriando na geladeira. Não sei se podia usar o leite condensado que estava guardado, mas qualquer coisa, mando dinheiro pra você comprar outro.

– Ai, se não fosse você me ajudando, com toda certeza o haru ia humilhar a minha comida. – Falou se escorando no armário da cozinha enquanto eu ria.

– Bom, agora eu vou ir embora. Já já o "haru" chega e eu não quero estar aqui de penetra. – Lavei minhas mãos após dizer, as secando no pano de prato jogado em cima do balcão.

– Tem certeza que não quer ficar e comer? Ele não vai se importar, e caso ele se importe, problema total e único dele.

– Não, é um encontro de irmãos, não tem porque eu estar aqui. Beijos gatinha, depois me conta como foi. – Beijei a bochecha da platinada e peguei minha bolsa, saindo do apartamento antes que ela pudesse fala algo mais.

𝐁𝐫𝐢𝐧𝐠 𝐲𝐨𝐮 𝐭𝐨 𝐦𝐲 𝐡𝐞𝐥𝐥 - Sanzu Haruchiyo Onde histórias criam vida. Descubra agora