𝐁𝐫𝐢𝐧𝐠 𝐲𝐨𝐮 𝐭𝐨 𝐦𝐲 𝐡𝐞𝐥𝐥 - Sanzu Haruchiyo

3.0

Capítulo não revisado, me perdoem caso haja algum erro e boa leitura!

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Assim que entramos no apartamento, o homem de cabelos rosados e o nariz com uma cor que se aproximava do seu cabelo - por conta das drogas que havia inalado - criou coragem para falar.

– O Ran veio conversar comigo. Ele fez questão de jogar na minha cara o que eu já imaginava que uma hora ou outra fosse acontecer. – Ele falou naquele seu mesmo nervosismo de minutos atrás.

Nesse momento o meu coração gelou. Senti um arrepio frio correr por todo o meu corpo e quase paralisei imaginando que ele havia contado sobre o beijo, ou melhor, os beijos.

Mesmo com medo, apenas o ignorei e entrei no banheiro social da casa, trancando a porta atrás de mim e tirando a minha roupa na intenção de tomar um banho, sem responder o homem.

A água morna escorria pelo meu corpo fazendo contraste com o gélido medo e arrependimento. Não acreditava que tinha confiado no Ran e na primeira oportunidade ele havia contado sobre tudo provavelmente para poder se gabar, sentia ódio pelo homem.

Mas, ao mesmo tempo, minha mente tentava me convencer de que se o Ran tivesse falado sobre, as coisas não estariam tão calmas. Minutos antes na recepção estava um barulhento caos, a minha relação com o Sanzu estava um caos e nada ali tinha um pingo de tranquilidade. Mas ainda assim, estava tudo muito calmo.

Fiquei naquele banho o tempo que julguei necessário para colocar a minha cabeça no lugar e pensar no que eu falaria para ele. Ainda não havia conseguido decidir por pré julgamento se o Ran o contou ou não, eu só saberia no momento em que conversasse com Sanzu.

Sai apenas de toalha do banheiro, vendo que o homem não me esperava na porta e suspirando em certo alívio. Passei pela sala podendo ver de relance ele sentado na varanda do apartamento.

Fui até o quarto e troquei de roupa, colocando algo mais confortável e quente. Não estava tão frio, mas eu sentia a necessidade de ter algo que pudesse me confortar e sustentar o futuro frio na barriga que eu teria com essa conversa.

Peguei também um maço de cigarro pela metade que achei na gaveta do móvel ao lado da cama. Andei em passos lentos até a varanda, me sentando na poltrona distante a de Sanzu, pegando o isqueiro guardado junto aos cigarros e acendendo um, tragando enquanto observava a noite iluminada pelos prédios ao redor, sem encarar o homem.

– Estou esperando você falar. – Quebrei os poucos minutos de silêncio que mais pareciam uma eternidade, ouvindo o homem suspirar pesadamente.

– Na conversa ele não entrou em detalhes por respeitar a confiança que você teve nele, mas ele me contou que você ficou extremamente chateada com tudo o que aconteceu.

– Ah, e você não conseguiu perceber sozinho?! Que maravilha, Akashi. – Falei incrédula com a incapacidade dele de saber identificar o sentimento alheio sozinho, ao menos senti um alívio e gratidão por saber que Ran não havia dito nada, sabendo que ao menos ele era uma pessoa de confiança.

– Se eu não tivesse percebido, não teria o porque te ligar quinhentas vezes e mandar mensagens pra você igual a um louco. O problema é que você não tem confiança em mim, o problema é que ao invés de sentar e conversar comigo, preferiu logo ir correndo contar tudo para o Ran.

Ri sem conseguir acreditar naquilo que estava ouvindo. Passei a mão por meu rosto como se aquilo fosse me ajudar a me acalmar, novamente tragando o cigarro antes de responder o mais velho, pensando se naquele momento eu preferia ter paz ou ter razão.

É óbvio que eu escolhi a razão.

– Não, Sanzu, sabe qual é o verdadeiro problema? O problema é que você é extremamente egoísta, se droga a porra do dia inteiro, me trata mal e ainda transfere a culpa pra mim por não conseguir ter uma conversa com você. Esse é a porra do problema!