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Capítulo não revisado, me perdoem por qualquer erro e boa leitura!

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Era apenas cinco horas da manhã quando eu acordei com o barulho insistente no cômodo ao lado. Abri os olhos lentamente e percebi que o outro lado da cama estava vazio.

Levantei exausta tentando entender a origem daquela bagunça sonora que eu infelizmente ouvia. Abri a porta do quarto e pude ver o homem derrubando a casa inteira apenas para abrir uma lata de carne para gato.

Ele cantarolava uma música impossível de ser identificado ainda sem perceber que eu o observava. O cheiro de café que acabava de ser passado se misturava com o cheiro forte de cigarro enquanto ele colocava o pote no chão e Smirnoff o encarava com olhos redondos e brilhantes esperando por sua comida.

Parecendo um zumbi com o cigarro de canto entre os lábios e uma caneca lotada de café morno ele voltou os olhos dilatados para mim. Retirou o cigarro da boca com a mesma mão que segurava o café e deu mais um gole, se aproximando de mim e deixando um beijo em minha testa.

– Perdeu o sono?

– Impossível não perder com você derrubando a casa inteira.

– Mentirosa, eu só derrubei uma colher, o controla da televisão, o meu celular...

– E aparentemente uma caneca cheia de café também, né? – falei olhando os cacos da cerâmica afogados no café que molhavam o chão e que tingiam também a camisa branca do homem.

– Isso ai já foi aquele monstro ali. Acredita que eu estava bebendo o café e ele voou na minha mão pedindo comida? – Mentiu, ele apenas não conseguiu sustentar o peso da caneca e derrubou.

– Acredito sim. Fiquei sabendo que ele também foi responsável pela queda da união soviética e por dar um tiro no papa.

– Eu sempre falei que gatos são assustadores. – Seu rosto nem sequer tremia por falar tantos absurdos, cinismo era um de seus pontos fortes.

– Para de se empanturrar de café a essa hora e vamos dormir, o que acha? – Peguei a caneca com cuidado da mão dele vendo tragar profundamente o cigarro que já estava por sua metade.

– O que eu mais queria agora era enfiar a cara nos seus peitos e dormir até as três, mas não posso, tenho que trabalhar.

– Você não estava de "licença" por tomar um tiro e não poder se esforçar?

– Pra você ver. Acho que nem se eu fosse CLT seria tão explorado quanto eu sou aqui.

– Mas precisa ir assim tão cedo? – Ele apenas forçou um sorriso em confirmação antes de beber o restante de café todo de uma só vez.

Por um breve momento eu tive a sensação de que, na verdade, ele estava apenas me evitando, fugindo de mim para que não acabássemos conversando sobre ontem.

Sanzu não era idiota, ele sabia bem que eu já havia notado como ele estava e ele sabia também que não estava bem, mas era como Senju havia dito, ele havia deixado de se cuidar totalmente de propósito e se aquilo acabasse acarretando sua morte, bom, acontece.

– Vou só tomar um banho e já estou saindo. Volta pro quarto e vê se dorme. Não sei que horas eu volto pra casa então não precisa me esperar. – Falou rapidamente deixando a caneca em cima da pia sem nem sequer passar uma água.

– Ah, está bem. – O respondi sem ânimo algum. O homem veio em minha direção e agarrou meu rosto com ambas as mãos, me dando um selinho de certa forma bruto.

– Te amo, tá? Desculpa por ter te acordado. – Sem nem me dar uma chance de responder, se enfiou no banheiro comum da casa me deixando sozinha.

Havia momentos em que eu me perguntava onde estava o antigo Haruchiyo que eu havia conhecido, mas logo me ligava que, na verdade, ele sempre foi assim, apenas não tem mais forças para tentar esconder.

𝐁𝐫𝐢𝐧𝐠 𝐲𝐨𝐮 𝐭𝐨 𝐦𝐲 𝐡𝐞𝐥𝐥 - Sanzu Haruchiyo Onde histórias criam vida. Descubra agora