9 - Benjamim

36 3 0
                                    

Dona Lídia chegou cedo, o que me deixou surpreso e cismado. Quando a vi saindo hoje, vestida daquele jeito, não ajudou em nada na minha tentativa de parar de imaginá-la. Sei que sou um cretino por pensar nela assim, afinal, ela é minha chefe e, além de tudo, casada, mas, porra, ela é muito linda.

Preciso encontrar alguém e resolver essa confusão toda antes que as coisas saiam do meu controle.

Ouço um barulho alto vindo da casa principal e me levanto rapidamente. Olho pelo basculante e consigo ver a madame graças ao janelão da cozinha. Coloco uma bermuda e decido ir até lá ver se precisa de ajuda. No caminho, vejo o cachorro deitado numa cadeira perto da piscina, mas decido ignorá-lo; ele parece quase morto de tão cansado.

Abro a porta e entro, ela tá falando sozinha, se xingando e logo depois pedindo desculpas por isso. Quando me vê, ela sorri e...

Meu Deus, essa mulher vai acabar comigo!

— Olha só! Eu te acordei? — ela pergunta, lutando com uma lata.

— Deixa que eu abro pra senhora.

Me ofereço, pegando a lata das suas mãos com cuidado. Ela concorda e se acomoda na bancada da cozinha, seu vestido sobe alguns centímetros e eu tento não olhar para suas coxas grossas e bronzeadas.

— Só vou deixar porque me sinto alta o suficiente para fazer isso, mas eu gosto de terminar o que começo, Ben.

Olho para ela ao me chamar de Ben. Sua voz soa sexy pra cacete, fazendo com que uma pontada de dor me acerte em cheio lá embaixo. Engulo em seco enquanto a madame continua falando.

— Sabe, Ben, hoje eu definitivamente coloquei um ponto final nessa minha vida de boates. — Ela ri. — Já fui muito boa nisso, mas devo admitir que não faz mais parte de quem sou.

— Foi tão ruim assim, madame?

— Não foi de todo ruim. Eu peguei alguém, pelo menos isso foi bom. Ainda falam "pegar", não é?

A lata de tônica escapa e cai na pia, começando a espumar sem controle. Eu xingo, tentando agarrar a maldita antes que ela cause mais estrago, mas ela pula em direção à torneira, que parece entrar em erupção, esguichando água para todo lado. Dona Lídia, num reflexo rápido, se enfia entre a pia e eu, tentando bloquear a água, e acaba se esfregando em mim. Isso me deixa duro na hora. Talvez eu já estivesse meio caminho andado, e isso foi o gatilho. Ela percebe e congela, enquanto eu consigo encaixar a peça que tinha se soltado, parando a inundação. Ficamos ali, o silêncio pesado entre nós dois, carregado de alguma coisa nova, ainda não dita.

Eu me afasto e coloco as duas mãos sobre a bancada. De jeito nenhum eu vou olhar para ela da forma que eu estou agora. Não posso olhar na cara dela sabendo que meu pau duro depois de ter se espremido na porra da bunda da minha chefe.

Sua mão toca a minha, e apesar de lutar contra, não resisto e olho nos seus olhos, temendo o que vou encontrar. Mas a mulher me encara com fome... de mim, implorando para que eu a pegue, ali mesmo... e, droga, isso me faz perder o controle completamente.

Eu a coloco sobre a bancada e me encaixo no meio das suas pernas grossas, deslizando minhas mãos por sua pele macia. O peito da madame sobe e desce rápido, e ela agarra minha nuca e me puxa para mais perto. Toco seu pescoço com a ponta do nariz e sinto seu cheiro, o mesmo cheiro doce que me deixa alucinado à noite naquele quarto. Eu soube que ela esteve lá desde a primeira vez que entrei naquela casa. Ela deixou sua marca, que me atormentou na noite passada nos meus sonhos.

Mas não passa disso. Sonhos.

No que eu tô pensando, droga? Ela é minha chefe, e é casada!

Me afasto devagar e ela suspira. Posso estar todo ferrado, mas eu não faria isso com a madame, eu não faria isso com mulher nenhuma que estivesse bêbada como um gambá. E ela é casada!

Lover Beach - Um Verão de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora