Depois Daquele Carnaval - Pete E Vegas

CONTRATO

Quando Pete viu seu nome impresso naquele contrato de trabalho para a posição de comissário de bordo, ele soube que sua vida estava prestes a mudar drasticamente. A vaga era para uma das principais companhias aéreas do país, uma oportunidade que ele havia sonhado desde que decidiu seguir essa carreira.

O processo para se tornar um comissário de bordo é rigoroso. Pete passou por várias rodadas de entrevistas, testes de aptidão e avaliações de competência. Ele precisou demonstrar habilidades em atendimento ao cliente, conhecimento de procedimentos de emergência, e até mesmo competência em idiomas estrangeiros. Tudo isso, além de um exame físico para garantir que estava apto a lidar com as demandas físicas do trabalho.

Ele e sua amiga, que também havia batalhado por essa oportunidade, passaram por todas essas etapas juntos, apoiando-se mutuamente. Agora, em menos de 24 horas, eles estariam na sede da empresa em Salvador, assinando o contrato que oficializaria suas novas posições.

Após um longo voo, eles finalmente chegaram a Salvador, passando o dia inteiro em meio a exames médicos e procedimentos burocráticos. Eles passaram por testes físicos adicionais, exames de sangue e avaliações psicológicas, garantindo que estavam aptos para o trabalho.

No entanto, quando finalmente chegaram à sala do RH, a notícia não foi a esperada: alguns exames não estavam prontos, e a assinatura do contrato teria que ser adiada por um dia.

O representante do RH tentou amenizar a situação. "Vocês já estão contratados, foi apenas um erro de planejamento. Para compensar, colocamos vocês em um ótimo hotel e ainda garantimos a participação nas festas de Carnaval, com tudo pago."

Pete e sua amiga agradeceram, tentando disfarçar o nervosismo. Assim que saíram do prédio e entraram no táxi, o alívio tomou conta deles. O hotel era incrível, muito acima das expectativas. Ainda assim, havia uma preocupação persistente. "Você acha que eles podem desistir da nossa contratação?", perguntou Pete.
Sua amiga o tranquilizou, "Não, já passamos por todo o processo. Alguém apenas esqueceu do Carnaval."

A noite chegou, e eles se vestiram para a festa. Improvisaram uma maquiagem e se jogaram na folia. A festa era enorme, e quando o cantor favorito de Pete subiu ao palco, ele não se conteve. Pulou, gritou, bebeu.

Em meio à diversão, Pete ouviu rumores de que o artista participaria de um evento VIP em uma das áreas reservadas.

Pete sabia que sua pulseira não lhe dava acesso a essa área, mas estava determinado a tentar. Ele se aproximou, se misturando à multidão, e conseguiu entrar na área VIP.
Demorou pouco deslumbrado com o ambiente. Pois viu os seguranças vindo em sua direção. Ele te tou correr mas
escorregou e foi parar embaixo de uma mesa luxuosamente decorada. "É o fim", pensou, antecipando a remoção iminente pelos seguranças. No entanto, o destino tinha outros planos.

Ele ouviu vozes acima dele, conversando em inglês fluido. Pete, que tinha um bom domínio do idioma devido ao seu treinamento como comissário de bordo, conseguiu entender a conversa. Os seguranças estavam falando com um homem que, pelo tom de voz, parecia estar pouco à vontade com a situação.

Foi erguido por mãos firmes, mas não hostis. Ele se viu cara a cara com o homem com quem os seguranças haviam conversado. Ele era elegante, vestido em um terno sob medida, mas havia uma expressão de desconforto em seu rosto.

Foi então que um dos seguranças se aproximou de Pete, segurando algo em suas mãos. Era uma pulseira dourada, o símbolo de acesso total a todas as áreas do evento. O segurança prendeu a pulseira no pulso de Pete, que olhou para ela, incrédulo.

Os seguranças se afastaram, deixando Pete sozinho com o estranho. O homem olhou para Pete, um sorriso enigmático no rosto. "Aproveite a festa", disse ele em inglês, com um sotaque que Pete não conseguiu identificar. Em vez de desaparecer na multidão como Pete esperava, o homem voltou para a mesa chique e continuou bebendo como se nada tivesse acontecido.

******