ADEUS

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Na casa de Tay, a calma que pairava no ar era quase enganosa. Tudo estava organizado, e Macau até tinha arrumado suas malas para o voo que sairia cedo. Pete, querendo aproveitar o máximo de tempo com o filho e com Tay, seu amigo de longa data, também decidiu ficar. Mas Tay não era apenas um amigo – para Pete, ele era um irmão, um amante, e, em muitos momentos, quase um pai para Venice.Ele não tinha certeza se Tem realmente o havia esquecido, mas ficava contente ao ver Tay se fortalecendo, com uma “ajudinha” especial de Macau.

Após a meia-noite, todos se retiraram. Macau foi para o quarto de Tay, sabendo que aquela seria sua última noite ao lado dele. E, mesmo sem querer criar expectativas, Macau ainda se pegava esperando uma despedida suave, algo íntimo e cheio de ternura. Mas Tay, ele logo percebeu, não sabia lidar com despedidas dessa forma.

O que começou como um toque tímido se transformou em uma dança intensa, feita de desejos que nenhum dos dois parecia controlar. Macau mal dormiu; quando a madrugada se foi, ele estava exausto, o corpo marcado por unhas que o arranharam como se buscassem gravar em sua pele cada segundo daquela noite. Ele sentia os rastros de cada toque de Tay – como se o calor daquelas mãos ainda estivesse sobre ele.

Na manhã seguinte, dentro do avião antes de decolar Macau segurava o celular. No vídeo, o reflexo do que viveram. Eles dois, os olhos de Tay queimando em desejo enquanto sussurrava algo em seu ouvido, palavras que Macau sequer conseguia repetir em voz alta. A câmera capturava flashes do corpo de Tay sobre o seu, as mãos que o puxavam para mais perto, os murmúrios abafados contra a pele, cada olhar que dizia o que as palavras não conseguiam.

Macau assistia ao vídeo em silêncio, o rosto quente e o coração pulsando de saudade, enquanto revivia a sensação de estar com ele. Ali, com Tay, ele sentia como se os dois pertencessem um ao outro, como se aquele momento de abandono fosse eterno. Era impossível esquecer.

E foi naquele momento, no silêncio do aeroporto, que Macau entendeu o peso de uma tradição que sempre achou desnecessária. A marca de que seus ancestrais tanto se orgulhavam, aquela ligação Alfa e seus predestinados que ele antes questionava, agora fazia sentido. Ele desejava poder marcar Tay, deixá-lo preso a ele da mesma forma que estava marcado por aquele olhar e por aquelas mãos.

Ele amava aquele brasileiro. E ao mesmo tempo odiava, por deixá-lo assim, suspenso entre o êxtase de uma lembrança e o vazio da despedida. O último olhar que trocaram no aeroporto, o beijo demorado e o abraço apertado, só o faziam lembrar que havia conhecido Tay de outro jeito – que já tinha ouvido aquele sussurro entre gemidos.

E enquanto olhava para o celular, com o coração dolorido, ele só podia desejar que ainda houvesse algum modo de Tay sentir o que ele sentia. Se aquela ligação fosse real, talvez eles nunca precisassem partir, nunca se perderiam assim. Mas agora, Tay estava cada vez mais distante, e Macau sabia que teria que carregar sozinho a lembrança da noite em que sentiu o que era, pela primeira vez, realmente ser de alguém.

Em breve, Ele ,Venice e Pete estaria na Tailândia. A terra onde ele era Macau Theerapanyakun não o trombadinha como Tay o chamava. Não o "bebê " como Tay o mimava. Ele Seria um Theerapanyakun entre os Theerapanyakun e isso, de fato o assustava .

Depois Daquele Carnaval - Pete E VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora