DIGA MEU NOME

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— Tenho que ir ao meu quarto. Não posso ficar aqui pelado nesse quarto. 
— Pode sim. 
— Mas não quero. Quero sair um pouco mais. É o último dia do meu carnaval. 
— Pensei que passaríamos o resto do dia aqui. Quero sentir mais de você, brasileiro, seu jeito de transar.

Pete se aproximou, inclinando Vegas um pouco na cama.

— O jeito de transar dos brasileiros, eu não sei. Posso chamar alguns aqui para você testar. Mas o meu jeito de transar é realmente único. — Pete foi se encaixando no corpo de Vegas, que caiu na cama. — Pete, esse é o meu nome. Diga meu nome quando gozar e diga meu nome quando for me elogiar. Brasileiros têm aos montes, mas Pete, gozando com você, só tem eu.

Pete estava sentado sobre Vegas, com o corpo de Vegas deitado na cama e os lábios de Pete perigosamente próximos.

Vegas tinha acabado de ser esculachado, mas tudo que conseguia pensar era o quanto Pete era sexy quando estava com raiva.

— Me desculpe. Não percebi que estava sendo ofensivo. 
— Parece que você realmente não percebe quando é ofensivo, ou então não tem muita gente ao seu redor para te alertar sobre isso. 
— Talvez seja isso... a segunda opção. 
— Hum, tenho que ir mesmo ao quarto. 
— Você volta? 
— Quer que eu volte? 
— Preciso te mostrar que aprendi a dizer seu nome enquanto gozo. 
— Engraçado você... Volto sim. Vou andar um pouco, e se você quiser me acompanhar, depois voltamos ao quarto. 
— Certo.

Enquanto se dirigia ao seu quarto, Pete não conseguia parar de sorrir. A mudança de ambiente era estranha; ele estava na capital, mas parecia ter voltado para o distrito 13.

Ao entrar, encontrou a amiga deitada, ouvindo música.

— Apareceu a margarida. 
— Cheguei, mas já vou sair. 
— Vai ser feliz.

Os dois caíram na gargalhada.

— E aí? Me conta... O boy todo todo, do tipo "ele está bem, não perturbe"? 
— Bem típico dele, pelo que eu vi. Mas adorei a transa. Vim aqui para ver como você está, tomar um banho completo e dar uma olhada lá embaixo com ele. Vem com a gente. 
— No dia que eu virar empata foda, é porque enlouqueci. Não se preocupe comigo.

Pete tomou um banho demorado, lavando cada centímetro de pele. Ao voltar para o quarto, percebeu que não tinha mais roupas casuais, apenas sociais. Sua amiga encontrou uma t-shirt estilizada que serviu, com a estampa "Surprise when you open the box".

— Certeza que não quer vir? 
— Depois eu apareço lá, mas estou em paz. Aproveite. Use camisinha, e o mais importante: se beber, não case. 
— Certeza que não casarei. 
— Nem perca um dente e não volte com um filho.

Pete deu o dedo do meio para ela, rindo, e saiu. Foi direto para o local da festa. Eram shows privados, mais calmos do que o agito das ruas. Ele mandou uma mensagem para Vegas avisando onde estava e sentou-se no bar, mostrando seu cartão e ficando feliz ao saber que as bebidas estavam inclusas na sua estadia.

Pediu uma bebida sem álcool. Sua amiga tinha razão; era melhor não exagerar.

Ele notou alguns rapazes tendo dificuldade com o cardápio e, sem conseguir evitar, ofereceu ajuda com seu inglês impecável. Com a intervenção de Pete, tudo foi resolvido, e ele ficou por ali, conversando com o grupo.

Quando Vegas chegou, a alegria no ar se dissipou. Os rapazes ficaram quietos, e ao se retirarem para uma área mais reservada, Vegas foi o primeiro a falar:

— Por que você sempre consegue ficar rodeado de homens? 
— Talvez porque eu seja um homem, jovem e saudável. 
— Ou talvez, eles queiram abrir a caixa.

Vegas olhava fixamente para a blusa de Pete, e ele entendeu a insinuação.

— E é caixa de lixo, é? Só chegar e meter a mão? Eu sou encantador, mas nem todo mundo é gay. E a caixa já foi aberta por você, não me faça me arrepender disso.

Vegas se calou. Ele se esquecia de que estava lidando com alguém que não acatava suas ordens ou suas grosserias.

— É que eu adorei o que tem dentro da caixa, não quero que outros abram também.

Pete sorriu.

— Se se comportar, tem mais.

O beijo foi dado sem aviso. Vegas puxou Pete para um beijo inesperado, deixando-o um pouco surpreso.

— Divirta-se. Prometo não ficar irritado se alguns tentarem te cobiçar.

Nem Vegas se reconhecia nessas palavras. O que tinha acontecido com ele naquela noite?

Pete permaneceu ao lado de Vegas, mas quando as melhores músicas tocavam, ele se aproximava da pista, retornando de vez em quando sob o olhar atento de Vegas. Ao final, Pete sentou-se no colo de Vegas e ficou lá, ora comendo, ora fofocando, mas o tempo todo sentindo as mãos do outro sobre seu corpo.

Exatamente na hora que Pete chamou para voltar ao quarto, Vegas já estava prestes a fazer o mesmo convite. O caminho foi tranquilo, com os dois de mãos dadas. No quarto, o ar condicionado estava ligado e a janela aberta.

— Posso tomar um banho? — Pete perguntou. 
Vegas assentiu. 
— Vamos juntos.

O banho foi quente, mas ambos deixaram claro que ali, não passaria disso.

No quarto, Pete estava com um roupão, olhando pela janela.

— Amanhã meu voo sai às seis, mas gostaria que você passasse a noite comigo. 
— Então teremos até as seis. E depois você vai para a Tailândia e eu para minha cidade. Seremos apenas lembranças de um carnaval. 
— Uma das melhores. Se fosse em outro momento, eu gostaria de estar com você viajando por Venice, o sol iluminando seu corpo. 
— Veneza? — Pete questionou. — Nós nos encontraríamos em Venice... Mas agora só temos algumas horas, e eu quero aproveitar.

As roupas caíram no chão e os corpos se encontraram na cama. Dessa vez, Pete comandou. Mesmo Vegas tentando impor seu estilo, foi Pete quem conquistou o momento. De lado, ele se encaixou, com toques suaves, beijos no pescoço e mãos unidas. Vegas estava dentro de Pete, invadindo-o, e foi surpreendido pela força do desejo de gozar. Era tão intenso. Ele se libertou, gemendo e se contorcendo, mas Vegas não parou de acariciá-lo. E quando Vegas finalmente gozou, foi o nome de Pete que ele chamou.

Então quando tudo se acalmou, só restou a respiração dos dois em um quarto de hotel. Seria a última anoite deles ali. Mesmo nenhum querendo admitir...o sexo casual ficou muito longe do que eles fizeram viveram até ali.

N/A: Pete está sendo bem tranquilo com Vegas. E Vegas não percebe tanto o quanto alguma palavras dele está errada.

Depois Daquele Carnaval - Pete E VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora