VOCE É MEU CARNAVAL

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Um dia em fevereiro, você me chamou de seu carnaval
Você saiu do quarto com a blusa aberta, eu vi um pedaço do céu
Sentou no meu colo, bem no meu espaço, mas do meu abraço você se soltou
"Preciso ir embora, São Paulo me afoga, meu amor"

[Refrão]
No fundo, nenhum de nós vai saber
De tudo que nunca vai acontecer
Mas hoje eu sinto que nada mais será igual
Porque um dia em fevereiro
Um dia em fevereiro
Um dia em fеvereiro eu fui sеu carnaval















Na casa de Vegas, Pete subiu com ele até o quarto, que estava impecável. Tudo ali parecia preparado para uma última lembrança, como se Vegas quisesse gravar cada detalhe daquele momento com Pete. Era quase uma fantasia, uma despedida silenciosa, uma tentativa de experimentar o que poderia ter sido uma família. Vegas não havia comentado nada, mas cada gesto revelava sua vontade de aproveitar até o último segundo.

— Obrigado por me deixar ficar perto de Venice. Ainda não acredito que tenho um filho de 15 anos — murmurou Vegas, com um misto de surpresa e gratidão na voz.

Pete sorriu, o olhar cheio de provocação.
— Quer ter outro? — desafiou.

Vegas ergueu as sobrancelhas, pego de surpresa.
— O quê?

— Você sabe o que eu quero. Começa com “f” e termina com “der.”

Vegas riu, atraindo Pete para mais perto.
— Estou aqui pra isso.

Eles se envolveram em um beijo urgente, a saudade e o desejo transbordando. A pele se tocando, a roupa sendo deixada de lado, até que Pete se aproximou devagar, sentando-se no colo de Vegas. Suas pernas se entrelaçaram em um abraço apertado, íntimo, que tornava impossível dizer onde um terminava e o outro começava. Vegas deslizou as mãos ao redor de Pete, segurando-o como se não quisesse soltá-lo jamais.

Os olhares se encontraram em um instante silencioso, denso, como se todo o passado estivesse ali, pairando entre eles. Pete fechou os olhos, permitindo-se sentir cada toque, cada centímetro do corpo de Vegas, trazendo à tona memórias que ele guardava com carinho e dor. Seus movimentos se harmonizavam, o som dos suspiros abafado pelos beijos intensos, enquanto ambos buscavam aliviar a saudade acumulada, a necessidade de um pelo outro.

Vegas conhecia cada detalhe de Pete, sabia como ele gostava de começar com intensidade, deixando a saudade e a ansiedade fluírem antes de diminuir o ritmo, tornando cada toque ainda mais profundo, quase sagrado. O quarto estava fresco, mas o calor entre eles aquecia o ambiente, a ponto de o mundo exterior parecer desaparecer.

Vegas segurou o rosto de Pete, seus olhos procurando o dele, como se quisesse gravar aquela expressão, guardar cada detalhe desse momento. Pete respondeu, passando os braços ao redor do pescoço de Vegas e puxando-o para mais perto, como se precisasse do contato para manter-se inteiro.

A proximidade entre eles era tamanha que suas respirações se misturavam, seus corpos se movendo em um ritmo quase desesperado, onde as palavras já não faziam sentido — restava apenas a linguagem dos corpos, dos suspiros, dos toques que traduzem o que não pode ser dito. Vegas sabia que aquele momento era raro, quase uma miragem de algo que nunca duraria, mas que, ali, parecia real.

Quando o êxtase os atingiu, Pete agarrou Vegas, buscando nele um refúgio, uma âncora. Vegas o segurou ainda mais forte, respondendo com o próprio corpo, sussurrando o nome de Pete em meio a gemidos e suspiros, como se tentasse eternizar o que sentia. Por um instante, o mundo parou, e ambos se perderam nesse momento, presos no êxtase e no silêncio que seguiu, com o coração acelerado, ainda entrelaçados.

Eles ficaram assim, em silêncio, ainda próximos, como se o tempo tivesse congelado só para eles. Então, Vegas observou Pete, estudando cada detalhe do rosto dele, as marcas vermelhas na pele que ele próprio causou sem intenção. O sorriso que Pete deu, ainda meio sem fôlego, trouxe um toque de humor, e Vegas o apertou contra si, incapaz de conter o desejo de não soltar mais.

— Cuidado, mercadoria frágil — brincou Pete, apontando as marcas vermelhas em seu corpo.

Vegas riu, beijando-o nos lábios e levando-o para o banheiro. Mais tarde, enquanto Pete estava no colo de Vegas, ambos limpos e envoltos em um silêncio confortável, Vegas deslizou a mão pelo rosto de Pete e murmurou:
— Você sempre será meu carnaval.

As palavras tocaram fundo em Pete, trazendo-lhe uma onda de emoções. Ele sorriu, mas logo um peso familiar apertou seu peito. Ele se perguntou, em silêncio:
“Qual carnaval? Aquele que ele amava, ou o que ele odiava?”

E nessa mistura de amor e saudade, eles permaneceram juntos, sabendo que, talvez, aquele fosse mesmo o último carnaval dos dois.

Depois Daquele Carnaval - Pete E VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora