EU NAO CHAMO ATENÇÃO,EU ARRASO

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Vegas recebeu a mensagem de Pete e, ao abrir o áudio, já estava preparado para ouvir alguma reclamação sobre a roupa que ele tinha comprado. "Lá vem...", pensou, revirando os olhos de leve. Mas, para sua surpresa, não era nada disso. Ele lembrou do inglês impecável de Pete – algo que sempre o impressionava, especialmente da primeira vez que ficaram juntos. Porém, o português de Pete era um show à parte: engraçado, mas de um jeito adorável. Pete falava rápido, mas quando queria dar ênfase, desacelerava como se estivesse ensinando algo muito sério, só para depois disparar as palavras de novo.

No áudio, Pete falava sobre não poder comparecer ao evento e despejava uma lista interminável de recomendações sobre como cuidar de Venice, como se Vegas fosse esquecer de algo. E, no final, agradeceu o presente com um tom suave, que fez Vegas sorrir ao telefone. Ele teve que ir na frente, mas sua ansiedade já estava a mil. Mesmo que Venice não estivesse oficialmente ali como seu filho, Vegas sabia, no fundo, que o garoto era seu. E cada vez que Venice sorria, Vegas também sorria.

“Quem diria que eu, o imbatível Vegas, acabaria com um filho?” – pensava, entre nostálgico e incrédulo. Depois de achar que jamais teria outra chance de ter um filho biológico, agora ele tinha Venice. E o garoto? Era sua cara. Os ternos combinando dos dois eram praticamente uma provocação visual, algo que fazia Vegas inchar de orgulho.

— Você se porta muito bem em eventos, Venice — elogiou Vegas, sentindo o peito inflar a cada detalhe que observava no filho.

— Meu tio é comissário de bordo, e meu pai foi também, então fizeram questão de me ensinar a arte da elegância — Venice respondeu com um sorriso travesso. — O tio Tay sempre diz: "Na elegância e no barraco, temos que arrasar!"

Vegas quase engasgou de rir com a frase, e seus olhos seguiram direto para Tay, que estava do outro lado da festa, conversando com Macau. Tay era realmente a personificação da elegância, mas pelo olhar afiado que lançava em certas direções, Vegas começou a desconfiar que no "barraco" ele também se garantisse.

— Hum... de certa forma, ele tem razão. O seu tio, Tay, mora com vocês?

— Por enquanto, sim. Ele sofreu um acidente, e papai achou melhor ficarmos com ele por um tempo — explicou Venice, como se fosse a coisa mais simples do mundo.

Vegas tentou puxar mais conversa, mas Venice estava mais interessado em observar o ambiente e explorar o máximo possível.

A noite avançou e, após os lançamentos, a festa de encerramento começou. Tay, já empolgado com a música, se juntou a Venice e Vegas, claramente animado.

— Vocês arrasaram na escolha! — exclamou Tay, visivelmente no ritmo da festa. Sem conseguir ficar parado, ele olhou em volta e anunciou, com aquele ar teatral que só ele tinha: — Vou dançar com a pessoa mais bonita desta festa.

Macau, que estava ao lado, sorriu e quase estendeu o braço para Tay, mas foi Venice quem Tay escolheu.

— Vem, querido — disse Tay, puxando Venice para a pista de dança. Macau ficou ali, com um sorriso sem graça e um leve rubor, sentindo os olhos de Vegas pesando sobre ele.

— O que foi? Eu sou o segundo mais bonito — murmurou Macau, tentando se defender.

— Eu acho que ele nem te considera homem, Macau. Esse é o problema — retrucou Vegas, divertido.

— ME Mata logo, IRMÃO

Enquanto Vegas e Macau observavam, Tay, sem perder tempo, já havia tirado os sapatos e se jogava na pista, ao mesmo tempo em que conversava animadamente com alguns repórteres, sempre com algo para comer na mão. Logo, ele voltou a dançar, agora acompanhado de alguns rapazes. Venice, cansado de tanto rodopiar, voltou para perto de Vegas, enquanto Macau descia para se juntar a Tay, que estava em pleno papo com um dos repórteres.

— Eu juro! — ria Tay.

— Impossível, Tay — o repórter insistia, incrédulo.

— Quer que eu te mostre? — Tay arqueou uma sobrancelha, desafiador.

— O quê? — interrompeu Macau, chegando no meio da conversa.

— Ele tá dizendo que eu não sou natural — respondeu Tay, fazendo um gesto dramático para o repórter.

Macau, sem perder a oportunidade, sorriu e soltou, casualmente:

— Ele é sim, posso afirmar.

— Tá vendo? — disse Tay, abraçando Macau com exagero. — Nada como quem viu pra confirmar!

Os repórteres riram, e Tay, com as bochechas já vermelhas da dança e da bebida, estava mais animado do que nunca. Macau, por outro lado, se perguntou: será que Tay realmente tiraria a roupa ali para provar seu ponto? Ou ele estava blefando?

Quando a festa finalmente acabou, todos voltaram no mesmo carro. Venice mexia no celular, Tay estava quieto, com a mão no rosto, ainda parecendo embriagado pela noite, e Macau, ao lado, também mexia no celular.

— Hum, estamos nos tópicos! — Vegas comentou com um sorriso, depois de receber uma mensagem da equipe de marketing.

Macau, curioso, abriu o perfil e olhou para Venice, arregalando os olhos.

— Quer dizer, o Tay está nos tópicos. Estamos só por tabela.

— Eu tô não! — protestou Tay, ainda meio grogue. — Nem sei o que é isso.

Vegas não resistiu e começou a ler os comentários em voz alta:

— "Esse apresentador é uma tentação falando em inglês", "Com um homem desses, eu comprava era 10 carros", "Toda uma Barbiezinha", "Já trabalhei com o Tay, e sim, ele é assim pessoalmente".

Tay soltou uma risada alta e debochada.

— Daqui a pouco, vão aparecer meus ex, aí minha reputação vai despencar rápido. Só espero que meus nudes não apareçam, porque aí ferrou de vez.

Até Vegas, conhecido por ser sério, deu uma risada.

— Não se preocupe, a gente dá um jeito nisso — respondeu Vegas, piscando de leve, com um ar de quem sempre tem uma solução.

Macau resmungou pra si:
"Mato todos,fácil assim"

Depois Daquele Carnaval - Pete E VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora