Impressionante como um ano passa devagar quando a vida tá sem graça, 12 meses desde que determinada Tenente sorridente das bochechas coradas partiu, Wednesday contava cada segundo do dia, à espera de uma resposta ou mensagem. Se passaram 4 meses desde que Enid se comunicou a última vez, há 4 meses não dava sinal de vida e já havia completado um ano de missão, o tempo estimado que ficariam lá, porém esse tempo havia se esticado e já completavam 14 meses. Mandava mensagem todos os dias sem êxito algum, era frustrante, cansativo, mas o pior de tudo... era preocupante.Tentava se distrair ao máximo, e fazer de tudo para não sucumbir às agonias de sua mente. Os primeiros meses foram os mais difíceis, era complicado sair, escrever, socializar, tudo parecia sem graça e nada realmente a chamava atenção, nada funcionava para distraí-la. Então os dias foram se passando e ficando cada vez mais amenos, o torpor a atingia sem ser convidado. Seus amigos seguiam suas vidas, trabalhando em empregos comuns, saindo, namorando, e seguindo em frente, mas como poderia? Como poderia seguir em frente sabendo que tinha alguém sendo deixado para trás? Foi quando teve uma conversa franca com Bianca, a amiga apareceu em sua casa abrindo portas e janelas, lhe pôs diante dos olhos a realidade cruel que as cercavam, não poderia parar sua vida, o que quer que fosse acontecer iria acontecer, ficasse ela parada ou não. E isso a contentou por um tempo, então se empenhou em voltar a escrever o que fazia de melhor... mistério e horror, funcionou por um tempo até cair no marasmo de novo, resolveu tentar socializar mais, visitava Eugene quase todo dia mas por algum motivo sempre acabava entrando no assunto do exército, Bianca era a menos acessível por conta do trabalho dela mas vez ou outra a encontrava.
E Yoko...
Bom, digamos que havia criado certo convívio com a japonesa, Yoko era a que mais falava de Enid, contava histórias da amiga o tempo todo, de como praticamente cresceram juntas, e como sentia falta dela. Mas ela também não parou a vida dela, ela e Divina finalmente engataram em um relacionamento sério, e agora há poucos meses, estavam morando juntas. A visitou algumas vezes, Yoko deixou o quarto de Enid intacto apesar de Divina querer transformar o cômodo, mas ela alegava que uma hora Enid voltaria e precisaria de um lugar para ficar. Sempre que entrava naquele quarto entendia porque Divina queria redecorar, era extremamente brega, mas era o brega de Enid, por isso também entendia Yoko.
Sempre voltava a cafeteria ainda que a incomodasse por motivos desconhecidos. Teve dias que outras pessoas tentaram se aproximar, fisicamente, romanticamente, ficava curiosa sobre o porque tinha tantas outras opções em mãos, mas a escolha prioritária sempre seria a única possível, sempre seria quem estava inalcançável no momento e isso soava tão... mórbido.
Ah! Que prazer imensurável era sentir-se morrer por dentro e continuar viva.
Sua rotina continuava habitual, sempre observando, sempre em cima do muro. Não podia dizer que não tentou, pois tentou voltar a sua vida regular depois de Enid, tentou ser imparcial, tentou não se importar, mas sempre que trocavam mensagens tão distantes uma da outra, ainda conseguia sentir o mesmo calor que sentia quando Enid a tocava. Porém tudo piorou depois daquela última mensagem de Enid, podia sentir a angústia dela e apesar das palavras bonitas, não mascarava o seu temor. Mas até quando observaria sem tomar uma atitude? Até quando não faria nada? Por isso passou dias pesquisando e procurando por pistas de onde Enid estaria. Foi até o Departamento de Veteranos tentar obter alguma informação e nada conseguiu, foi pertinente, tentou falar com a tal Coronel Weems, mas a mesma havia acabado de partir em missão também. Ligou inúmeras vezes para o centro de atendimento aos familiares de soldados, mas ninguém tinha informações sobre Enid, e quando tinham não podiam dar informações de alto sigilo para uma simples cidadã.
Se odiava por isso, cada dia que passava sem notícias de Enid um nó se formava em sua garganta, o que havia acontecido? Não gostava dessa opção mas era seu último recurso... Encontraria os pais de Enid, sua mãe era uma ex-militar influente e talvez ela soubesse de algo, pegou o endereço com Yoko, mesmo ela não concordando com a ideia. Não tardou em ir procurar por possíveis respostas. Apertou a campainha 3 vezes até que alguém finalmente a atendesse.
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After You (G!P Wenclair - AU)
Fanfiction"Eu acho que estou queimando viva, mas ninguém está vendo o fogo" Enid retorna depois de 14 meses em batalha, a tenente agora tenta lidar com os traumas pós guerra e conciliar o seu amor por Wednesday, mas seria tão fácil assim? O amor realmente é c...