Tomorrow Never Came

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Oi oi mores 💕

Deixo aqui um alerta de possíveis gatilhos❗️
Se cuidem, e boa leitura 😘

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Wednesday acordou calmamente, os olhos ainda pesavam pelo recém sono e o cansaço da noite anterior. Coçou as pálpebras e respirou fundo, não demorando muito para olhar para o lado e encontrar aquela que era responsável pelo seu cansaço físico. Enid dormia serena, esparramada no lado colorido da cama, ressonava baixinho, os lábios finos entreabertos não seguravam a saliva e a baba escorreu pelo canto da boca. Não soube explicar o porquê mas se encontrou sorrindo para cena, com cuidado passou o polegar pelo canto limpando o líquido viçoso, Enid fechou a boca e apertou os olhos, se espreguiçando sob os lençóis. Wednesday recolheu a mão e continuou a observá-la, não demorou até a loira abrir os olhos e exibir suas safiras brilhantes, ela se virou a encarando e sorriu abertamente.

– Bom dia meu amor – disse sorrindo, fazendo seu inútil coração quase parar dentro do peito. A tenente pegou em sua mão deixando um beijo casto e fechou os olhos sorrindo e suspirando em satisfação, Enid se moveu para levantar mas impediu-a instantaneamente. A loira parou e a mirou com um sorriso singelo e olhinhos ainda semicerrados pelo sono, sabia o que a gótica queria, a conhecia o suficiente para saber que ela não verbalizaria, mas isso não a impediria de provocar sua poeta favorita – E porque haverias de querer minha alma em tua cama? – citou outra poetisa e viu o exato momento em que os olhos negros tonalizaram num brilho diferente analisando-a de cima a baixo seriamente.

– Como uma antologia de tudo que me faz sentir, te leio antro a antro, até te ter na ponta da língua. – a loira sorriu ainda mais, sempre achava tão fofo como Wednesday sendo praticamente indiferente ainda conseguia dizer essas coisas. A beijou profundamente finalmente dando-a o que ela queria. Tentou escapar de novo, levantar para fazer o café mas a morena não deixou.

– Não vai me deixar fazer o café? – riu bobamente.

– Eu quero saber o porquê... – Wednesday perguntou ainda séria, mas alisava com o polegar o braço que segurava com um carinho absoluto. Enid processou por um segundo, respirou fundo e se deitou ao lado dela novamente.

– Me desculpa, eu... – as orbes negras a observavam, fechou os olhos e respirou fundo – Você sabe como é quando fico assim – falou envergonhada, Wednesday assentiu – Tem dias que eu tô bem, tem dias que não, uma hora está tudo okay mas no segundo seguinte não mais – suspirou tristemente e abriu os olhos magoados para fitar aquela que sempre a apoiava – Ontem, eu não esqueci, eu só não consegui sair de casa! Eu corri o máximo que pude e quando eu cheguei lá e te vi com aquele cara, eu... – engoliu seco – Eu fiquei com muito ciúmes, porque como eu poderia competir com isso? Ele foi o seu primeiro e provavelmente não tem metade dos problemas que eu tenho, com certeza não te daria nenhum trabalho, ao contrário de mim que nunca acerto com você – desabafou de vez – E isso me deixa insegura porque tenho a impressão que a qualquer momento você me trocará por algo melhor, por alguém que te mereça, alguém no qual você amará.

A gótica ouviu tudo em silêncio, não compreendia como Enid não conseguia ver o óbvio, mas era exatamente assim que a insegurança funcionava, cegava a pessoa e a impedia de ter uma compreensão racional das coisas.

– Você é tudo pra mim e eu... eu sempre erro com você Wednesday, me desculpa – Enid soluçou e teve que limpar a lágrima teimosa que caía de seu rosto.

– Ao contrário da maioria das pessoas, nunca tive em minha vida aspirações do senso comum – Wednesday respondeu – Coisas que a maioria deseja, coisas que pessoas procuram e almejam desde seu compreender em sociedade, o comum, o normal – se virou para encarar o teto – Ter um relacionamento era inviável e repugnante, no entanto sempre fui muito curiosa e queria experimentar o que tanto as pessoas procuravam umas nas outras, queria entender o que fazia as pessoas se unirem, qual era a lógica por trás dos relacionamentos. Essa curiosidade me levou a arriscar, a dar uma chance ao desconhecido, mesmo com todas as minhas reservas. Decidi que talvez valesse a pena descobrir por mim mesma, mesmo que isso significasse enfrentar o que eu considerava inviável e repugnante. Contudo, eu não achei nada nele, não compreendi. Tentei de outra forma com outra pessoa e outra vez não aceitei. Até que resolvi apenas observar e focar no meu objetivo... compreender – Enid a observava em silêncio, a gótica suspirou e a encarou de volta, seus dedos gélidos lhe contornou os lábios com sutileza fazendo palpável aquele momento – Porém o acaso tem um jeito peculiar de nos fazer entender – ela sorriu sutilmente de canto dos lábios, mas o suficiente para ver sua covinha afundar em sua bochecha, Enid não teve como não sorrir junto – Não espere de mim coisas comuns, as palavras que você quer que eu verbalize, de minha boca não soarão audíveis. Fique se quiser, se não quiser também tudo bem, mas não duvide jamais de minha devoção a você.

After You (G!P Wenclair - AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora