Capítulo 14. O dia para descansar.

679 93 26
                                    

~Nota da Autora~

Obrigado pelos comentários e pelos votos, sempre me deixam feliz. 

Esse capítulo como o proprio nome diz é o dia do descanso, então terá mais conversa. 

— As frases com [~exemplo~] em itálico e negrito (como no exemplo) são quando Stiles recita algum feitiço em outra língua, no caso latim.

Contém: menção de animais mortos, menção de suicídio e menção de mutilação em personagem secundário. 

~Fim da Nota~

Consegui o cochilo que precisava numa das celas e por mais que o fedor de mofo estivesse ruim não me importei ao contrário dormi depois de comer a sopa. Ao acordar sonolento fui até a área com as cadeiras e mesas, me sentei bocejando e observei o grupo interagir. Minutos depois Rick fez um comunicado e de forma resumida iríamos procurar o refeitório e a enfermaria quando todos estivessem mais descansados.O jantar veio assim como o retorno do sono, me vi mais uma vez dormindo. Acordei às seis da manhã, mas é difícil saber sem um relógio então deduzi. Me espreguicei levantando devagar e ao sair reparei que a maior parte das pessoas ainda dormiam nas suas celas, no entanto, Daryl roncava no que chamou de seu "poleiro" porque segundo ele preferia um lugar mais aberto e sem grades. E poderia entender, o homem tinha espírito livre.

Andando pelo corredor notei Rick dormindo encostado numa parede e não foi uma surpresa porque Grimes continuava paranoico com a segurança, ele apertava sua Colt Python pronto para qualquer coisa. Passei em silêncio chegando na nossa cozinha improvisada: uma mesa longa de seis lugares, um fogão que na verdade é uma fogueira controlada dentro de um tambor de ferro e nossos alimentos estavam organizados em fileiras numa das mesas.

Peguei o pó de café que infelizmente estava acabando e comecei a prepará-lo — porque café é vida — a água fervia enquanto buscava outra panela e quebrava os últimos ovos que possuíamos. Foi rápido, o omelete renderia uma quantidade boa para a maioria das pessoas por isso iniciei a sobremesa.

Cortei os pêssegos e maçãs deixando tudo num potinho, terminei em seguida o café. Esquentei também duas latas de feijões para ter um café da manhã mais farto, o cheiro dos alimentos despertaram sua primeira vítima.

Cabelos bagunçados, barba cheia e uma expressão cansada.

— Você está uma merda. — Disse ouvindo-o resmungar enquanto se sentava numa das cadeiras e apoiava a testa na mesa. — Deveria voltar a dormir, é cedo.

— Dificilmente algo irá mudar. — Respondeu se alongando, bocejando e coçando a barba cheia.

— O colchão fará diferença.

— Duvidoso e preciso estar alerta. — Afirmou colocando a arma sobre a mesa.

— Coloquei uma barreira lá fora e nas portas externas. A tarde coloco nas celas, contudo, posso afirmar que estamos seguros no momento.

Ele se serviu de café e ovos mexidos antes de falar de forma convicta.

— Nunca estaremos seguros.

Bufei frustrado, era como falar com uma porta. Por mais que tivesse sua razão, a paranóia iria deixá-lo louco e infelizmente pelos sinais: falta de apetite, a insônia e a inquietação começou. Não ajudava em nada as reclamações da sua esposa.

As palavras estavam na ponta da língua por isso desviei minha atenção comendo os ovos mexidos e o feijão, reservei o que sobrou. O silêncio se instalou ao comermos. Precisei me entupi de feijão enlatado para manter a boca fechada, mas as palavras saíram sem controle. Era mais forte do que eu.

A faísca que brilha no caos.Onde histórias criam vida. Descubra agora