capítulo 23-exumação.

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Só posso estar sonhando.

Isso não está conhecendo.

Não.

Não.

Não.

Eu não posso estar grávida.

E se esse bebê for filho do Rian?

Vai ser um golpe muito forte no coração do Luan.

Enquanto os pensamentos e pesadelos inundavam minha mente, as lágrimas não paravam de rolar.

- não precisa chorar. - Paloma me abraça e tenta me confortar.

Mas no momento nada nem ninguém vai tirar essa dor de mim.

Nada.

- você não entende Paloma. - digo em meio aos soluços.

- mas o Luan vai ficar muito feliz. Vai ser a melhor notícia da vida dele. - seu sorriso desaparece ao ver minha expressão de culpa.

- esse filho pode não ser dele.

??? Narrando:

- queria falar com você faz tempo. - ele diz se sentando na cadeira a minha frente.

- Rian né? - pergunto o analisando. Ele assente e sorri assustadoramente. - o que você quer falar?

- a gente precisa adiantar o nosso plano.

- o que deu errado agora?

- a Bruna contou tudo o que aconteceu pro Luan. - droga. Essa idiota tem que estragar tudo.

- você pensa em matar quem? - pergunto já sabendo da resposta.

- o Luan. - sorrio animada.

- ele é meu. Vou fazer ele sofrer até a morte.

- qual é o plano?

Do nada sinto uma forte dor de cabeça.

Isso de novo.

Não sei o que está acontecendo comigo.

Aperto minhas mãos nos meus cabelos e debruço na mesa.

Parece que tem uma bala perfurando o meu crânio.

- o que você tem? - Rian levanta e dica de pé do meu lado.

- essa dor que não passa. - olho pra ele com lágrimas nos olhos. - AH! - grito.

- cê tem algum remédio?

- tenho. - gemo de dor.

- tá onde? - me levanto com dificuldade e caminho até o armário da cozinha onde eu guardo o meu remédio.

- não levanta. Deixa que eu pego.

- não preciso da sua ajuda. - a dor fica mais forte.

Acabo cambaleando para trás e escorrego.

Minha cabeça bate com tudo na quina da bancada.

Sinto o sangue sujando meu cabelo enquanto a dor piora e minha visão se escurece.

(...)

Acordo em cima de uma cama.

Encaro as paredes brancas em minha volta.

Como eu vim parar aqui?

- você acordou! - um rapaz que estava sentado do meu lado diz animado e me abraça.

- onde eu tô? - pergunto me afastando do seu abraço. - quem é você?

- como assim quem sou eu? Eu sou o Rian. - Rian? eu não me lembro desse nome.

- eu... Eu não lembro de você.

- a gente se viu ontem. - tento me lembrar de alguma coisa mas só lembro de uma pessoa.

- cadê o Luan? - pergunto olhando em volta.

- ele não tá aqui.

- como que eu parei aqui? O que aconteceu? - sinto uma dor insuportável na nuca.

- você caiu e bateu a cabeça.

Devo ter perdido a memória.

Rian lassou horas contando coisas sobre mim e eu descobri que sou uma pessoa horrível.

Preciso mudar e fazer algo pra compensar os danos que eu causei.

(...)

Jhonatan narrando:

Já se passaram algumas semanas desde que o Gusttavo recebeu alta e hoje é o dia de mostrar pra todos eles que eu estou certo.

Que a Luíza não morreu.

Agora estamos eu, o Gusttavo, o Luan, a Cassandra, o Guilherme, a Natália, o Henrique e o Mateus no túmulo da Luíza esperando o coveiro terminar de desenterrar o caixão.

Assim que ele termina, eu e o Luan o ajudamos a tirar o caixão da cova.

Realmente está pesado.

Deve ser pedras.

Tenho certeza.

- vamos abrir. - Cassandra diz.

Chegou a hora.

Enquanto o coveiro abria o caixão, Mateus parecia estar um pouco inquieto.

Assim que o caixão é aberto um odor horrível se espalha no ambiente.

Cassandra analisa um pouco o interior.

- Jhonatan vem aqui. - ela me chama e eu vou.

Tinha mesmo um corpo dentro do caixão.

Estava faltando uma mão e o corpo estava em um estado de decomposição muito avançado.

Havia poucos fios de cabelo no cadáver e eles não eram loiros, mas sim castanhos escuros.

Essa não é a Luíza.

- essa não é a Luíza. - digo.

- é muito cedo pra afirmar isso, primeiro precisamos fazer uma necropsia pra saber como essa pessoa morreu.

- quem vai se encarregar da necrópsia? - pergunto.

- você e a Natália. - ótimo, agora eu vou ter que trabalhar com essa chata.

Mas mesmo assim eu vou fazer o possível e o impossível pra mostrar que a Luíza está viva.

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