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Ivy

Quase não acredito quando ouço aquelas palavras ditas por Bill. Encaro os meninos com a mesma admiração que faço quando os observo nos pôsteres do meu quarto. Só que o que muda dessa vez, é que eles são reias. Me belisco tantas vezes, que minha pele chega a ficar vermelha. Tenho que ter certeza que isso não é um sonho.

Penso no que pedir. Por mim, vê-los bem aqui, me olhando de volta, já é o suficiente. Contudo, se Bill está disposto a fazer algo que quero, quem sou eu para o contrariar? Há tantas coisas que eu gostaria de fazer com eles mas que se chegasse a mídia, resultaria em fãs sendo assaltadas de propósito. Penso no meu objetivo principal: conseguir um autógrafo. Mas... uma grande parte de mim deseja algo maior e, se Bill estiver mesmo disposto a realizar qualquer pedido meu, por que não arriscar?

- Quero passar um dia inteiro com vocês - digo, notando a supresa em seus rostos. Bill parece um pouco arrependido pela proposta, mas não nega.

Pelo que posso perceber, uma pessoa em especial não gostou nem um pouco do que eu disse. Tom me olha com os olhos arregalados. Ele se volta para Bill, com a esperança que o gêmeo retire suas palavras. Sinto um leve aperto no peito. Pensei que o guitarrista gostasse de mim.

- Você só pode estar de brincadeira, não é? - seus olhos castanhos me encaram com uma raiva crescente - Não é?

- Ah, vê se abaixa a bola, Tom - Georg o cutuca, envolvendo os braços ao redor dos ombros do amigo - Pode deixar sua orgia para outro dia.

Ah, entendi.

Infelizmente eu entendi.

- Espera... Tom, você ia convidar as garotas nas quais você pegou o número para virem... aqui? - vejo que Bill não estava a par do que aconteceria. Georg parece arrependido de ter revelado os planos de Tom - Sem a minha permissão?

- Sim! Hoje à noite! - o Kaulitz mais velho parece alterado. Sinto um pouco de prazer ao saber que destruí seus planos - Agora, graças a essa... essa garota - ele aponta para mim, sem me olhar - tudo foi por água abaixo.

Contenho um riso. Sempre soube que Tom era do tipo safado, mas não sabia que era para tanto. Ele sai do quarto e fecha a porta. Os meninos se entreolham antes de Bill dirigir a palavra para mim.

- Ok, então... agora é meio dia. Vamos começar a partir de agora, o que acha? - ele pergunta. Tenho a sensação de voar. Acho que morri e ainda não me dei conta. Isso só pode ser o céu.

- Sim... Sim! - exclamo, me levantando e abraçando cada um deles.

Sinto o cheiro de Gustav, os músculos de Georg, os toques gentis se Bill... Esse é o melhor momento da minha vida! Contudo, não está totalmente completo. Falta uma pessoa. Meu maior ídolo, que está de mal comigo. Vou até a sala e o encontro esparramado no sofá, de bruços. Não foi minha intenção destruir sua noite, mas uma parte de mim fica feliz por ter resultado nisso.

É bobo, mas sinto ciúmes de Tom.

Gustav toma conta da cozinha. O observo, admirada com seu talento para cozinhar. Ele me conta algumas curiosidades sobre os ingredientes que está usando, porém mal presto atenção. Me esforço em decorar cada movimento e expressão. Depois que isso acabar, é certo que nunca mais irei os ver assim.

- Taylor - ouço alguém dizer. Me viro e encontro Tom me olhando, a cara emburrada - Você ainda não limpou o meu quarto.

Pisco. Ele acabou mesmo de me dizer isso? Bill o encarra furioso, como se aquilo não fosse certo a se dizer. Me encolho na cadeira quando percebo que uma discussão está prestes a surgir.

- Você ainda está de mau por ela ter destruído sua festinha? - o Kaulitz mais novo diz, cruzando os braços - Eu deveria era agradecer a Ivy por isso. Você nem ao menos se deu o trabalho de me contar.

- Ah, qual é - Tom bufa, revirando os olhos do sofá - Você com certeza não iria deixar, e o hotel nem é seu.

- Mas a imagem que você prejudicaria não seria só a sua - Bill devolve, com a mesma ferocidade.

Me sinto culpada. Pelo que sei dos gêmeos, eles vivem se provocando, mas uma briga real não é muito frequente. Olho para Georg e Gustav, ambos estão prestando atenção nos dois.

- Que se foda a minha imagem, só quero me divertir! - exclama o guitarrista, se levantando - Você deve é estar bravo por eu ter mais facilidade em conversar com as garotas do que você. Aposto que está feliz com a Taylor aqui.

- É Ivy - corrijo, mas ambos me ingoram.

Bill parece ficar ainda mais irritado. Nunca o vi assim nas telas. Se foi eu quem causou isso, serei que terá de reverter.

- Você acha que me importo? - pergunta o vocalista, ficando escarlate de raiva - A vida não é só sexo, seu filho da...

- Já chega! - grito, não aguentando mais - Olha, eu sinto muito, Tom. Você deve estar bravo comigo, e não era isso que eu esperava. Então, limparei seu quarto se isso acalmar seus nervos. E, Bill, obrigada por me defender, mas eu posso muito bem fazer isso sozinha.

Saio da cadeira onde estou e ando a passos largos até o quarto do Kaulitz mais velho. Fecho a porta e me permito respirar. Eu repreendi os garotos... Isso foi tão surreal! Me recomponho e começo a dobrar as roupas jogadas de Tom. Arrumo a cama e varro o chão. Por mais que eu não seja uma ótima faxineira, fiz um bom trabalho.

Escuto uma batida na porta e vejo o garoto de dreads entrar. Ele olha ao redor, surpreso com meu trabalho. Tom fecha a porta atrás de si e estremesso. Os pensamentos que tenho toda noite antes dormir vem a tona.

- Então... Só para deixar claro, ainda estou bravo com você - ele começa a dizer e ouço um grito de Bill do lado de fora - Quer dizer... Sinto muito por ter sido um completo babaca com você.

- Põe babaca nisso - provoco, vendo sua cara se fechar.

- Estou disposto a não ser babaca com você durante sua estadia com nós - ele termina, dizendo aquilo de forma forçada. No final, um sorriso malicioso se forma em seus lábios - E, belo trabalho com o quarto. Aliás, acho que alguém derrubou café na sala. Acho melhor você limpar.

Engraçadinho.

𝐀 𝐅Ã𝐗𝐈𝐍𝐄𝐈𝐑𝐀 | ᴛᴏᴍ ᴋᴀᴜʟɪᴛᴢ.Onde histórias criam vida. Descubra agora