Tom
Observo a garota de cabelos castanhos arrumar o sofá que eu "acidentalmente" desarrumei. Noto como seu corpo esguio se move com agilidade. A calça branca apertada, marcando totalmente suas curvas. O avental marrom amarrado na parte da frente impossibilita ver o tamanho dos seus seios. Suspiro.
Talvez eu não devesse a olhar assim, mas preciso criar uma diversão própria se a minha foi destruída. Fecho os olhos para tentar ocupar minha mente com outra coisa.
Que calcinha ela deve estar usando?
Abro os olhos repentinamente e afasto esse pensamento nojento. Não quero pensar nisso e não posso pensar nisso... ou posso? Mordo a língua e desvio o olhar da garota. Vou até onde os meninos estão.
O trio está discutindo sobre o que fazer com Ivy enquanto ela está com nós. Não quis participar da conversa por achar um assunto entediante demais, mas cá estou eu, me juntando a eles.
- E aí, já decidiram o que vamos fazer? - pergunto, puxando uma cadeira para me acomodar.
- Sim - diz Bill, olhando para Ivy que ainda está organizando o sofá. Fiz um ótimo trabalho em bagunçá-lo - Temos entrevista hoje à tarde. Ela irá no mesmo carro que a gente mas ficará um tempo nele após sairmos. Um segurança a acompanhará para participar da plateia. Depois, vamos à uma sessão de fotos e iremos em um estúdio de música só porque não podemos sair em público. Podemos dar o show que a Ivy perdeu. Amanhã nós ficaremos no hotel e... não sei. Mostrar nossos álbuns ou, bem, fica meio difícil fazer algo legal que não seja envolvendo uma atração pública.
- Resumindo, bancaremos a babá - digo, bocejando.
Bill me lança um olhar de repreensão.
- E você, senhor Tom, irá agir com mais delicadeza possível com ela. E vê se não fique a olhando igual um cachorro no cio - ele diz, franzindo o cenho.
Reviro os olhos e assinto. Não me sinto atraído por ela, não realmente. O que gosto mais é de provocá-la. Sei que ela não estava me olhando no momento em que eu a observava, mas tenho certeza que sentiu meu olhar. Percebi no jeito em como começou a tremer e nos movimentos perdendo a força. E não é só porque Bill pediu que irei parar, não mesmo.
Quando a limousine chega, Ivy pega uma blusa apertada de Bill e uma bermuda de Georg que não serve mais para não sair vestida de faxineira. Não posso deixar de notar como seu busto é razoavelmente atraente. Bill percebe meu olhar e finjo estar observando as paredes do automóvel. Mas é quase uma tortura. Com Ivy sentada na minha frente, me obrigo a admirar outra coisa que não seja seu belo corpo.
Em vários momentos, noto o olhar dela em mim, porém, desvia assim que retribuo. Adoro ver suas bochechas ficarem vermelhas e seu corpo estremecer. Uma ou duas vezes, mexo com a língua o piercing em meu lábio e, pela visão periférica, já noto sua vergonha. Bill parece perceber, fazendo questão de estragar a minha diversão, cedendo o lugar dele para Ivy sentar.
Assim que chegamos no lugar onde faremos a entrevista, deixamos a garota no carro e como desculpa, digo ter esquecido algo e para lá volto. Meu gêmeo me olha com desconfiança, contudo afirmo que não demorarei. Quando volto à limousine, vejo Ivy do lado oposto, supresa. Me aproximo dela. Ela se afasta até bater com a cabeça no vidro. Imprenso-a contra a porta, colocando meu braço atrás de suas costas, como se estivesse procurando algo na porta do carro.
Sinto o calor que exala de seu rosto. Seus olhos se mexem de um lado para outro nos meus, como se não soubesse em qual olhar. Isso confirma sua agitação. Sua respiração ofegante também confirma. Me aproximo o suficiente para ficar a centímetros de seu rosto. Ivy se encolhe ainda mais, tentando fugir de mim.
- Achei - digo, me afastando e mostrando uma caixinha de chiclete. Todo o seu corpo parece se aliviar, mas a vermelhidão em seu rosto ainda permanece - Até logo.
Recuo e saio do carro, como se o que eu acabei de fazer não tivesse deixando uma garota totalmente paralisada. Volto para os meninos, me preparando para a entrevista. Bill semicerra os olhos para mim e mostro a caixinha de chiclete, mas talvez isso não seja o suficiente para fazê-lo acreditar que nada fiz. Não consigo parar de sorrir e temo que isso me entregue.
Quando somos recebidos pela plateia e pelo entrevistador, sento na poltrona e observo a multidão. Lá, quase que escondida, está Ivy. Percebo como tenta evitar me olhar, com as bochechas ainda rosadas. Pisco para as outras garotas da plateia, fazendo todas darem gritinhos felizes.
- Tom, vejo que sua habilidade em conquistar as meninas ainda continua a todo vapor - o entrevistador diz, rindo, após conversar um pouco com os outros garotos - Aposto que se soubessem o hotel em que você está, não teria espaço suficiente para todas.
- Uma já seria o suficiente - respondo, os olhos fixos em uma fã.
Neeson me olha neste momento, quase explodindo. Ela se levanta repentinamente, a cara fechada, e sai correndo dali. Não preciso olhar para o lado para saber que Bill desaprovou completamente minha ação. Divirto o entrevistador respondendo algumas perguntas, mas nada que envolva Ivy, por mais que sei que ela está escutando de algum lugar e adoraria provocá-la.
Na sessão de fotos, seguro cinturas e sorrio para as câmeras. Não vejo Ivy em nenhum momento. Um segurança nos informa que ela nos espera na limousine. Não consigo evitar minha felicidade em saber o que meu charme é capaz de fazer.
Bill me barra assim que tudo termina.
- O que você pensa que está fazendo? - ele me questiona, a voz carregando nem um pouco a sua gentileza habitul.
- Algumas garotas ficaram cochichando que você estava olhando para uma fã específica, que coincidentemente saiu correndo logo após sua fala - me informar Gustav, arqueando as sobrancelhas - Isso foi bem arriscado.
- Conteúdo maravilhoso para os repórteres vierem discutir quando sairmos do hotel novamente - o baixista mumura, rindo com desdém.
- Relaxa, o que estou fazendo não é nada demais. Apenas estou me divertindo - digo, levantando as mãos por conta das acusações. Todos me acabam terrível?
Assim que chego na limousine, vejo que o meu comentário foi completamente refutado. Não encontro lágrimas, mas sei que Neeson andou chorando. Bill me cutuca e aponta a cabeça para ela.
Serei obrigado a pedir desculpas.
_____
Aviso: Olá amores, sentiram minha falta nesses últimos dois dias? Então, quinta feira começou o meu estágio. A manhã inteira e um pouco da tarde. É muito difícil encontrar tempo e espaço para escrever. Caso eu poste poucos ou fique algum dia sem postar nenhum capítulo, é por isso. Ok?
Beijinhos.
Obs: talvez esse tenha sido um capítulo totalmente aleatório, mas fiz rápido para vocês não ficarem sem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐀 𝐅Ã𝐗𝐈𝐍𝐄𝐈𝐑𝐀 | ᴛᴏᴍ ᴋᴀᴜʟɪᴛᴢ.
RomanceIvy Neeson era totalmente, completamente, plenamente, inteiramente, perfeitamente e definitivamente obcecada por Tokio Hotel, a banda alemã mais famosa do momento. Vivia escutando músicas da banda e o seu quarto era cheio de pôsteres que não cabiam...