25 °• Domei ele •°

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Ivy

Tom se deita ao meu lado e me aconchego em seu peito. Não consigo dormir. Principalmente por pensar que essa será a última vez que dormirei nessa cama. Troco várias vezes de posição mas ainda assim, o sono não vem.

- Ivy - Tom resmunga - Pare de se mexer, está me deixando excitado.

Solto um suspiro e me sento.

- Desculpe. Não consigo dormir.

Ele se senta ao meu lado e põe a mão na minha perna, a acariciando. Seu toque faz pequenas correntes de eletricidade percorrerem pelo meu corpo. Amo quando ele toca em mim.

- Eu sei. É difícil - ele diz, pigarreando - Mas, quem sabe, se você quiser, eu posso te distrair e te deixar cansada a ponto de dormir.

Solto uma risada e dou um soco em seu ombro.

- Você ficou maluco?

- Você que é maluca por estar assim - ele aponta para o meu pijama.

- Se você não gostou dele, eu posso tirar - o provoco, me inclinando em sua direção, apertando meus seios com os braços para aumentar o volume.

Ele desvia o olhar rapidamente e fecha os olhos, mordendo os lábios em seguida. Eu realmente gostaria que ele me distraisse, mas minha cama range demais.

- Acho melhor deixarmos para quando formos para Barcelona - encosto minha cabeça em seu ombro - Ficaria com peso na consciência em transar com você na última noite na casa dos meus pais.

- Tudo bem - ele responde.

Arqueio minhas sobrancelhas e me afasto para ver seu rosto.

- "Tudo bem"? - repito - Você não irá se ajoelhar de novo e implorar para transar comigo?

- Não - ele ri, beijando o topo da minha cabeça - Quero que você saiba que não sou feito totalmente de hormônios.

Sorrio e deito minha cabeça novamente em seu ombro. Observo a luz da lua que perpassa a janela. Um pouco da tensão que sinto vai embora. Passar alguns minutos com Tom são suficientes para tirar qualquer energia ruim de dentro de mim. Pego sua mão e a levo até o meu peito, para que ele sinta os meus batimentos cardíacos.

- Está sentindo?

- Seu coração batendo forte como se fosse explodir? - ele pergunta, rindo.

- Sim. É assim que sei que te amo - digo.

Tom se afasta de mim olhando-me com os olhos arregalados.

- O que você disse? - ele pede, segurando meus ombros e me aproximando de seu corpo.

- Que eu sei quando te amo?

- Sim... Não! Só a últimas duas palavras.

Sorrio. Já me declarei para ele, mas nunca disse que o amava. Amor é diferente de obsessão. E o que sinto agora não é mais a última opção. Conviver com Tom me fez amá-lo do jeito que ele é. Safado, engraçado... Ele por inteiro. Eu o amo.

- Eu te amo.

Seus olhos brilham ao me ouvir dizer isso. Um sorriso enorme se forma em seu rosto. Sua mão vai até a minha e a leva até o seu próprio peito. Sinto o pulsar do seu coração tão forte quanto o meu.

- Está sentindo? Eu sinto a mesmo coisa Ivy - ele leva ambas as mãos até minha nuca - Eu também te amo. Tanto que fico confuso.

Não posso deixar de sorrir ao ouvir suas palavras. Inclino minha cabeça até a sua e encosto nossas testas.

- Eu te amo - repito.

- Eu te amo - ele diz.

- Eu te amo mais.

- Eu te amo em dobro.

- Eu te amo... - antes que eu pudesse respondê-lo, sua boca vai ao encontro da minha.

Seu corpo pressiona o meu e me deita. Bato minha cabeça na cabeceira da cama e ele ri.

- Desculpa - diz, me puxando para baixo, apoiando minha cabeça no travesseiro.

Seus lábios voltam até os meus e começam a descer até o meu peito. Ele levanta a camisa do meu pijama e beija os meu seios. Agarro seus dreads conforme ele vai descendo. Mordo os lábios e fecho os olhos, evitando fazer qualquer barulho.

É uma tortura.

- Tom - arfo, curvando as costas quando ele chega na minha barriga - Por favor, pare.

E ele para. Abro os olhos e o vejo encarando meu corpo de baixo. Ele sobe lentamente, com um olhar devorador. Para assim que seus olhos estão de linha reta com os meus.

- Eu vou - ele sorri, beijando meu rosto -  Só depois que terminar... isso.

Quando percebo, uma de suas mãos entra dentro da minha bermuda. Ele acaricia minha intimidade e sou obrigada a morder meus lábios mais uma vez.

Meu corpo automaticamente começa a se mover, querendo a mão de Tom dentro de mim. Mas, para o meu alívio e também para minha frustração, ele a tira de lá. Me beija mais uma vez antes de se jogar ao meu lado. Fico encarando o teto, ainda sentindo o toque de sua mão em mim. Eu o odeio. Odeio o fato de amar quando ele faz isso.

- Eu vou me vingar - digo, ofegante.

- Não vejo a hora - ele responde, ganhando uma cotovelada minha logo após.

Levanto a coberta e me enfio dentro dela, junto de Tom. Me aninho em seu peito e ficamos em silêncio por um bom tempo. Quando percebo, a respiração de Tom fica estável e, segundos depois, eu apago.

Acordo com meu celular vibrando. É hora de irmos. Tom se levanta rapidamente e corre até o banheiro, evitando que meus pais levantem antes e nos vejam juntos na cama. Pego minha roupa e me troco ali mesmo

Fico relembrando de todas as coisas boas que vivi nessa casa. Olhando para cada canto do meu quarto sob a luz do sol que começa a surgir. Fico assim até escutar vozes vindo dos outros cômodos. Troco de roupa e vou até lá. Meu queixo quase cai quando vejo Tom e meu pai preparando o café da manhã. Juntos. Sorrindo.

- Mas o que... - deixo escapar.

Tom me vê e vem até mim. Beija meu rosto e susurra em meu ouvido:

- Domei ele.

Reprimo uma risada. Vejo mamãe surgindo com seu roupão e com o mesmo olhar de supresa que o meu. Ela olha para mim e dou de ombros. Não sei exatamente o que aconteceu, mas fico feliz por, aparentemente, estarem se dando bem.










𝐀 𝐅Ã𝐗𝐈𝐍𝐄𝐈𝐑𝐀 | ᴛᴏᴍ ᴋᴀᴜʟɪᴛᴢ.Onde histórias criam vida. Descubra agora