017 °• Ah •°

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Ivy

Se me dissessem que eu seria capaz de fazer o que fiz com Tom em seu quarto... eu, definitivamente, não acreditaria. Mesmo vivenciando a cena, ainda não acredito totalmente. Pensando agora, sobriamente, achei minhas ações nojentas e repugnantes. Contudo, também sinto uma sensação estranha de querer fazer de novo.

Mas... não. Não posso.

Foi maravilhosamente e terrivelmente bom. E, se tudo aquilo se reproduzisse de novo, me tornaria dependente de Tom. Dele dentro de mim. Tentei inventar uma desculpa para os barulhos que os meninos dizem ter escutado a noite. Sei que foi uma das piores desculpas já inventadas no mundo, mas eles pareceram acreditar.

Estou tentando evitar o Kaulitz mais velho o máximo que posso, entretanto em alguns momentos meus próprios olhos me traem e procuram pelo garoto de dreads. Balanço minha cabeça e me recomponho.

Estou no banheiro no fim do corredor, o público. Quero evitar qualquer possível encontro nos banheiros dos quartos. Visto uma regata vermelho-escuro e cubro meus ombros com uma jaqueta preta. Coloco minha calça jeans azul-claro e meu all star vermelho.

Bill disse que sairíamos para um passeio, para finalizar minha visita com eles. Confesso que estou frustrada e torcendo para que os segundos se tornem mais lentos. Não queria que tudo isso acabasse: a melhor experiência da minha vida; meu maior sonho já realizado. Saio do banheiro e encontro quem eu mais queria evitar parado na frente da porta.

Meu corpo todo estremece. Estou parada na frente do homem que me proporcionou a melhor transa da minha vida. Engulo em seco, tentando controlar as batidas descontroladas do meu coração. Ele estica a mão, com um tecido ali. Quase caio para trás quando percebo ser a minha calcinha.

- Eu... achei debaixo da minha cama - ele diz, me entregando minha peça íntima. Tento não olhar para seu resto lindo. Ele está com um de seus habituais bones e os dreads amarrados em um rabo de cavalo. Suas roupas três vezes maiores que o seu tamanho original, mas que não são capazes de esconder a beleza de seu corpo - Você está bem?

Pisco. Mal percebi que estava o comendo com os olhos.

- Ah... S-sim, desculpa - minha voz sai toda falhada e sinto uma vontade enorme de bater minha cabeça na parede - Obrigada por achar minha... hã... minha calcinha.

- De nada - ele diz, sem sair da minha frente.

Arrisco levantar o olhar e encarar seus olhos cor de avelã. Noto como há uma chama ali, ardendo assim como seu olhar em mim. Fico com falta de ar e preciso abrir a boca para respirar. Tudo parece barulhento demais. As batidas do meu coração; o barulho da saliva descendo pela minha garganta; o ar sendo puxado pela minha boca...

- Ivy? Tom? - uma voz interrompe meus pensamentos.

Vejo Bill nos encarando com os olhos semicerrados, intercalado o olhar entre Tom, eu e minha calcinha. Sinto minhas bochechas arderem e penso novamente em mais uma desculpa esfarrapada. Porém, meus pensamentos estão todos bagunçado por causa do olhar do Kaulitz.

- Ele sabe - Tom susurra, me fazendo arrepiar com sua voz suave - Não precisa ficar nervosa.

Suspiro. Não ficar nervosa? Ok, irei tentar não ficar nervosa em saber que Bill sabe que transei com seu irmão... O que ele deve pensar de mim? Que sou mais uma... uma... obcecada por seu irmão? Tentando permanecer calma, apesar da confusão que em meu interior se desenvolve.

- Nos já vamos sair - ele diz, ignorando a peça íntima em minha mão após alguns segundos - Portanto, se apressem.

Noto uma certa arrogância no tom de voz de Bill e vejo como o maxilar de Tom se contrai. Tento imaginar como Bill descobriu o que fizemos e se deu uma bronca no irmão. Por saber de várias coisas sobre os meninos, sei que Bill desaprova qualquer relação entre fãs e Tom que possam prejudicar a imagem deles na banda. Ninguém gostaria de ter a mídia sempre os enchendo de perguntar sobre isso. Espero que Bill não esteja desapontado comigo.

Entro no elevador e Gustav me entrega alguns acessórios para não deixar meu rosto tão amostra. Óculos escuros e uma touca. Absorvo a presença de todos os meninos no mesmo local que eu e penso em qual seria a chance de estar aqui com eles se não fosse pelos meus esforços de encontrá-los. Fico feliz por todo o meu sofrimento ter valido a pena. Se eu contasse minha história para as outras pessoas, acho que dificilmente acreditariam sem provas. Quase nem eu acredito.

- E aí, Ivy, está melhor do estômago? - Georg pergunta quando a porta do elevador se abre.

- Ah, estou. Estou sim - respondo, tentando não transparecer meu nervosismo.

Então, Gustav solta uma gargalhada. Me sobressalto quando percebo que Bill e Georg também começam a rir feito loucos. Olho para Tom que não parece entender nada.

- Aí - o baterista começa, apoiando a mão no ombro do Kaulitz mais velho para se recuperar da falta de ar - Desculpa, Ivy, mas foi uma das mentiras mais engraçadas que já ouvi em toda a minha vida.

Sinto todo o meu corpo ficar mole. Abro a boca, me sentindo traída e envergonhada ao mesmo tempo. Quer dizer que ninguém acreditou na história da dor de barriga? Quer dizer que passei aquela vergonha por nada? Tom parece ainda mais abalado do que eu.

- Nós sabíamos que cedo ou tarde você estaria no quarto de Tom - Bill dá de ombros, conforme começamos a sair do hotel com alguns flashes de câmeras já em nossa direção - O jeito como meu irmão te olhava era nítido que você logo cairia nas provocações dele. Apesar de ter durado um bom tempo sem cair na armadilha que ele montou.

- Então... nenhum de vocês está bravo comigo? - pergunto, receosa.

- Por que estaríamos? - Gustav sorri, acenando para alguns fãs - Você é gente boa. Não é nenhuma daquelas garotas da piscina, por exemplo.

Fico supresa com tal comentário. Tom não disse nenhuma palavra desde que saímos do elevador. Ele parece estar pensativo ou chocado demais por descobrir que os amigos também sabiam do que realmente aconteceu no quarto dele.

Os seguranças nos levam até a limousine e me sento na janela. O Kaulitz se acomoda ao meu lado e sinto várias ondas elétricas correrem pelo meu corpo. Ele não diz nada mas, quando sua mão acaricia minha perna...

Ah.

𝐀 𝐅Ã𝐗𝐈𝐍𝐄𝐈𝐑𝐀 | ᴛᴏᴍ ᴋᴀᴜʟɪᴛᴢ.Onde histórias criam vida. Descubra agora