Tom
Observo Ivy dar um último abraço em seus pais e, de repente, me pego lembrando em como minha mãe fica triste quando saímos para turnê. Mas, ao contrário da situação da Ivy, ela não vai voltar em seis meses.
Meu peito se aperta ao vê-la derramar lágrimas quando entramos no táxi. Neeson não diz nada, apenas olha para janela com a postura torta. Sei que não quer que eu veja sua tristeza, mas mesmo assim eu noto. Seguro sua mão com força, tentando acalmá-la. Um sorriso se forma em seu rosto quando olha para mim, mas sei que não é totalmente real.
Ela está saindo de casa por minha causa. Eu sou a razão disso e não posso ter total certeza de que não a magoarei. E se ela se arrepender de ter me escolhido? E se...
- Tom - ela me chama, interrompendo meus pensamentos de culpa. As lágrimas pararam de cair de seus olhos e agora exibe um sorriso de verdade - Sei que fiz a escolha certa. Não fique se remoendo aí - ela dá um peteleco em minha testa.
Um suspiro de alívio escapa de meus olhos. Que bom que ela acha isso. Pelo menos sua afirmação tirou um pouco do peso das minhas costas.
Sorrio e a beijo. Sua cabeça se recosta em meu ombro e permanecemos em silêncio até chegarmos no aeroporto.
Eu espero realmente que ela tenha feito a escolha certa, porque, se não... nunca me perdoarei.
🧹🪣🧹
- Você voltou! - Bill grita, correndo em direção a Ivy. Ele a levanta e a aperta com um abraço.
Fico feliz em saber que os meninos também gostam de Neeson e estão felizes por ela, oficialmente, morar conosco. Me sentiria extremamente desconfortável se não gostassem mas já que não é o caso, me permito participar da comemoração.
Os meninos abrem uma garrafa de vinho, porém prefiro ir tomar um banho primeiro. Estou cansado da viagem e uma água gelada no corpo cairia bem. Não dormi no avião, ao contrário de Ivy que apagou feito uma pedra. Eu estava pensando em como será minha vida agora que tenho uma namorada. Se bem que ainda não a pedi em namoro. Arranjarei um jeito de fazer isso.
Mas, para me por a prova deste compromisso, terei que abandonar minhas noites de bebedeiras em boates e trancar a porta para qualquer fã que quiser entrar para me ajudar a testar as molas da minha cama. Pensando bem, não será difícil. Ivy é uma mulher pela qual se vale abrir mão do meu passado. Eu faria tudo por ela e por esse sentimento que sinto toda vez que ela está perto. Eu a amo.
Saio do banheiro e volto para sala. Solto uma risada ao ver os meninos esparramados no sofá, dormindo com um copo na mão. Eu havia esquecido como eles são fracos para bebidas. Percorro a sala com meus olhos, mas não acho Ivy.
Ando pelos cômodos até achá-la jogada em minha cama, com a garrafa de vinho ainda em mãos.
- Ah, você está aí - ela diz, soluçando - Estava te procurando.
Me pergunto quanto foi que ela bebeu para ficar desse jeito. Ela se levanta, cambaleante, e me oferece o que restou do vinho.
Sinto meu coração acelerar ao ver Ivy naquele estado. Suas bochechas estão coradas e seus olhos, embora um pouco vidrados, ainda brilham com uma intensidade que me deixa sem fôlego. Aproximo-me dela, pegando a garrafa de vinho de suas mãos trêmulas e a colocando de lado.
- Você já bebeu o suficiente por hoje - digo com um sorriso gentil, tentando esconder minha preocupação.
- Você é sempre tão responsável - diz ela, tentando se sentar, mas quase caindo na cama novamente. Eu a seguro pelo braço, ajudando-a a se estabilizar.
- Vamos, deite-se um pouco - sugiro, guiando-a de volta para a cama. Ela me olha com aqueles olhos que parecem ver através de mim, e por um momento, tudo mais desaparece.
Ajeito uma mecha de cabelo para trás de sua orelha.
- É melhor você dormir. Parece cansada.
- Não estou cansada - ela diz, os olhos se fechando lentamente.
Me sento ao lado dela e fico observando enquanto ela adormece, seu rosto relaxando em um sono tranquilo. Meu coração se enche de um amor profundo e genuíno, e naquele instante, sei que faria qualquer coisa por Ivy. Ela é meu presente e meu futuro, e estou disposto a deixar tudo para trás por ela.
Acordo com um cheiro maravilhoso atingindo minhas narinas. Minha barriga ronca em resposta e abro os olhos, tentando entender em que momento dormi. Olho para onde Ivy deveria estar, mas encontro apenas as cobertas amassadas. Me levanto, seguindo o odor que me faz salivar.
Como esperado, encontro Neeson com uma frigideira em mãos. Ela está com um avental apertado, realçando suas curvas. Não posso deixar de negar em como ela fica sexy desse jeito.
Me aproximo por trás, agarrando sua cintura e sussurrando em seu ouvido.
- Não sabia que sua ressaca se resume em cozinhar ao em vez de ficar deitada ao meu lado - digo, beijando sua cabeça.
Ela estremesse e sei que um arrepio percorreu seu corpo.
- Eu estava morrendo de fome, então resolvi deixar minha ressaca de lado e fazer uns ovos para nós até que os meninos cheguem.
- Eles saíram?
- Sim - ela desliga o fogão e coloca o omelete em um prato - Foram ao mercado.
Tiro o prato de sua mão e a viro para mim. Antes, quando a vi com as bochechas rosadas de puro álcool, pensamentos pecaminosos percorreram minha mente. Porém, não quis colocá-los em prática com Ivy naquele estado. Agora, após acordar com mais energia e saber que estamos a sós, me faz ter os mesmos pensamentos anteriores.
- Então quer dizer que estamos sozinhos?
- Parece que sim - ela responde com um sorriso, enquanto me empurra até o balcão.
Fico sem fôlego, principalmente quando ela abaixa. Meu coração erra as batidas, mas então Ivy se levanta com dois pratos em mãos. Ela nota minha reação e ri.
- O que? Achou que eu ia lhe dar o prazer de satisfazer suas vontades agora? - ela se aproxima mais, usando os dedos para caminhar em meu peito - Lembra de hoje de madrugada? Quando você interrompeu os meus prazeres? Pois então, farei o mesmo com você.
Sorrio. É claro que ela faria isso. Eu sabia que no momento em que tirasse a mão de dentro dela antes de ela chegar no ápice, buscaria vingança. Que seja, quero ver até onde ela aguenta.
.
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.ESTOU DE VOLTA! Peço desculpas desde já pelos meses que deixei vocês sem nenhum capítulo. Não prometo que isso não irá acontecer de novo, mas me esforçarei ao máximo para não deixá-las na mão novamente.
Beijinhos.
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𝐀 𝐅Ã𝐗𝐈𝐍𝐄𝐈𝐑𝐀 | ᴛᴏᴍ ᴋᴀᴜʟɪᴛᴢ.
RomanceIvy Neeson era totalmente, completamente, plenamente, inteiramente, perfeitamente e definitivamente obcecada por Tokio Hotel, a banda alemã mais famosa do momento. Vivia escutando músicas da banda e o seu quarto era cheio de pôsteres que não cabiam...