024 °• Na casa dos pais •°

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Tom

As bochechas de Ivy ficam vermelhas. Seus olhos estão arregalados e sua boca entreaberta, ofegante. Um sorriso malicioso se forma em seus lábios mas logo se desfaz.

- Meus pais estão aqui - diz.

Suspiro. É verdade. Se o pai de Ivy está apreensivo em relação a mim, não seria muito agradável ele me pegar com a sua filha na cama.

- Ok, quando você voltar para Barcelona comigo, quero que me mostre - saio de cima do seu corpo e sento ao seu lado.

Ela me olha ainda deitada. O peito subindo e descendo. Após alguns segundos recuperando o fôlego, se senta.

- Você tem tanta certeza assim que meu pai irá me deixar ir? - ela pergunta, desamassando as roupas e ajeitando o cabelo.

Sorrio. É claro que ele vai deixar. Ele tem que deixar. Só de pensar em ficar longe de Ivy meu peito se aperta. Ainda não sei bem o porquê, mas estou tentando normalizar todos os sentimentos que a Neeson me faz sentir.

- Com certeza. Se ele me olhou bem sabe que sou de confiança.

Ivy ri.

- O que foi? Não concorda com o que falei?

- Bom, não sei.

- Como assim não sabe? - coloco a mão no coração, ofendido - Achei que você confiasse em mim.

A morena revira os olhos ao perceber meu tom brincalhão. Me dando um soco no ombro diz:

- Eu confio em você porque parece que você não vai me deixar como fez com as outras garotas. Porém, se meu pai conhecesse um pouco do Tom Kaulitz, o mandaria embora com um chute na bunda.

Quando estou prestes a responder ouço um grito vindo do andar debaixo. Ivy e ei nos entreolhamos e voltamos até a sala em passos largos. Quando chegamos lá, noto o sr. e a sra. Neeson completamente inexpressiveis. Não posso deduzir nada assim, então terei que os esperar responder.

A mãe se Ivy da um leve empurrão no marido que pigareia. Sinto a mão quente da morena se entrelaçar na minha. A aperto com força.

- Ivy - os olhos do sr. Neeson vão até a filha - Te deixar ir para Barcelona foi uma escolha difícil. Porém meu reconforto foi saber que seriam poucos dias... - ele olha para o chão, com um olhar triste - Agora, terei que achar outro reconforto.

O sr. Neeson levanta a cabeça, sorrindo. Ivy paralisa e eu também. Isso quer dizer que ele a deixou ir? Ela vai voltar comigo? Me viro para Ivy, pegando-a nos braços e a abraçando. A beijo, mesmo estando na frente dos pais dela. Ela retribui, sorrindo de canto a canto. Não lembro de outro dia que fui tão feliz quanto neste.

- Obrigada - a morena diz, se aproximando do pai e o abraçando com força - Muito, muito obrigada.

- De nada, amor.

Quando Ivy vai até a mãe que está aos prantos, me aproximo de seu pai para agradecer. Ele repentinamente me puxa para um abraço e aproxima a boca do meu ouvido.

- Se você, em qualquer hipótese, fizê-la sofrer, eu te mato.

Um arrepio percorre meu corpo e sou obrigado a me afastar. Encaro os olhos que me queimam. Engulo em seco, tentando não fraquejar.

- Não se preocupe. Não irei.

Ele leva a mão até o meu ombro e o aperta. Depois, sorri.

- Eu estava brincando - uma gargalhada escapa de sua boca - Você tinha que ter visto sua cara.

Pisco várias vezes. Tento rir também, mas o modo como seu tom de voz foi dirigido a mim, duvido que tenha sido brincadeira. A mãe de Ivy também me abraça, mas não me ameaça como fez o marido.

Depois, enquanto a Neeson vai até o quarto com a mãe para fazer as malas, seu pai e eu nos sentimos no sofá. Tento permanecer ereto, mas sinto um clima tenso tingir todo o ambiente.

- Então... - ele diz, ligando a TV - Qual é o seu sobrenome?

- Kaulitz.

- Hm. Origem alemã?

- Sim.

Ele assente, olhando fixo para TV. Fico aliviado quando um jogo começa e sua atenção se concentra toda nele. Me levanto e vou até o quarto de Ivy. Encontro mãe e filha dobrando roupas e colocando-as dentro das malas. As semelhanças entre elas ficam ainda mais evidentes quando estão juntas.

- Tom, querido - a sra. Neeson me vê - Junte-se a nós.

Obedeço. Sento na cama e as observo conversar. Vejo como Ivy é feliz com a mãe e sinto um pouco de culpa por ser o motivo da separação de ambas.

Depois de alguns minutos, todas as malas estão prontas. Passaremos a noite aqui, então as deixamos na sala, prontas para serem levadas até um táxi de madrugada.

Escolho dormir no sofá, para talvez ganhar mais confiança do pai de Ivy. Aviso os meninos sobre deixarem a Neeson morar conosco e digo que tenho um pouco de medo do pai dela. Eles riem, mas só porque não estão na minha pele.

Fecho os olhos e tento dormir. Quando estou prestes a entrar na terra dos sonhos, ouço uma voz me chamando. Abro os olhos e vejo Ivy na minha frente. De pijama. Curto.

Meus olhos a analisam e penso se já não estou na terra dos sonhos. Ela me sacode até eu sair do transe.

- Tom, você está me escutando?

- Estou - respondo, sem tirar os olhos dela - O que faz aqui?

Ela olha ao redor, um pouco tensa.

- Quero que você durma comigo - diz - Não estou conseguindo.

Franzo o cenho e tento raciocinar o que ela está falando. E se o pai dela nos ver juntos na cama?!

- Ivy...

- Não se preocupe com meu pai. Ele mão vai se importar.

Discordo. Pelo jeito como como falou comigo, com certeza se importaria. Mas saber que Ivy precisa da minha presença para dormir é um sentimento maior que o medo. Principalmente em saber que ela está de pijama e, aparentemente, nenhuma peça íntima por baixo.

- Está bem.

Ela agarra minha mão e me conduz até o seu quarto a passos lentos. Fixo os olhos em seus glúteos conforme anda. Me sinto mal por estarmos na casa dos pais dela.

𝐀 𝐅Ã𝐗𝐈𝐍𝐄𝐈𝐑𝐀 | ᴛᴏᴍ ᴋᴀᴜʟɪᴛᴢ.Onde histórias criam vida. Descubra agora