8. Jogo psicológico

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Naquele mesmo dia, Clara encheu o pai de perguntas. Queria saber como foi a noite dele com Hilda, como ela era, os motivos pelo qual ele havia se apaixonado. O pai todo orgulhoso respondeu a cada pergunta, com um brilho especial no olhar. Clara ficou feliz ao ver como o pai estava contente.

— Pai, separa as coisas da Hilda que eu vou lá agora levar.

Orlando separou tudo com muito carinho ao lembrar de cada momento daquela noite. Aproveitou e escreveu um bilhete para Hilda e colocou no meio de suas coisas.

— Aqui está, filha. Muito obrigada por toda a ajuda. Vocês nos proporcionaram um momento muito especial, seremos eternamente gratos.

— Não precisa agradecer, paizinho. Lígia e eu ficamos muito felizes quando soubemos que vocês estavam juntos. Vamos torcer para que tudo se resolva logo! Fui.

Clara deu um beijo em seu pai e partiu, ao chegar na casa de Lígia, as duas foram para o quarto fofocar e saber o que seus pais haviam dito do encontro que armaram.

— Ah, trouxe as coisas da sua mãe! — Clara estendeu a mão dando à amiga uma sacola.

— Ah, obrigada... — Lígia se aproximou da amiga e disse sussurrando —... mana!

Elas riram juntas e se abraçaram.

Lígia contou tudo sobre o que tinha acontecido naquela manhã quando chegaram em casa.

Depois que Clara foi embora, Lígia foi ao encontro da mãe que estava sentada na varanda do quarto, hipnotizada observando as ondas do mar.

— Mãe, posso entrar?

Hilda se assustou um pouco, mas ao ver que era a filha, sorriu.

— Entra princesa!

Lígia entregou a sacola à mãe e avisou que Orlando havia deixado um bilhete para ela.  Um lindo sorriso nasceu no rosto de Hilda. Ela amava ouvir tudo que Orlando dizia e já estava com saudades do seu amado.

A filha saiu, deixando a mãe sozinha para ler o bilhete.

O bilhete dizia:

"Hilda, meu amor, estou tão feliz. Procuro palavras pra dizer o quanto você tem se tornado especial na minha vida e não as encontro, só sei que eu nunca senti por ninguém, o que estou sentindo por você!

Você chegou como um raio de sol para iluminar os meus dias nublados. Como a cor que alegra o que antes era preto e branco. Você fez morada fixa nos meus pensamentos. Fico contando os minutos pra te ver novamente, sentir você morando dentro do meu abraço, sentir o teu cheiro, a tua pele, a tua boca, os teus carinhos. Te sentir.

Precisaremos de muita coragem pra enfrentar tudo que vier pela frente, mas eu te amo Hilda, e faço qualquer coisa pelo nosso amor! Conte sempre comigo!

Beijos, da sua Lua!"

As lágrimas escorriam dos olhos de Hilda sem pedir licença. Ela vivenciava a sensação de ser amada pela primeira vez. Mesmo após mais de quinze anos de casamento com Tinoco, no início do relacionamento deles, o amor era vindo apenas de Hilda, mas ao longo dos anos, esse sentimento foi se apagando.

O sorriso de Hilda foi se apagando conforme seus pensamentos lhe traziam novamente para a realidade e ela se perguntava: "será que Amanda contou o que ouviu para Tinoco?" Esse pensamento despertava medo e angústia em Hilda.

***

Amanda passou o dia inquieta na empresa e seu pai logo percebeu e ficou preocupado.

— Minha princesa, o que aconteceu?

Coragem - Hilda & OrlandoOnde histórias criam vida. Descubra agora