13. A casa na serra (parte 2)

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Orlando segurava o rosto de Hilda com ternura, tentando acalmá-la.

— Meu amor, primeiro temos que ligar pra polícia e contar tudo que aconteceu.

Hilda se soltou de Orlando e começou andar de um lado para o outro com as mãos na cabeça.

— Eu vou ser presa, Orlando. Eu matei meu marido.

— Calma princesa, você não vai ser presa. Foi legítima defesa.

Hilda tentava se acalmar, mas a voz de Tinoco ressoava em sua mente dizendo que se ela atirasse seria o mesmo monstro que ele.

Orlando achou um telefone na casa e ligou para a polícia, explicou a situação. Enquanto isso, Hilda permanecia atordoada, olhando para o corpo de Tinoco no chão.

Orlando ainda falava ao telefone.

— Sim, houve um confronto. Precisamos de ajuda imediatamente.

Enquanto a polícia estava a caminho, Orlando seguia tentando acalmar Hilda, que tremia e chorava. Ele estava muito preocupado com o estado dela, tanto que nem sentia as próprias dores.

— Calma, meu amor, fizemos o que precisava ser feito para nos proteger. A polícia vai entender.

— Eu matei... Eu... — Hilda estava com a voz trêmula. — o Tinoco... — Vai ficar tudo bem, meu amor. — Orlando a envolveu em um abraço apertado e ela repousou nos ombros dele sentindo que ali estava segura.

Hilda também tinha muitas feridas e hematomas por todo o corpo, mas a adrenalina e o choque não a permitia sentir nenhum tipo de dor.

A polícia chegou, e Orlando prestou depoimento sobre o que ocorreu, explicando os motivos que levaram àquela situação. A ambulância também foi chamada, pois os dois estavam muito machucados.

O policial ao ver o estado de choque de Hilda, achou melhor tomar o depoimento dela depois que se acalmasse e fosse atendida pelos médicos.

No hospital, descobriram hematomas antigos em Hilda, evidências das agressões que ela sofrera ao longo dos anos. Isso reforçaria a tese de legítima defesa.

Hilda teve que ser internada devido a uma pequena hemorragia no fígado causada por três costelas quebradas. Orlando também teve que ser internado por lesões internas, além dos ferimentos externos. Precisaria de monitoramento e cuidados de médicos especializados.

A história logo se espalhou por todo o hospital, e pela grande comoção os médicos acharam melhor deixar Hilda e Orlando no mesmo quarto.

Eles foram sedados para que descansassem um pouco e não sofressem mais com as dores, que começaram a sentir depois do trauma.

A polícia entrou em contato com Lígia e Amanda, informando todo o ocorrido e também com Lucas e Clara. Os quatros imediatamente foram para o hospital onde estavam, na região serrana.

Lígia correu para o quarto para ver a sua mãe, ela ficou chocada ao ver o estado de Hilda.

— Mãezinha, o que aquele desgraçado fez com você... — Lígia começou a chorar enquanto acariciava os cabelos da mãe, que estava meio grogue por conta da sedação.

Amanda, entrou logo em seguida, gritando e com raiva.

— Você é uma assassina, mãe. Você matou meu pai.

— Cala a boca, Amanda! — Lígia saiu do lado da mãe e partiu pra cima da irmã. — Olha o que o seu amado pai fez com a nossa mãe e com o Orlando. Ele era um monstro, e você não tem o direito de acusar a mamãe.

— Ela não é mais a minha mãe. — Amanda chorava de forma intensa, enquanto os seguranças do hospital a retiraram do quarto. — Ela matou meu pai... Prendam ela!

Coragem - Hilda & OrlandoOnde histórias criam vida. Descubra agora