19. Revelações (Parte 1)

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Naquele mesmo dia, enquanto Hilda retornava para casa depois do passeio na praia, pensava em chamar Amanda para conversar. Não aguentava mais aquele suspense todo.

Chegando à porta da casa de Hilda, todos se despediram e deixaram Hilda e Orlando a sós para se despedirem com mais privacidade. Orlando puxou Hilda pela cintura e encostou o seu nariz no dela.

— Está tudo bem, meu amor? — disse passando a mão suavemente no rosto de Hilda. — Você veio tão quietinha no carro, pensativa.

Hilda se permitindo receber o carinho de Orlando fez que sim com a cabeça.

— Vou tentar conversar com a Amanda hoje. Tem algo de errado com o envelope que ela recebeu de Tinoco, eu preciso saber o que é.

— Não fique preocupada, garota. Não deve ser nada demais!

— Eu tento acreditar nisso, mas estou com um péssimo pressentimento, meu amor.

— Fique calma, amor. Tinoco morreu, ele não tem mais poder sobre você.

Hilda ficou pensativa, não sabia se contava ou não a Orlando a outra parte da história do dia do assassinato dos pais biólogicos de Amanda. Ela contou apenas que Tinoco os matou e a tornou cúmplice, só não contou um detalhe muito importante, o real motivo de Tinoco a chantagear durante anos. Hilda estava decidida a não contar a ninguém, pois achava que ninguém acreditaria nela. Só contaria a Orlando caso fosse esse o assunto que Amanda tinha para conversar com ela.

— É verdade, meu amor. Agora vem cá e me dá um beijo. — ela tentou disfarçar com um sorriso a sua preocupação, mas sem sucesso. Orlando percebeu que tinha algo que Hilda não havia contado para ele, mas iria esperar o momento certo para perguntar. Não queria pressioná-la.

Depois de se beijarem, Orlando quis deixar claro que estava ao lado de Hilda.

— Meu amor, sabe que pode contar comigo pra tudo né?!

— Claro que sei, meu amor. — os olhos de Hilda já estavam marejados. — Claro que sei.

Eles ficaram mais um tempinho abraçados e se despediram. Ao entrar em casa, Hilda se deparou com Lígia no sofá com uma cara estranha.

— Mãe, a Amanda disse que está esperando nós duas lá no quarto dela. Ela quer conversar com a gente.

Hilda esfregou as mãos uma na outra, entrelaçou os dedos. Seu semblante era de preocupação e Lígia percebeu.

— Mãe, o que está acontecendo? A cara da Amanda não está muito boa, ela parece com raiva.

Hilda se sentou ao lado de Lígia no sofá e pegou nas mãos da garota.

— Filha, você confia em mim?

— Claro que confio, mãe. Por que?

— Não tenho como te contar tudo agora, mas só te peço que confie em mim independente do que sua irmã te conte hoje, por favor. Saiba que tudo o que eu fiz ou deixei de fazer sempre foi pensando no melhor pra você e ela, ou porque eu realmente não tive escolha.

— Mãe, você está me deixando assustada. Me conta o que está acontecendo.

— Filha, agora não dá tempo. Só te faço um pedido: fique ao meu lado, eu te conto tudo depois. Não me abandone filha, por favor. — Hilda começou a chorar copiosamente enquanto abraçava Lígia de forma muito intensa.

— Eu jamais vou te abandonar, mãe. Sempre estarei ao seu lado.

— Obrigada princesa. Eu te amo muito. — Hilda limpou as lágrimas, se levantou e estendeu a mão para Lígia. — Vamos, filha?

Coragem - Hilda & OrlandoOnde histórias criam vida. Descubra agora