1. Dores Silenciosas

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Aviso:

Olá, leitores e leitoras. Esta história contém cenas de violência doméstica nos primeiros capítulos. Se isso te incomoda ou te faz mal, por favor, leia com cuidado ou pule essas partes.

Esta é uma história de superação e amor. Não é minha intenção ofender, magoar ou desrespeitar ninguém. Quero que todos se sintam seguros e respeitados durante a leitura.

Após esses capítulos, prometo muitas cenas amorosas para nosso casal favorito!

Obrigada pela atenção e boa leitura!

Com carinho, [Viviane Santos]


O despertador tocou. Hilda mal podia acreditar que já era hora de levantar. Se sentia muito cansada, a sensação que tinha era que um trator havia passado por cima dela.

Tinoco detestava quando ela acordava tarde, então para evitar brigas desnecessárias, ela lutou contra o cansaço e se levantou. Abriu as janelas, deixando o sol tímido e o suave cheiro de maresia entrar. Hilda, ainda com o peso da noite mal dormida, seguiu para o banho. Escolheu um vestido azul bebê, que caia suave em seu corpo. Passou um corretivo para disfarçar as olheiras, penteou seus lindos cabelos compridos e loiros. Parou por um minuto e ficou observando seu reflexo no espelho. Hilda estava em sua melhor idade, mas não percebia isso, se achava velha. Ela fez um sinal negativo e sorriu, quando percebeu seus pensamentos sobre "velhice".

Terminou de se arrumar e saiu do quarto. Descendo as escadas, viu que Paula, a empregada, já estava servindo o café da manhã para Tinoco e suas filhas.

— Bom dia, flor do dia. — disse Lígia sorrindo para a mãe, que ao passar por ela lhe deu um beijo na testa.

— Bom dia, minha princesa. — respondeu Hilda se sentando à mesa. — Bom dia, Amanda. Bom dia, Tinoco.

— Oi, mãe. — disse Amanda se levantando — Vou nessa, estou atrasada pra minha aula na faculdade. Beijos, beijos, beijos.

Tinoco, vendo a filha sair correndo, chamou sua atenção.

— Amanda, minha filha, não está esquecendo de nada?

— Desculpa pai, já estava esquecendo. — Amanda deu um beijo na bochecha de seu pai, que sorriu contente. — Satisfeito, meu amor?

— Sim, agora você pode ir.

Amanda pegou seus pertences e saiu. Hilda olhava para Tinoco com cara de repreensão que logo foi notada por ele.

— O que foi, Hilda? Algum problema?

— Não, nenhum.

Hilda preferiu mentir quando sentiu o olhar frio de Tinoco para ela. Não queria discutir aquela hora da manhã, ainda mais na frente de Lígia.

— O café está muito bom pessoal, mas tá na minha hora da escola. Tchau mãe, tchau pai.

— Tchau, minha filha. Vai com cuidado!

Lígia deu um beijo neles e partiu.

O clima ficou estranho com Hilda e Tinoco sozinhos, na companhia um do outro. Para quebrar o gelo, Hilda resolveu falar.

— Como está no trabalho, meu bem?

Tinoco lendo o jornal, respondeu sem ao menos olhar para a sua mulher.

— O mesmo de sempre Hilda, você sabe.

— Mais tarde vou a manicure. Depois vou passar na Isabel para tomar o café da tarde, tudo bem?

Coragem - Hilda & OrlandoOnde histórias criam vida. Descubra agora